Reza a história que depois de duras pelejas, os seguidores de Maomé conseguiram ocupar aquele terreno da parte leste da cidade de Jerusalém, derrubando a sinagoga dos Judeus, e erigiram duas mesquitas suas. Não se conformando com a perda, mas também sem partir para o derrube das mesquitas agora que têm o poderio militar e político sobre a região, o que causaria certamente uma "guerra mundial", os Judeus limitaram-se a instalar no alçado posterior o que conhecemos por "muro das lamentações", ritual que se caracteriza por orações e um alimentar da crença de que o Messias chegará para repor a justiça.
Um abraço
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Por falar na rivalidade entre Judeus e Muçulmanos, achei na Internet um comentário que vem a propósito: "Não repita suas crenças como se fossem verdade. Já ouviu falar do Alcorão? "Deus" teria escrito dois livros? Muçulmanos dizem que a Bíblia é mentira, cristãos dizem que o Alcorão é mentira. E nessa, ambos se matam há 1300 anos. Não aconteceria se soubessem que se trata de Mitologia."
Caro Gociante Patissa,
Antes de mais, felicito-o pela internacionalização da sua obra e pela viagem. Espero que esteja a aproveitar bem a sua estadia em Israel.
Permita-me, no entanto, fazer um ou dois reparos ao que considero serem incorreções, em que muitas pessoas costumam cair.
Os muçulmanos não dizem que a Bíblia é mentira. De maneira nenhuma. Na verdade, a Bíblia acaba também por ser um livro sagrado para os muçulmanos, porque eles consideram que o Alcorão veio completar, e não contradizer, a Bíblia. Com efeito, para os muçulmanos, o Alcorão veio acrescentar mais alguns preceitos e revelações aos que já constavam na Bíblia, os quais terão sido comunicados pelo Arcanjo Gabriel, enviado por Deus (Alá em árabe), ao profeta Maomé. Pode custar a acreditar mas, para os muçulmanos, Jesus Cristo foi também um profeta, tal como foram profetas Elias, Jeremias, Zacarias e os outros profetas todos do Antigo Testamento.
Se se der ao trabalho de ler o Alcorão, encontrará vários apelos à tolerância, em especial para com os judeus e com os cristãos, porque estes, "embora não sejam detentores de toda a verdade, estão de posse de parte da verdade". Isto mostra até que ponto é que os fundamentalistas islâmicos estão contra o próprio livro que dizem defender! Eles são maus muçulmanos, à luz do próprio Alcorão!
Houve vários templos em Jerusalém, desde o do rei Salomão até ao que foi mandado erigir pelo rei Herodes (esse mesmo que reinava na Judeia quando Cristo nasceu). Este último templo foi destruído pelos romanos ainda durante o séc. I, ou seja, centenas de anos antes do aparecimento do islamismo e da tomada de Jerusalém pelos muçulmanos. O Muro das Lamentações é tudo o que resta do templo de Jerusalém (o de Herodes) e é por isso que ele é tão importante para os judeus.
Grato, caro Fernando Ribeiro, pelos nobres votos e pelo subsídio que traz quanto à questão religiosa. Um abraço
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