Texto de: Constantino Eduardo | foto Jornal de Angola
O primeiro secretário do MPLA
e governador da província de Benguela, Rui Falcão, afirmou que o seu Executivo
pôs fim ao negócio “sujo” do lixo, por ter havido gente que se aproveitava
deste para “roubar” milhões ao Estado, mas, apesar disso, as cidades ficavam
infestadas de resíduos sólidos. Segundo ele, enquanto as cidades eram fustigadas
pelo lixo, algumas pessoas, que se diziam do MPLA, foram as primeiras a apontar
as falhas, sem, entretanto, “moverem uma palha”, desabafou.
“Nunca nos perguntaram o que
estava a acontecer”, lamentou Falcão, avançando que, do ponto de vista prático,
as cidades estão melhor agora com a retirada das empresas de recolha de
resíduos sólidos. Adiantou que este negócio obrigou o seu Governo a ensaiar um
novo modelo, em que se devolveu a tarefa comunitária às administrações
municipais.
“Acabámos com esse negócio e
vamos continuar a trabalhar, com a vossa solidariedade, para melhorar cada vez
mais as nossas cidades”, revelou. Rui Falcão fez estas denúncias num acto
político-partidário que aprovou os delegados ao VI Congresso Extraordinário do
MPLA, a realizar-se em Setembro, em Luanda, em que João Lourenço é o candidato
do Comité Central a presidente do partido, em substituição do actual, José
Eduardo dos Santos.
O governante alertou que o seu
partido, que sustenta o Governo, não vai deixar que “essas pessoas que burlavam
o Estado com o negócio de lixo continuem a viver à custa deste mesmo Estado”.
Sem revelar o número, Rui Falcão denunciou que o Governo gastava diariamente
milhões de kwanzas que saíam dos cofres do Estado, mas que não tinham reflexo
no saneamento básico das cidades.
“Por isso, rescindimos os
contratos com essas empresas e vamos mostrar que a Administração é capaz”,
salientou, tendo enaltecido a classe empresarial local pela prestimosa ajuda
que presta ao Governo de Benguela na recolha do lixo. Falsos militantes Segundo
Falcão, existem pessoas a que chamou de “pseudo-militantes” que todos os dias
embaraçam a sua governação, aos quais acusou de potenciarem financeiramente
algum segmento social para, por via das redes sociais, criticar a sua acção
governativa.
“Paguem mais, vão só continuar
a perder o vosso dinheiro, porque nós vamos continuar a nossa trajectória”,
desafiou o primeiro secretário do partido dos “camaradas” e governador de
Benguela. Cargos não são vitalícios. No seu pronunciamento, Rui Falcão chamou a
atenção de alguns quadros que pretendem permanecer nos cargos para que são
nomeados em comissão de serviço.
“Hoje estou aqui, sou membro
do Bureau Político, mas não posso ficar eternamente no Bureau Político, ou
tenho que dizer ao camarada João Lourenço que não quero sair”? questionou-se.
Segundo o político, “nós estamos aqui para exercer cargos, estamos para dar o
melhor que sempre demos para manter o nosso povo e melhorarmos as suas
condições de vida todos dos dias”, esclareceu.
Acrescentou que é necessário
trabalhar com espírito de “entrar e sair”, dando oportunidades a outras pessoas
que eventualmente tenham capacidade para darem um novo impulso ao processo.
Combate à corrupção Por outro lado, o primeiro secretário reiterou um combate acérrimo
à corrupção, de forma definitiva e sem receio, para devolver a confiança aos
cidadãos e à sociedade angolana.
Entretanto, alertou aos
membros do Governo Provincial de Benguela e das administrações municipais, a se
pautarem por uma conduta ética e deontológica no exercício das suas funções,
sob pena de serem substituídos.
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