Num espaço de 55 minutos conduzido pelo
radialista Zacarias Capoco, o representante da União Nacional dos Artistas e
Compositores (UNAC), Chico Sandro, o professor David Calivala e o escritor
Gociante Patissa abordaram a situação dos direitos do autor, tendo como pano de
fundo a entrada em vigor da Lei 15/14, de 31 de Julho, da Protecção dos
Direitos de Autor e Conexos nas áreas das Artes, Literatura, Ciência. A
mesa-redonda foi da iniciativa da Rádio Mais, na cidade do Lobito, no sábado,
dia 30.05.15
domingo, 31 de maio de 2015
sábado, 30 de maio de 2015
Crónica | Em que estou a pensar? No milagre das rosas...
Texto:
Arlindo Macedo (cedido pelo próprio)
Meu
amigo enviou um e-mail contando o milagre dele, mas não das rosas, sim do
carro. Vou repassar:
«Pela primeira vez na minha vida, por curiosidade, na semana passada fui a uma reunião da tão criticada Igreja Universal para ver como é que aquilo era.
O Pastor aproximou-se do lugar onde eu estava. Olhou-me fixamente e, apontando-me o dedo, disse “ajoelha-te, irmão!”. Ajoelhei-me, ele colocou então as mãos na minha cabeça e clamou em voz alta: “Você vai caminhar, irmão”. Eu respondi-lhe baixinho: “Mas não tenho nenhum problema de locomoção”. Ele nem ligou e continuou, agora gritando: “Irmão, você vai caminhar!!!”. Toda a Assembleia, com as mãos ao alto, começou a gritar e a chorar: “Ele vai caminhar! Ele vai caminhar!!!”
«Pela primeira vez na minha vida, por curiosidade, na semana passada fui a uma reunião da tão criticada Igreja Universal para ver como é que aquilo era.
O Pastor aproximou-se do lugar onde eu estava. Olhou-me fixamente e, apontando-me o dedo, disse “ajoelha-te, irmão!”. Ajoelhei-me, ele colocou então as mãos na minha cabeça e clamou em voz alta: “Você vai caminhar, irmão”. Eu respondi-lhe baixinho: “Mas não tenho nenhum problema de locomoção”. Ele nem ligou e continuou, agora gritando: “Irmão, você vai caminhar!!!”. Toda a Assembleia, com as mãos ao alto, começou a gritar e a chorar: “Ele vai caminhar! Ele vai caminhar!!!”
Mais uma vez, tentei explicar que não tinha nenhum problema com meus membros inferiores, mas foi em vão. Ele nem ouvia. Cada vez mais forte e com mais energia, ele repetiu: “Você vai caminhar!!!”, enquanto a Assembleia entrava em transe gritando ainda mais forte: “Irmão, você vai caminhar!!!”
Sem saber o que fazer deixei-me ficar quieto até ao fim da sessão. Quando o acto acabou, deixei a Assembleia e, acreditem ou não, o pastor tinha razão: Tinham-me fanado o carro!!!...»
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Citação (3)
"Casamento que vale mesmo é o primeiro. É
o casamento feliz. Alguém duvida disso? Uma pessoa que casa pela segunda vez,
assim, deve ter problemas. Vocês acham que a pessoa que vai no segundo
casamento deve ser boa pessoa?" (de uma conservadora dos Registos do
Lobito quando orientava acto de celebração de matrimónio civil. 28/05/15)
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Citação (2)
"Um solteiro quando viaja, até outros
governos o vêem como suspeito a partir do momento que lêem no seu documento o
estado civil de solteiro. O casado é que é 'senhor'"(de uma conservadora
dos Registos do Lobito quando orientava acto de celebração de matrimónio civil.
28/05/15)
Citação (1)
"Sua excelência o presidente da república, quando no seu discurso diz 'minhas senhoras e meus senhores', está a dirigir-se àqueles que perante o Estado estão casados. Porque o Estado não tem confiança nos solteiros" (de uma conservadora dos Registos do Lobito, quando orientava o acto de celebração de matrimônio civil. 28/05/15)
Crónica | Nós e a sobrevalorização do telefone
Falo poucas vezes ao telefone. Por mim, até falaria ainda
menos, mas, enfim, escapar é difícil numa sociedade "dependente"
(qual droga) do telefone.
Não é que tenha algo contra a comunicação, não, pois até
tenho um activo bicho da comunicabilidade. O que me incomoda é dar-se ao
telefone um estatuto passível de fazer tábua rasa a outras práticas e valores.
Por exemplo, o senso comum indica que as 24 horas do dia
estão mais ou menos repartidas em três blocos, sendo oito para dormir, oito
laborais e oito para desfrutar. Isso faz sentido, de tal modo que ninguém vai
bater à porta do outro às altas da noite para saber de questões laborais,
salvas as justificadas excepções. Era assim até surgir algo chamado telemóvel.
Já não há espaço temporal privado. E nisso, as operadoras
de telefonia móvel "ajudam" com as suas campanhas de chamadas
pretensamente grátis da meia-noite às cinco da manhã ou os planos mensais. E
quem é que ganha de verdade com isso? O especialista em otorrinolaringologia.
Há ainda aqueles casos de estarmos sempre alegadamente às
pressas (o que nem sempre é bem verdade). Aí, a pessoa saúda-te, diz que
precisa de falar contigo e que... vai ligar mais tarde. Podia muito bem falar
naquele instante mas, para não variar, deixa tudo para tratar ao telefone, mais
tarde, altura em que tu poderás estar a conduzir, a ler, a conversar ou
reunido. E se não puderes atender é uma zanga a caminho.
Para quem como eu trabalha em aviação, até de madrugada
ligará sempre alguém, como se levássemos o balcão de atendimento para casa.
Outra coisa que me incomoda é a tendência de anular o sentido da palavra, que
de tão nobre vinha sendo ao longo dos séculos um indicador de bom carácter e
educação de familiar.
No outro dia, no final de um pequeno curativo, pedi ao
enfermeiro que marcasse a hora para a sessão seguinte. E ele de facto marcou,
mas "olha, antes me liga para confirmar, o meu número está mesmo no cartaz
à porta". Mas, caramba, pensei cá comigo, se isto é uma instituição com a
natureza que tem, por que raio teria eu de telefonar para o enfermeiro, quando
já chegamos a acordo quanto ao horário? E a palavra, o sentido de compromisso
não servem? Ocorreu-me logo uma imagem institucional de desorganização.
O telefone, fixo ou móvel, é um importante meio de
comunicação, do mesmo modo que o são a carta em papel, o correio electrónico e
qualquer outra forma de interacção. Nem um pouco mais nem um pouco menos. Em
pequeno, passei muito tempo a desempenhar o papel de carteiro do meu pai, muito
dado a comunicar-se com familiares e inclusivamente com individualidades
ligadas ao seu trabalho. Não tivemos telefone em casa e nem por isso faltava
ele à comunicação.
Gociante Patissa, Benguela 28.05.15
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Anedota (que ao menos sirva para fomentar o auto-rigor)
18 professores da Universidade Agostinho Neto
foram ditos para sentar em um avião. Quando eles estavam todos sentados e o
avião estava para descolar, eles foram informados que o avião foi feito pelos
próprios estudantes. Todos correram
rapidamente para fora do avião deixando apenas um e único professor que
permaneceu sentado confiante. E quando lhe perguntaram porque que ele ainda
estava sentado ele disse: "se este avião foi feito pelos nossos próprios
alunos, acredita, nem se quer vai decolar."
Fonte: rede social, conforme partilhado em
comentário pelo cidadão Jair
Rangelterça-feira, 26 de maio de 2015
Crónica | Quando falta protecção ao protector
Ao
ouvir as palavras da directora da Rádio Mais na província do Huambo, que falava
à reportagem da TV Zimbo a propósito da invasão e consequente vandalização, em
plena luz do dia, dos meios de trabalho da Redacção da também conhecida
"Rádio da Nova Angola", ficou-me a ligeira impressão de que a causa
profunda teve a ver com a (in)definição das tarefas de um protector físico. A
senhora disse mais ou menos – e cito de memória – que o guarda estava a fazer
um outro trabalho na casa ao lado, momento aproveitado pelo invasor para levar
a cabo os seus intentos.
Ora,
o previsível seria ouvir que se devesse a uma eventual negligência do protector
físico do edifício, o famoso “abandono do posto”. Mas parece que não. Sendo
certo que para uma melhor leitura do quadro, só estando no terreno, é
inevitável entretanto inferir que neste “estar a fazer um trabalho ali ao
lado”, fica-se com a clara ideia de ter sido dada ao guarda uma tarefa muito
provavelmente secundária ao seu verdadeiro papel.
É
uma hipótese que sugere voltarmos à sociológica necessidade de repensar o país
em geral quanto ao estado do exercício da segurança privada patrimonial,
actividade que é tão-somente tida como complemento do policiamento na segurança
pública.
Foi
no ano passado, se estou bem recordado, que uma reportagem bem conseguida da
Rádio Benguela despertou a atenção da sociedade para as precárias condições dos
seguranças, que passam muitas horas em pé, alimentam-se em horários irregulares
e muitas vezes sem acesso a casas de banho para as suas necessidades
fisiológicas. "Protector", "efectivo",
"operativo", "maior", "segurança",
"ango-segu", "guarda", a lista de títulos destes
pára-militares do sector privado é interminável. A sua tarefa é que não é,
contudo, das mais bem definidas.
O
que se assiste na maioria dos casos, com maior incidência para
residências, é que são eles que cuidam de ligar o gerador quando a energia
geral falha, retiram do carro a botija de gás, o saco de carvão, hortaliças e
demais compras quando o patrão chega, abrem e fecham o portão 24 horas por dia.
Afinal é para serem guardas ou empregados domésticos? Por um lado, os excessos
do cliente, que os vê como “pau” para toda e qualquer obra enquanto, por outro
lado, enfrentam as parcas condições de trabalho, onde os turnos são prolongados
por mais de um dia, de vez em quando, em função do défice de recursos humanos.
Boa
parte deles ex-militares desmobilizados, outros nem tanto, deixam as suas casas
para o trabalho, que é suposto oferecer guarnição, geralmente a imóveis, sejam
residências ou instituições. São pagos (geralmente muito abaixo do que
mereceriam) para assegurar a integridade física do posto em que são colocados,
não se isentando de ressarcir o que se der por desaparecido durante o turno.
Não
seria já altura mais do que certa para se pensar em algum tipo de sindicato ou
associação socioprofissional? Bom dia!
Gociante
Patissa, Aeroporto Internacional da Katombela, 26.05.15
domingo, 24 de maio de 2015
Lançado em Lisboa pelo jornal PÚBLICO | LIVRO SOBRE OS 800 ANOS E O FUTURO DO PORTUGUÊS INCLUI SEIS AUTORES ANGOLANOS
Filipe Zau, Gociante Patissa, Kajim Ban-Gala, Luís Fernando,
Paulo de Carvalho e Salas Neto representam Angola numa colectânea de artigos,
entre ensaios, crónicas e até de opinião sobre o futuro da língua portuguesa,
dossier organizado pelo jornal português, PÚBLICO, por ocasião dos 800 anos da
língua europeia, assinalados em 27 de Junho de 2014. O livro intitula-se “800 anos, O Futuro da Língua Portuguesa” e foi
lançado no passado dia 6 de Maio na sede da CPLP, em Lisboa.
A inclusão dos autores angolanos no projecto impulsionado
pelo “Movimento 2014 – 800 anos da Língua Portuguesa” deu-se por intermédio de
um acordo entre o Semanário Angolense, dirigido por Salas Neto, que publicou
originalmente os textos de colunistas e colaboradores, e o periódico português,
PÚBLICO, que os veio a retomar.
Na sua página do Facebook, Salas Neto, que presenciou o
lançamento, indica que “representantes de todos os países lusófonos convidados
como jornalistas aos eventos comemorativos, num total de 15, assistiram a uma
«oração de sapiência» sobre como fazer um bom jornal, proferida por vários
membros da entidade anfitriã”. Realçou ainda que somente dois órgãos de
comunicação social angolanos participaram, sendo o segundo o Semanário Económico,
representado pelo director-adjunto, Mateus Cavambo.
Como é evidente, a iniciativa do PÚBLICO em oferecer aos
leitores do espaço de língua portuguesa esta plataforma de reflexões sobre o
futuro da língua, diversificando as perspectivas, representa um importante
desafio por uma humanidade mais inclusiva.
Gociante Patissa, Benguela 24.05.15
Diário | Uma causa sem ideologia?
Uma causa sem ideologia? Foi
a questão que me coloquei a mim mesmo logo que tive acesso às notícias que
davam conta de que o grupo armado "Estado Islâmico" assumia a autoria
do ataque à bomba, no passado dia 22/05, a uma mesquita xiita no leste da
Arábia Saudita, com o saldo de feridos e mortos que isso implica.
Sobre
o grupo fundamentalista e a sua extensa lista de acções antropófagas já
chegamos ao limite do surreal no que se podia assistir nesta era cibernética.
Na minha condição de observador leigo em matéria de ciências políticas, julgava
que o grupo sonhasse com a implantação de um estado islâmico na região. É o que
o nome do movimento dá a inferir. É
o que a destruição de patrimónios materiais e imateriais de outras culturas
transmite.
É claro que nenhuma retórica de ideais e humanismo faria sentido
quando a prática diária é brutal. E não sendo possível outro sentimento que não o repúdio diante de tanta barbárie, ficava a ingénua esperança de que lhes
restasse um mínimo sentido de reserva ideológica, algo que se lhes afigurasse
sagrado, digno de ser poupado. Ora, a existir, esta reserva seria a religião, o
islão e seus espaços sagrados, que por sinal são milenares e espalhados um
pouco pelo mundo.
Parece-me
a mim que esta explosão por um homem armadilhado dentro de uma mesquita, o
templo do islão, em pleno horário de adoração, tão depressa reivindicada como
victória (o que vincula o núcleo do EI), só vem reforçar a ideia de que o
"Estado Islâmico" é movido por uma causa cuja ideologia é a
demonstração de força bélica, nada mais. E uma causa sem ideologia é estéril.
Gociante
Patissa, Aeroporto Internacional da Katombela, 24.05.15
sábado, 23 de maio de 2015
Sobre teatro e cidadania | Festival São Filipe Benguela-2015 encerra amanhã
A associação provincial de teatro de Benguela
(Aproteb) leva a cabo desde quinta-feira última, 21/05, o "Festeatro São
Filipe Benguela-2015", que inscreve no seu programa de actividades a
exibição de peças teatrais nas cidades de Lobito, Catumbela e Benguela, bem
como a capacitação de actores, com o teatro ao serviço do exercício da
cidadania.
O evento fecha as portas no domingo, 24/05, no
Cine Monumental, estando em cartaz "A Victória", do grupo Bismas,
"Adeus à Hora da Largada", do grupo Horizonte D'Artes, e "Amor à
Primeira Voz", do grupo Protevida.
Falando em exclusivo ao Blog Angodebates
a propósito do tema do "Festeatro", o responsável da
Associação Provincial de Teatro de Benguela, Esteves Quina, qualificou de
"muito forte" a relação entre o teatro e a cidadania.
"Porque em todas as peças que escrevemos e
montamos, o objectivo é mesmo alertar os cidadãos sobre os fenómenos que estão
a acontecer. E sobretudo porque o nosso principal alvo é mesmo o cidadão, os
aspectos culturais que se vão perdendo", afiançou o também actor do
Colectivo de Artes Ombaka, para de seguida acrescentar: "O grupo do Bié,
por exemplo, trouxe o realce da essência do papel das autoridades
tradicionais".
Esteves Quina mostrou-se satisfeito pela adesão do
público, com uma média de 300 assistentes só nos dois primeiros dias. Revelou
ainda que as entradas deixaram de ser grátis nesta altura, passando para
"um preço simbólico de 500 kwanzas", de modo a colmatar pequenas
lacunas logísticas, "uma vez que vieram grupos convidados de Luanda
(Protevida) e Bié (Omãlã vetu veya)." Outros grupos intervenientes são:
Tweya, Tcha kwokwo, Monumental Teatro e Bem-Amados.
O "Festeatro São Filipe Benguela-2015" marca
também o fim do ciclo de um projecto da Aproteb que durante seis meses contou
com o financiamento da Adra, ONG angolana, através da linha da União Europeia
que visa o reforço de capacidades do sector não estatal.
Benguela, 23.05.15
Diário | Crónico viajante
Há uma parte de mim que eu muito invejo. Com o
onírico alimenta-se e só ele faz agenda. Esta parte muito em mim não se deixa
controlar, conformar, medir. Nem pára quieta. Quanto a isto, não há volta a
dar. Faz-se à estrada o tempo inteiro, constantes ciclos de renovação. Às vezes
me falta o tempo, e ela parte livre de minhas preocupações. Não lhe prende o
fraco orçamento, o dever laboral, a burocracia migratória. Há esta parte de mim
que muito invejo, talvez porque nem eu próprio controlo.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Oratura | Sumi ou "Sumé", um monte que tem tudo para ser enigmático
Sou dos que têm preferido uma postura contemplativa quanto aos acontecimentos de 17 de Abril no monte Sumi (ou será Sumé?), município da Kahala, província do Wambu, desde logo pela nebulosidade que paira sobre o que realmente se passou no confronto entre as forças da ordem e os fiéis da Igreja de Kalupeteka (também não uso a palavra seita, considerando haver tantas e várias denominações religiosas na mesma condição de aguardarem por um posicionamento do Ministério da Cultura, em causa a requisição de legalização). Dados oficiais quantificam nove agentes policiais assassinados e 13 civis da outra parte. Sou também dos que deploram a violência e seus efeitos colaterais, o que independe de quem a pratique, esperando que a justiça cumpra o seu papel . Posto isto, vou para o que nos traz hoje. O nome do monte que foi palco da tragédia vem surgindo na imprensa, à boa maneira angolana no que respeita à toponímia. Ora Sumi, ora Sumé. É a velha questão do desleixo de uma sociedade e a arbitrariedade oficial quando se trata de nomes e ou substantivos nas línguas africanas, onde o proverbial e a parábola são ignorados. Partindo de novo por um exercício de especulação, na hipótese de ser uma palavra na língua Umbundu, exclui-se a possibilidade de ser Sumé por dois motivos: (a) são raras, se é que existem, as palavras com terminações silábicas tónicas e (b) não se vislumbra para já uma imagem que se possa associar à palavra "sumé" como sendo o seu significado. Depois de ouvir várias fontes, algumas das quais com raízes naquela região, parece evidente que seria Sumi, o modo imperativo do verbo “okusuma” (adivinhar), pronunciado de maneira silabada [su-mi]. Aqui chegados, até parece que o nome do monte foi profecia concebida para os tempos de hoje, pois, meus amigos, não havendo relatos de testemunhas oculares sobre o que realmente se passou... “Sumi!”, quer dizer, adivinhem!
Gociante Patissa, Benguela 21.05.15.
Gociante Patissa, Benguela 21.05.15.
Ndaka Yo Wiñi considera cantar na Expo-Milão "um privilégio e responsabilidade"
Ndaka
Yo Wiñi integra a delegação de artistas que parte nas próximas horas para
animar o Pavilhão de Angola na Expo-Milão 2015, Itália, onde o nosso país
procura dar visibilidade, no plano do intercâmbio internacional, às suas
potencialidades económicas, tecnológicas e culturais. A Expo decorre entre 1 de
Maio e 31 de Outubro.
Na
noite de 25 de Maio, Ndaka e a sua banda terão 20 minutos de palco. Seguir-se-á
outro gigante cosmopolita na tradição oral e musical africana do grupo étnico
Cokwe, Gabriel Tchiema, para uma hora de espectáculo. O programa dos festejos
da Semana de África, de 22 a 28 de Maio, inclui ainda a Orquestra Kaposoca e o
grupo de dança Kina KuMoxi (em Kimbundu, dançar juntos).
Ndaka,
que em 2012 teve na Bienal de São Tomé e Príncipe a sua primeira
internacionalização, contou ao Blog Angodebates o que para a sua carreira
representa a presença na Expo Milão 2015. "Esta oportunidade representa um
enorme privilégio, responsabilidade e força de seguir em frente com o meu
trabalho e cumprir com zelo a missão cultural", sublinhou o músico.
O
repertório serve de antecâmara ao álbum “Olukwembo", que o jovem tem na
forja, sempre visando divulgar ritmos tradicionais africanos, através da sua
fusão com outros mais contemporâneos e comerciais. A título de
exemplo,"Pasuka", que na língua Umbundu quer dizer
"acorda", funde kilapanga com soul jazz, enquanto
"Sandombwa", o noivo também em Umbundu, casa a masemba com a rebita. Segundo
o artista, o álbum está sendo gravado em Angola, França, Portugal e Senegal.
Com
algumas aparições em programas televisivos (embora sem videoclips) e presença
em casas nocturnas intimistas, Adriano Xavier Docas, que traduz a sua missão no
cognome Ndaka Yo Wiñi (em Umbundu, A Voz do Povo), nasceu em 1981 no Lobito,
província de Benguela. A residir em Luanda há quatro anos, procura tirar
proveito das experiências que a vida lhe proporcionou nas províncias do Huambo
e Cabinda, com passagens pelo canto tradicional rural, canto religioso e algum
RAP na adolescência.
"Os
meus avôs maternos eram percussionistas e bailarinos tradicionais e mestres de
cerimónia de toda a comuna do Kwima, isto no Huambo, suas origens. Em 1988
fui residir no mato onde apreciava todas cerimónias e frequentava o pasto e a
lavra, vendo a minha gente entoar canções de consolo", conta Ndaka Yo
Wiñi.
Não
lhe faltando exemplos de consistência, tais como Gabriel Tchiema, Jacinto
Tchipa, Sabino Henda, Duo Canhoto, entre outros, Ndaka Yo Wiñi é cultor de um
segmento musical acústico relegado para segundo plano pelas tendências do nosso
mercado, que prefere antes o electrónico, o conteúdo oco e a redundante lei do
menor esforço.
terça-feira, 19 de maio de 2015
Diário | O prumo
A integração, sendo algo cujo êxito depende
determinantemente da aceitação do "outro", implica uma relação de
equilíbrio entre as partes, num encontro de idiossincrasias e tantas outras
referências neste campo das visões, identidades e, até mesmo, interesses. O que
parece pouco construtivo é, no encontro de visões, uma das partes, qualquer que
seja ela, impor (por dócil que seja a forma de expressão) a definição de
pilares para se posicionar no plano universal, como se houvesse um global menos subjectivo do que o local no que
respeita a práticas culturais. Dizer que os valores não podem ser vistos como
algo que dependa dos continentes, numa retórica que por sua vez mais não é do
que impor a idiossincrasia da comunidade de que o autor é originário, parece contraditório.
Na construção da imagem do mundo, o elementar é que o "outro" não
perca de vista o prumo, este prumo chama-se noção de limites. Não venha um
negar a crença do outro, tendo como antítese apenas a sua própria compreensão
do cosmos.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Em Benguela | Yuri da Cunha de volta como intérprete
Visivelmente com uma gigantesca máquina de publicidade e
marketing no substrato, Yuri da Cunha pôs o quintal da Rádio Morena apinhado
de gente, onde esteve a autografar o seu mais recente álbum intitulado "O
Intérprete". Como se pode depreender do conceito, Yuri junta neste
trabalho temas já conhecidos de outros autores, cantados por si, onde se inclui
o sucesso «Kaquinhento», de Robertinho.
Fica-se com a impressão de o músico procurar, com este trabalho, ressurgir em grande
depois daquela polémica do álbum "Yuri da Cunha Canta Artur Nunes",
onde o jovem terá sido induzido em erro pela cedência irregular que lhe foi
feita por uma irmã do já falecido Artur Nunes, quando afinal, em termos de
direitos de herança, ela não podia chamar a si a exclusividade do património,
havendo em vida a mãe e outro irmão de Nunes. É uma espécie de desmistificar a
conotação negativa que da polêmica se atribuiu de maneira generalizada ao acto
de gravar e vender disco com temas alheios, quando a questão de base devia
cingir-se à legitimidade e legalidade da cedência.
Da nossa parte,
que não ouvimos o disco "O Intérprete" na íntegra, a impressão é
globalmente positiva, com os gostos a recaírem também para aquele tema cujo
coro incorpora um trecho do tema conhecido inicialmente através do brasileiro
Alexandre Pires. Yuri é de talento inquestionável, uma persistência
assinalável, com apadrinhamento de dois astros do semba, Paulo Flores e Bonga.
domingo, 17 de maio de 2015
Benguela acolheu sessão de autógrafos do cd «O Meu Lado Gumbe», de Filipe Mukenga
À semelhança do Duo Canhoto e Totó, o veterano
Filipe Mukenga esteve presente na manhã deste sábado, 16/05, com a simplicidade
que lhe caracteriza, na sua banca improvisada no jardim do Largo D’África, na
cidade de Benguela, a vender e autografar o seu álbum que atende pelo título
autobiográfico de «O Meu Lado Gumbe», sendo Gumbe o nome próprio do artista.
Mil kwanzas foi quanto custou cada exemplar, que em princípio poderá ser adquirido junto dos serviços da Rádio Benguela, pela mão de quem Mukenga veio.
Entre os êxitos dos seus mais de trinta anos de carreira, alguns dos quais em dueto com Filipe Zau, Mukenga universalizou-se pela reinterpretação do tema Humbi-humbi, recolhido do cancioneiro popular Umbundu, ao que lhe deu uma cadência de Jazz.
Mil kwanzas foi quanto custou cada exemplar, que em princípio poderá ser adquirido junto dos serviços da Rádio Benguela, pela mão de quem Mukenga veio.
Entre os êxitos dos seus mais de trinta anos de carreira, alguns dos quais em dueto com Filipe Zau, Mukenga universalizou-se pela reinterpretação do tema Humbi-humbi, recolhido do cancioneiro popular Umbundu, ao que lhe deu uma cadência de Jazz.
Duo Canhoto em Benguela | um regresso feito pelo «Lado Esquerdo»
O CD de originais intitulado "LADO
ESQUERDO", do Duo Canhoto, esteve a ser comercializado ao preço de mil
kwanzas, na manhã deste sábado, 16/05, acto que teve lugar no jardim Largo
D’África, no município de Benguela. Quem para lá se deslocou teve ainda a oportunidade
de obter o autógrafo de Ekwikwi e Mito, os autores. "LADO ESQUERDO" é
também, ironicamente, o primeiro álbum de um conceituado grupo angolano de trova constituído na década de 80 e que conta com um palmarés
recheado de victórias em concurso de trova e várias actuações no país e no
estrangeiro. Ouvir o CD, que ao que consta pode ser adquirido junto do pessoal
da Rádio Benguela, responsável por esta vinda do Duo Canhoto, é uma
oportunidade de fugir um pouco do enjoativo "pronto a vestir", que a
nossa ribalta tanto venera. São cultores de acústico e recolha e divulgação da
tradição oral e musical angolana, com um toque de universidade. Muito mais
nosso em termos de identidade do que um amontoado de ritmos sintéticos que nos
obriga a bater com o traseiro. A dupla Ekwikwi e Mito tem várias coisas em
comum, a destacar o facto de serem mesmo canhotos, terem iniciado a tocar o
instrumento harmónico viola aos quinze anos e, ainda, o facto de se terem
afirmado no exército. Com dez faixas musicais, o álbum teve a produção
executiva de Carlos Lopes, que na nota de apresentação sublinha: “Lado Esquerdo
expressa um elevado sentimento deste duo, por sinal muito esquecido e pouco
valorizado, onde a qualidade musical em várias das suas vertentes é sem dúvida
nota marcante.
Gociante Patissa
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Diário | Sempre pouco
Nem corpo nem cor nem rosto. Apenas tinha um
nome e uma força superior aos nossos receios, aos nossos medos, ao nosso
direito ao sossego. Movia-nos, ainda adolescentes, para a desesperança, para
sonhar ao menos com metade do prato. Sim, chamava-se fome. Era o nome dessa
coisa que nos levava ao porto do Lobito, corria o ano de 1995. O porto costuma
ter um pouco para cada um. Adolescentes fugidos da escola, uma vez no recinto
portuário, onde não éramos para já bem-vindos, usávamos do arrojado inglês em
busca de milagres, um dos quais um agente da autoridade migratória. Iniciava um
diálogo em inglês, mas dominava uma linguagem ainda melhor, a que lê o estado
de alma. Numa inesquecível eficácia, usava da sua influência para, junto de
navios, conseguir qualquer coisa e com isso aliviar a fome com alguns
quilogramas de peixe fresco. Sempre que precisar, meu puto, estou cá para isso.
E era de graça. Cada encontro promovia o adolescente a provedor da refeição na
família, com um agregado nunca inferior a dez. Voltei a ver hoje o agente, já
fora da corporação. Ainda a mesma postura atlética, português caprichado, mas
com indisfarçável suor do peso da vida. Voltei a dar-lhe qualquer coisa, um
nota de dois mil kwanzas. O que no momento tinha. Será sempre pouco.
Gociante Patissa, Benguela 14.05.15
terça-feira, 12 de maio de 2015
Chama-se «O APITO QUE NÃO SE OUVIU» | Livro de crónicas de Gociante Patissa chega ao mercado em breve
Finalizados
que estão os arranjos editoriais, já cozem neste momento ao forno para voltarem
pegadas as 100 páginas do livro intitulado «O Apito Que Não Se Ouviu», o sexto
da safra de Gociante Patissa e o primeiro no género crónica. A obra reúne, na
óptica do autor, os melhores textos do seu blogue, visando desta forma
assinalar o oitavo aniversário de uma produção apaixonada nesta plataforma
alternativa, no período compreendido entre 2006-2014, onde o literário, o
jornalístico e o activismo cidadão se entrelaçam constantemente. No plano
temático, as crónicas estão repartidas em três capítulos, nomeadamente VIAGENS
(oito textos), POR DENTRO DA NOSSA GENTE (20 textos) e NA VIA (nove textos).
FRAGMENTOS DO HISTORIAL
«Surgiu
com o endereço www.angodebates.blogspot.com o blog Angola Debates & ideias,
em Agosto de 2006, denominação influenciada por um programa radiofónico semanal
de mesa-redonda e debates sobre o exercício da cidadania e a saúde pública, que
o autor realizava e conduzia através da Rádio Morena Comercial sob iniciativa
da AJS, organização da sociedade civil angolana com sede no Lobito.
Inicialmente
dedicado ao resumo e pinceladas aos assuntos debatidos, o blog, sem deixar de
ser generalista, não tardou a encontrar a sua linha de marca. Tinha falado mais
alto o bicho de «cronicar». Os textos acabavam publicados também na secção de
escrita criativa do «Boletim A Voz do Olho», de produção quase artesanal e
distribuição incipiente, igualmente projecto informativo, educativo e cultural
mensal da AJS, do qual foi o Coordenador Editorial (...)
Na
imprensa convencional, algumas crónicas foram retomadas pelo Semanário
Angolense, Jornal Cultura, bem como pela Revista Tranquilidade, do Comando
Geral da Polícia Nacional, com a qual o autor teve uma curta colaboração.»
Obras do autor:
—
CONSULADO DO VAZIO (poesia), KAT - Consultoria e empreendimentos. Benguela,
Angola, 2008.
—
A ÚLTIMA OUVINTE (contos), União dos Escritores Angolanos. Luanda, Angola,
2010.
—
NÃO TEM PERNAS O TEMPO (novela), União dos Escritores angolanos. Luanda,
Angola, 2013.
—
GUARDANAPO DE PAPEL (poesia), NósSomos. Luanda, Angola / VN Cerveira, Portugal,
2014.
—
FÁTUSSENGÓLA, O HOMEM DO RÁDIO QUE ESPALHAVA DÚVIDAS (contos). GRECIMA.
Programa Ler Angola. Luanda, Angola, 2014.
Participação em antologias:
—
III ANTOLOGIA DE POETAS LUSÓFONOS. Folheto Edições, Leiria, Portugal, 2010.
—
CONVERSAS DE HOMENS NO CONTO ANGOLANO – Breve Antologia (1980-2010). União dos
Escritores Angolanos, Luanda, Angola, 2011.
—
BALADA DOS HOMENS QUE SONHAM – Breve Antologia do Conto Angolano (1980-2010).
Clube do Autor, Lisboa, Portugal, 2012.
—
DI VERSOS – POESIA E TRADUÇÃO, N.º 18. Edições Sempre-em-pé. Maia, Portugal,
Fevereiro, 2013.
—
A ARQUEOLOGIA DA PALAVRA E A ANATOMIA DA LÍNGUA – ANTOLOGIA POÉTICA. Movimento
Literário Kuphaluxa. Maputo, Moçambique, 2013.
Distinções
—
Membro Efectivo da União dos Escritores Angolanos.
—
Laureado do Prémio Provincial de Cultura e Artes 2012, categoria de
Investigação em Ciências Sociais e Humanas, outorgado pela Direcção de Benguela
da Cultura, pelo contributo na divulgação da língua e cultura Umbundu através
do conto e novas Tecnologias de Informação e Comunicação.
—
Vencedor do “FESTIVAL DE ARTES” da Sonangol EP 2014, categoria de poema.Diário | Just a question
Pelo prisma do desempenho através dos meios de
comunicação social, pode-se dizer que há alguma diferença entre um
"analista político" e "activista político"? A haver, em que
consiste esta diferença?
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Trecho de um hino evangélico na língua umbundu
okuti kilu lyeve ndukombe
ndipita ombamba
ndonelehõ yakala lomenle
kekumbi ka yi ko vali
yowuka lutanya
mwapita ofela
noke yaloluka»
TENTATIVA DE TRADUÇÃO
Que eu não me esqueça
de que sou hóspede na face da Terra
de efémera passagem
como a flor que sorriu de manhã
De tarde não se viu
com o sol murchou
o vento bateu
e ela ruiu.
Citação
"Cada letra que se aprende é uma lâmpada que se acende." (de um dirigente desportivo que falava hoje à RNA a propósito de um seminário no sector)
domingo, 10 de maio de 2015
Retrato itinerante
Pela vidraça
do turista
três
pescadores
dois a remar
tão certos
da partida
como não é
da canoa parar
Sungas e
peitos desnudos
picanha ou
acarajé
o suor
perdeu-se nos trapos
a chuva
inflama os graus
está visto
um pouco
mais a leste
grudadas
casas da altura da girafa
Boceja agora
o sol
no pátio da
capelinha
um pouco
abaixo do nível da favela
por lá não
se ouve Mandela
por cá a
maré promete
E some a
canoa da vista
para lá do
salvador farol
partindo as
ondas
ao compasso
das asas
do pássaro
que no cipó se acoita.
Mestre é o
mar
tácita
bênção de mulher
é de noite
que se ganha o dia
o pão e amar
na Bahia.
Gociante
Patissa, Salvador da Bahia, Brasil, 6 de Dezembro de 2013
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Do arquivo
o meu Cartão de Morador do bairro Santa Cruz,
pertencente à comuna do São João, zona 4, Lobito, datado de 2006. Hoje, o
bairro que me acolheu entre 1987-2008 foi engolido pela Katombela, no quadro da
sua ascenção de comuna para a categoria de município. Na minha cabeça e na
soberania das memórias de infância, adolescência e juventude, Santa Cruz será
sempre um bairro do Lobito, tendo Akongo, do estádio do Buraco (da Acadêmica
Petróleos) uma subzona hahahaa
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Diário | Na colectividade está o remédio
Voltei esta tarde à praia da Caotinha, que
deixei de visitar em 2003, ou 2004 salvo erro. Ficou-me sempre a vontade de lá
voltar e reavivar a minha memória turística do local, o que vinha sendo
impossível dada a natureza ligeira e raquítica do meu carrito. Há um ditado
Umbundu segundo o qual "nda ovela, leñalenã; komanu kuli ovihemba", o
que em português seria qualquer coisa
como "se estiveres doente, vai gemendo; na colectividade está o
remédio". E assim foi. Ao meu pedido interesseiro para uma alma com alma
turística e Jeep para me "boleiar", dois amigos manifestaram-se muito
prontamente, designadamente Armando Graça,
que cutucou a amiga Maria Gomes, que por sua vez providenciou uma
boleia e um motorista de luxo, de génese, extensão de si mesma. Logo que possa,
divulgo fotos.
Recomendo vivamente
Para quem pode pagar, eu recomendo vivamente os cursos da minha amiga Nancy. Passei também por esta escola em 2005, onde concluí o 6th Stage. Foi uma oportunidade de melhorar o desempenho, principalmente no domínio da pronúncia, pois tive contacto com professores falantes nativos da Língua Inglesa. Vale a pena investir no conhecimento.
domingo, 3 de maio de 2015
Diário | Um pedido interesseiro
A última vez, também a única, que visitei a praia da Caotinha foi por
ali entre 2003-2004, numa excursão turística a convite de um grupo (não
desfrutei grande coisa, pois não me revia na turma). Ficou-me o desejo de
voltar a pisar o lugar para ver se saem algumas fotos de jeito, o que se
intensificou a partir do momento em que passei a possuir um carrito.
Infelizmente, os carritos são sempre ligeiros e raquíticos, e como tal
incapazes de superar a serra acidentada que liga a Caota e a Caotinha. A mais
recente fracassada tentativa foi há pouco menos de duas semanas, da qual voltaria
com o cárter quebrado se insistisse. Há por aí alguma alma com alma turística e um Jeep para me “boleiar”? Cumpra-se hahahah
sábado, 2 de maio de 2015
Exercício de tradução | Tente, pois pode ganhar um livro (exercício feito via Facebook)
Enunciado: são duas estrofes de uma canção festiva Umbundu que marcou a nossa infância e adolescência enquanto plateia do rico encontro cultural para brincar na quadra festiva, praxe da comunidade oriunda do município do Mbalombo, residente no bairro da Santa Cruz, Lobito.
"Ndaile kolonganyo
Kofeka yoviNgangela
Kuli olohamwe
Vilumana nda alimbondwe.
A Suswana
Ku lile vali
Ame syendi vali
Ñala olotembo vyosi."
Nota: As três melhores tentativas de tradução serão recompensadas com um exemplar do livro FÁTUSSENGÓLA, O HOMEM DO RÁDIO QUE ESPALHAVA DÚVIDAS, contos com que Gociante Patissa procura homenagear o bairro Santa Cruz, que lhe deu as agruras para amadurecer e as felicidades para o necessário equilíbrio humano. Tente, que você é capaz.
Chave da prova de tradução (hahaha)
UMBUNDU
"Ndaile kolonganyo
Kofeka yoviNgangela
Kuli olohamwe
Vilumana nda alimbondwe.
A Suswana
Ku lile vali
Ame syendi vali
Ñala olotembo vyosi."
PORTUGUÊS
Fui à procura de trabalho
Em terras dos Ngangela
Há lá mosquitos
Que ferram como vespas
Ó Suzana
Que eu já lá não vou
Vim para ficar.
…………………….