Aldemiro Cussivila, que acompanhou a trajectória da autora nas últimas duas décadas, elogiou a habilidade em lidar com sentimentos e constatação de dor e esperança, mas numa linguagem sempre bela e rica de metáforas.
Em “Palavras sentidas à madrugada” os poemas dispensam títulos, apresentando-se apenas pela numeração romana. O livro sai pela Viana Editora, com sede em Luanda, e esteve a ser comercializado ao preço de mil e 500 kwanzas.
Ao tomar a palavra, Rosa Santos destacou o longo processo de edição, que foi de cinco anos, em parte devido à insegurança da autora quanto à maturidade dos textos e também, já depois de superada esta questão, por conta da busca de patrocínios.
A cerimónia contou com um recital improvisado, cabendo a parte musical ao talentoso Sirymus Mulaja com o violão e temas de sua autoria. Surpresa maior foi a presença, por breves instantes, do governador provincial, Rui Falcão, acompanhado de sua comitiva, que por coincidência visitava as exposições patentes no Acácias-Fest.
Rosa Santos, professora de profissão, é natural da Camunda, um dos emblemáticos bairros do subúrbio da aniversariante cidade das acácias rubras, Benguela. Licenciou-se em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Lusíada de Angola no Lobito.
XIV
Ventos preguiçosos
acariciam o verde das árvores
acariciam o verde das árvores
Lá no fundo
o silêncio murmura segredos
crianças comem o futuro com a mão
o silêncio murmura segredos
crianças comem o futuro com a mão
Vozes entoam canções de salvação
no piscar de um crepúsculo
no piscar de um crepúsculo
Rosa santos, 23-05-2018. Pág. 30
Reportagem e fotos: Gociante Patissa | www.angodebates.blogspot.com
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