A
segunda conferência do dia de ontem, 19/10, versou sobre Tendências digitais e
desafios no universo editorial Alemão, tendo como orador o influente Mr.
Sebastian Posth (da firma Posth Verlag), editor e consultor editorial. Posth
é referência obrigatória no segmento de distribuição e comercialização online
de livros. Articula com plataformas como a amazon.
Ficamos a saber que enquanto no mercado americano o autor pode negociar directamente com as plataformas de
venda/distribuição (websites), na lei alemã tal deve ser feito por uma
instituição intermediária (agregator em inglês).
Soubemos
igualmente que, pelo menos na Alemanha, as chances de o livro tradicional, o
impresso, ser engolido pelo digital são poucas, sendo que o e-book nem chega
sequer a 5% do consumo, portanto insignificante. Um dos factores pode ser a lei
que regula o mercado pela política do preço fixo, colocando o livro em papel e o
digital ao mesmo preço, o que provavelmente dá vantagem ao formato tradicional.
Seja como for, na hora de investir na produção do livro impresso, há que levar
em conta que irá custar o mesmo preço que a sua versão digital, pelo que o
equilíbrio deve imperar.
E por falar
em consumo, o leitor alemão prefere romances, depois vem mais ou menos o conto.
E quando se fala de literatura alemã, eles incluem também a Suiça e a Holanda,
onde se fala/escreve na língua da tia Merkel.
Quanto à
literatura estrangeira, consome-se alguma, muito pouca, que chega da Itália e
França e traduzida por editoras locais. A única referência de Portugal foi
enquanto lugar da cena de uma obra escrita por autora oriunda do antigo bloco
soviético, ou seja, até dentro do espaço Europeu as pontes de diálogo
intercultural através do consumo de livros ainda são muito frágeis. Os
países/autores de expressão inglesa acabam obviamente beneficiando da posição
mundial da língua. Foram citados alguns nomes da Ásia. Obras africanas também
praticamente não são "conhecidas".
Quanto à
tradução é outro desafio, uma área em que os profissionais se queixam da
subvalorização, já que são pagos uma única vez, quando por vezes o livro vai
ser um sucesso mundial de vendas.
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Caro Patissa, esqueceu-se de referir um país de língua alemã que tem dado grandes nomes à literatura desta língua: a Áustria. Entre estes nomes contam-se os de Arthur Schnitzler, Thomas Bernhard, Peter Handke, Franz Kafka, Rainer Maria Rilke e Karl Kraus, entre outros.
O alemão é a língua oficial da Áustria e é falado pela esmagadora maioria da população do país sob diversas formas dialetais. Há incomparavelmente mais falantes de alemão na Áustria do que na Holanda. Na Bélgica, o alemão também é língua oficial, a par do flamengo (holandês) e do francês, mas só é falado por uma pequena minoria junto à fronteira com a Alemanha. Em vários países do centro e leste da Europa também existem minorias germanófonas, como a República Checa, a Eslováquia, a Ucrânia e, sobretudo, a Rússia.
Desejo-lhe uma boa estadia em terras da tia Ângela, apesar do frio que começa a apertar. Quase que aposto que está a gostar da Alemanha, embora Frankfurt não seja propriamente a cidade mais acolhedora do país. Munique é mais.
Muito grato pelo acréscimo, caro Fernando. Está certo. Áustria é de facto o que aqui o amigo partilha. Agora me lembro também bde tr lido que Hitler era de lá oriundo. Um abraço
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