quarta-feira, 23 de abril de 2008

Transferiu-se para a Direcção de Programas da Tpa... João Pinto saiu da Ecclesia

Dani Costa (Semanário Angolense, Edição Número 261 de 16 a 26 de Abril de 2008)

Depois de ter resistido a sucessivos acenos de responsáveis dos órgãos de informação estatais, o radialista João Pinto (JP), uma peça chave da Emissora Católica de Angola, está finalmente de malas feitas para a Televisão Pública de Angola (Tpa), conforme apurou o Semanário Angolense.

A posição do radialista, que abre um enorme rombo naquela estação radiofónica, é dada como irreversível, estando consumada a sua disponibilidade para integrar inicialmente a equipa que compõe a Direcção de Programas da única televisão do país, ao serviço da qual poderá apresentar-se já na próxima segunda-feira, 21.

Um dos factores que concorreram para a saída imediata foi a inexistência de um contrato de trabalho entre o jornalista e a Rádio Ecclésia há quase um ano. Durante os últimos 10 meses, JP trabalhou sem nenhum acordo e tentou, por diversas vezes, fazer uma aproximação com a actual equipa directiva da emissora dirigida pelo padre Maurício Camutu. Tanto o sacerdote quanto os seus coadjutores ter-se-ão fechado em copas, de acordo com informações avançadas pelas nossas fontes. Inconformados com a posição tomada pelo colega, que se notabilizou nos debates de sábado e nos fóruns matinais de 4ª feira ao lado do padre Luís Konjimbe, outros jornalistas da Ecclesia ainda tentaram persuadi-lo a recuar, como o fizeram em ocasiões anteriores.

Mas desta vez era tarde de mais… «Temos plena certeza que se a direcção tivesse renegociado o contrato, João Pinto teria permanecido na rádio e não iria à Tpa, como aconteceu agora. O que se passa é que, ao contrário daquilo que pessoas como o bispo Anastácio Kahango têm dito, a direcção da Ecclesia parece mais interessada em sufocar os trabalhadores obrigando-os a abandonarem os seus postos de trabalho», desabafou um radialista da casa.

Durante os mais de 10 anos em que esteve ligado à rádio, JP viu partir vários colegas seus, mas manteve-se sempre fiel ao projecto. Inicialmente, numa fase em que os destinos da Ecclesia repousavam nas mãos do padre António Jaka, actual bispo de Caxito, ele testemunhou, de uma só vez, a saída de jornalistas como Herculano Coroado, Paulo Julião, Emanuel da Mata, Amélia Aguiar, Cristiano Barros, Carla Castro, Mário Vaz, Carlos Veiga, Claudeth Rocha, Neto Júnior e outros. Já sob os auspícios de frei José Paulo (actualmente na fundação Open Society), que está desolado com a saída do antigo pupilo, outros quadros, entre os quais Fátima Neto, António de Sousa, Zacarias Bungo e Victor Hugo Mendes, também «tiraram o pé», mas, como sempre, JP preferiu ver a caravana passar.

Pouco depois alguns dos principais integrantes da equipa que dirigia na rádio, como Alexandre Kose, Benedito Joaquim, Gabriel Veloso e Francisco Miguel, também decidiram saltar do barco. Até mesmo o jornalista Gustavo Silva, um antigo quadro desta emissora «repescado» da Tpa para devolver a mística à «Rádio de Confiança», bateu igualmente com à porta.

Gustavo não foi sozinho e tratou de levar consigo alguns dos seus colaboradores directos, entre os quais se encontram os dois principais repórteres do programa matinal «Bom Dia Angola», da Tpa: Alexandre Kose e Benedito Joaquim. O rombo aberto pela saída de JP da Ecclesia leva, mais uma vez, a que as pessoas se interroguem sobre o que estará na origem dessa sangria. Devido ao facto de quase todos os antigos funcionários da emissora terem ingressado em órgãos estatais, nomeadamente a Rádio Nacional de Angola e a Televisão Pública, a tendência inicial foi para corroborar a tese segundo a qual se trataria de uma mega-operação urdida pelo Mpla para enfraquecer, se não mesmo silenciar, a emissora católica.

Porém, o tempo tem-se encarregado de demonstrar que o mau ambiente de trabalho e a péssima remuneração têm sido responsáveis pela «fuga de cérebros» que se assiste na rua comandante Bula. Há quem acrescente que as sucessivas demonstrações de falta de solidariedade dos responsáveis da Igreja Católica para com os profissionais da emissora em momentos de diferendo com o poder, também tenham sido determinantes para a decisão tomada por muitos radialistas da casa, entre os quais o próprio João Pinto. Nos últimos meses, tanto D. Anastácio Kahango, bispo auxiliar de Luanda, como D. Zacarias Kamuenho, bispo do Lubango, tiveram posições que causaram um mal-estar generalizado na redacção da emissora católica e nos seus colaboradores nas províncias.
Share:

No banco sol respeita-se a ordem de chegada

Benguela, 22/04/08: Uma solução tecnológica adoptada por aquela agência bancária privada de direito angolano veio, em boa medida, acabar com as inevitáveis “cunhas”, que muito frequente contribuem para o já generalizado mau atendimento público em Angola.

O cliente chega, e no dispositivo electrónico preme o botão correspondente, sendo a opção "A" para o serviço de caixa, ou "B" para atendimento geral, e uma senha é automaticamente impressa. Os detalhes são: a data, o número de ordem do interessado, o número de pessoas na fila. Pronto, agora é só esperar pelo anúncio emitido por altifalantes indicando em que caixa ou balcão se dirigir.

Embora não saibamos quanto terá gasto a agência com a aquisição do referido aparelho, o que podemos com certeza garantir é que os efeitos positivos são automáticos, na medida em que o cliente entra e sai com a noção de que o seu tempo é respeitado.
Gociante Patissa
Share:

sábado, 19 de abril de 2008

Desabafos poéticos (em dois versos)

Do poema "Minha Desgraça"

Autor: Álvares de Azevedo

Minha desgraça não é ser poeta
Nem na terra de amor não ter um eco,
É, meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como se trata um boneco…”

.................

Do poema "Mulher ao Espelho"
Autora: Cecília Meireles


Já fui loura, já fui morena,
Já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Share:

terça-feira, 8 de abril de 2008

(Opinião): Declaro aberta a campanha eleitoral

Quando o Tribunal Supremo – ou quem quer que seja a instituição competente – der por aberta a campanha eleitoral, até o mais distraído dos cidadãos saberá que “antes de estar, já estava”.

98 partidos políticos em situação regular e 29 outros ilegalizados pelo Tribunal Supremo, é o quadro um tanto preocupante com o qual Angola caminha para as segundas eleições, a decorrerem no principio de Setembro deste ano (não avançaremos datas, até serem de facto convocadas). Supondo que se ponha a disposição de cada partido político qualquer coisa como USD 75 mil, teremos um orçamento do erário público de 7 milhões 350 mil Dólares norte americanos.

Pelo país, a corrida a anunciar as eleições sente-se no pulsar do sangue, na “intoxicação” discursiva, no arco-íris ciumento das bandeiras partidárias, enfim, num generalizado semáforo já em cor de laranja, sugerindo prudência. De facto, prudência acaba por ser a lamparina obrigatória enquanto durar a “treva” chamada contexto pré-eleitoralista.

Na verdade, sabe-se sempre a data da realização do pleito eleitoral, mas muito difícil – para não dizer impossível – é determinar a data exacta do início da campanha eleitoral; tal é a complexidade do exercício da política, tal é a matreirice do ser político e o jogo de cintura para vencer o adversário (onde o segredo está no bem esquivar os impedimentos da lei, no saber jogar com os segredos e com os erros do adversário). E o público é que “paga”.

No livro biográfico de Nelson Mandela, “Long way to freedom”, confessa o narrador a dada altura que a campanha para as primeiras eleições na África do Sul libertada do Apartheid havia começado muito antes da autorização formal, ou seja, o seu maior relevo deu-se com a mediatização preparada e bem executada do momento da saída da prisão do líder, no caso, Nelson Mandela.

Pronto! Declaro aberta a campanha eleitoral, e deixamos de fingir que as incursões pelo país são apenas devidas à sensibilidade dos nossos irmãos pendurados nos altares da política. Declaro aberta a campanha pela convicção de que é também meu dever de cidadão contribuir para que, no final, a vida do meu povo (se tiver que mudar) mude numa perspectiva de melhoria.

Para ser sincero, assim como não acredito na fé cristã de muitos que me querem convencer, também não me inspira confiança político algum. Propositadamente decidi que só me registaria quando faltassem dois dias para o fim do registo eleitoral. E assim foi. Com todo o respeito que tenho por eles, enquanto adultos com responsabilidade e idade superiores, nenhum político é mais importante do que povo (o conceito de povo inclui o mais esquecido dos cidadãos!).

Por isso, a minha mensagem é dirigida ao povo que é, convenhamos, aquele que mais esperança oferece em termos de integridade e carácter. Embora não tenha votado nas eleições de 1992, participei com toda a ingenuidade de adolescente com convicções, pintei calças e camisolas, enrouqueci a voz em comícios e passeatas, distribui propaganda. E uma lição aprendi: o político que incita violência confia no helicóptero e na guarda-pessoal; o simpatizante que se entrega à intolerância política, quebra a cara e as relações com os demais.

Mesmo que o nosso candidato venha ganhar, não será tão cedo que este, o candidato (não importa sem homem, se mulher), virá tão perto das massas. É pura ilusão! “Luanda fica sempre longe!!!” Vamos, por isso, como cidadãos participar das eleições e que vença aquele que convencer, mas que seja Angola a melhor opção. Nenhum político merece estragar o nosso espírito africano de tratar o próximo como irmão. E não será difícil penalizar aquele político cuja língua for veneno. Os políticos fizeram a guerra, mas cabe ao povo, consciente e sóbrio, fazer a paz através do seu comportamento, através das suas escolhas.

Gociante Patissa, 8 de Abril de 2008
Share:

(Conto): Há coisas que uma carta não consegue dizer (*)

Através da Cruz Vermelha, Amadeu recebeu a carta do filho desaparecido há quinze anos, menino de catorze anos na altura. Estava na tropa e um dia voltaria. Era somente desta forma que os limites da esperança os permitiram pensar durante a ausência.

“Queridos pais, espero que estejam bem. Finalmente a guerra acabou e estou contente porque não dava mais (…) quero voltar à casa já, mas preciso da vossa aceitação. Tenho um amigo diminuído físico dos pés e braços, que muito me ajudou e não tem onde ficar. Só volto se me permitirem trazê-lo”.

A emoção é forte ao abrir a carta. Tanta era a ânsia de ver a família unida! Mas a ideia do amigo diminuído físico era um desafio difícil. E na carta:
“Querido filho, não imaginas como nos alegra ouvir de ti. Venha tão logo quanto possas. Mas em relação ao seu amigo sem braços, nem pernas, achamos que o melhor seria encontrar uma instituição apropriada, uma vez que seria um fardo difícil para nós”.
Era para os pais uma injustiça do filho ao estipular tão elevado preço. Até que um dia o telemóvel vibra:
– Alô, Senhor Amadeu?
– Sim. Quem fala?
– Azevedo, um dos amigos de Wilson. Comunicamos que o vosso filho faleceu… morte súbita, esta manhã.
– Morte súbita, como? Possas, pá! Você se enganou no número, não era para mim a chamada! O Wilson não vai morrer tão cedo. NÃO PODE!
– Não é fácil nem agrada ser eu a lhe transmitir essa notícia. Mas o outro nos deixou mesmo. É como já disse…
– Mas morreu como? Porque até aqui não disseste nada, pá!
– A história completa o paizinho vai saber quando vier cá...

Surge uma pausa. As forças estão distante para a pergunta que se impõe. Um suspiro devolve o fôlego ao receptor da mensagem, que também não conhece quem a transmite. A menos de um metro está a esposa, que acompanha o anúncio da má nova com o telefone na função mão-livre. Também a lacrimejar, mas de certa forma mais forte do que o marido. Apanhada sentada pôs-se de pé, enquanto o marido procurou de imediato sentar-se.

– Mas “cá” aonde, se é que posso saber? Porque espero há oito meses para saber onde está meu próprio filho – desabafa perdido na velocidade dos acontecimentos.
– Bem, se ele nunca disse, é uma questão que a consciência me obriga respeitar. Pela consideração que tenho pela boa pessoa que o seu filho foi e também porque há coisas que uma carta não consegue dizer… Estamos no Namibe.
– O que quer dizer com isso?
– Nada de novo. Quando nos encontrarmos vamos conversar mais e as coisas estarão mais claras.


Que quebra-cabeças tão doloroso! O filho evitou sempre conversas susceptíveis de dar pistas do possível nome do bairro, cidade, ou coisa do género. “Quando for o momento, vos direi. Isso também não tem importância porque não ficarei aqui por muito tempo”, argumentava com insistência sem convencer os pais. Este pequeno detalhe estava condicionado à aceitação do amigo diminuído físico pelos pais, negociação de mais de oito meses.

Era como se as horas girassem ao contrário. Uma sensação estranha tomava conta dos seus sentidos. Não era para menos! O filho morre mesmo antes do tão esperado reencontro, ao fim de quinze anos sem paradeiro. O quarto dele continuava ocupado pelas suas roupas, brinquedos, fotografias e a pela presença espiritual. Era como se o tempo tivesse parado, muito mais porque três abortos impediram a mãe de voltar a gerar outro filho.

Passada uma hora estava o casal no seu Jeep em direcção ao Namibe. Já avisados, os familiares mais próximos aguardavam com ansiedade a realização do óbito em Benguela, por aí dentro de uma semana. A mulher pergunta ao marido se vai conseguir fazer isso. Ele diz que sim, nem que tenha que ser a última vez ao volante.

As estradas em reconstrução facilitam a viagem, de uma província à outra. Seria de esgotar a conversa, mas entre marido e mulher até o mais banal dos temas faz sentido.
A perda fez da senhora um pouquinho mais velha, humor a baixo de zero. Olha-a da testa a baixo até à região dos seios e imagina os tempos de mocidade em que eram a mais bela das paisagens, o que nem mesmo o nascimento de Wilson desfez. Em reacção acontece a erecção, tal como se dava há anos. “Que sensação mais estranha agora!”, pensa em segredo enquanto encolhe as pernas como medida para desencorajar o membro viril, num misto de culpa e de alegria – embora não seja o momento apropriado, é sempre agradável o despertar da tensão sexual quando o casamento leva já décadas de vida e monotonia.
– O que foi? – pergunta ela.
– Nada de especial – minimiza o marido –. Por que pergunta?
– Senti-te algo distante.
– Não liga. Deve ser dessa desgraça sobre os nossos ombros.


Uma vez superada a Serra da Leba, está-se às portas do Namibe. Lá foram recebidos por um grupo de jovens. Foi então que descobriram que Wilson suicidou-se ao notar que seria um fardo pesado para os pais. Tinha perdido as pernas e os braços na guerra. Vivia do subsídio que recebia do exército e sobretudo da camaradagem dos ex-companheiros de guerra. Esperava contar aos pais a verdadeira história, que, na sua forma de entender, não se conseguiria explicar numa carta.

Moral da estória: as cartas nunca deveriam substituir o contacto pessoal na resolução dos problemas.


Por: Gociante Patissa (Inspirado num enigma que circulou na Internet)
(*) Publicado na Edição de Setembro/07 do Boletim informativo educativo e cultural "A voz do Olho"
Share:

sábado, 22 de março de 2008

Lista completa dos partidos políticos

Retomamos aqui a lista publicada pelo Blog "Pensar e falar angola" http://blogdangola.blogspot.com/2008/03/lista-completa-dos-partidos-polticos.html, que cita, por sua vez, o Jornal de Angola.

001 – Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
002 – União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
003 – Partido da Aliança Juventude Operária e Camponesa de Angola (PAJOCA)
004 – Partido Social Democrata (PSD)
005 – Partido Renovador Democrático (PRD)
006 – Partido de Renovação Social (PRS)
007 – Convenção Nacional Democrática de Angola
008 – Partido Nacional Democrático de Angola
009 – Partido Democrático Pacífico de Angola
010 – Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)
011 – Partido Democrático de Angola (PDA)
012 – Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional de Angola (P.D.P.-A.N.A)
013 – Frente para Democracia (FpD)
014 – Partido Angolano Liberal (PAL)
015 – Partido Angolano Independente (P.A.I)
016 – Partido Liberal Democrático (P.L.D)
017 – Movimento de Defesa dos Interesses de Angola – Partido de Consciência Nacional (M.I.D.A/P.C.N)
018 – Partido Social Democrático Angolano (P.S.D.A)
019 – Partido Democrático Liberal de Angola (PDLA)
020 – Unificação Democrática Angolana (U.D.A)
021 – Partido Renovador Angolano (P.R.A)
022 – União Nacional para a Democracia (U.N.D)
023 – União Nacional da Luz para a Democracia e Desenvolvimento de Angola (UNLDDA)
024 – Partido Angolano Conservador da Identidade Africana (PACIA)
025 – União Nacional Patriótica para a Democracia (U.N.D.P)
026 – União Nacional para Democracia e Progresso (UNDP)
027 – Partido de Solidariedade e da Consciência de Angola (P.S.C.A)
028 – Partido Social Liberal (P.S.L)
029 – Partido Democrático Radical de Angola (P.D.R.A)
030 – Partido Socialista Angolano (PSA)031 - Partido de Apoio Para Democracia e Desenvolvimento de Angola (PADDA)
032 - Tendência de Reflexão Democrática (TRD)
033 - Aliança Nacional Democrática (AND)
034 - União Democrática dos Povos de Angola (UDPA)
035 - Partido de Expressão Livre Angolano (PELA)
036 - Partido Social da Paz de Angola (PSPA)
037 - Partido Angolano para os Interesses Democráticos (PAID)
038 - Partido Frente Democrática de Angola (PFDA)
039 - Partido de Convergência Democrático Angolano (PCDA)
040 - União Social Democrática (USD)
041 - Partido Nacional e Progressista de Angola (PNPA)
042 - Partido Nacional Independente de Angola (PNIA)
043 - Partido para a Unidade Nacional de Angola (PUNA)
044 - Aliança para Democracia dos Povos de Angola (ADPA)
045 - Partido Angolano Do Desenvolvimento Social (PADS)
046 - Partido Nacional Ecológico de Angola (PNEA)
047 - Frente Nacional de Desenvolvimento Democrático de Angola (FNDDA)
048 – Partido Independente Renovador (P.I.R)
049 – Partido de Convenção Democrática e Progresso (P.C.D.P)
050 – Partido da Comunidade Comunista Angolana (P.C.C.A)
051 – Partido Congressista Angolano(P.C.A)
052 – Partido Democrático Unificado de Angola (P.D.U.A)
053 - Partido de Apoio a Liberdade e Democracia de Angolana (PALDA)
054 – Partido Angolano para Unidade e Democracia e Progresso (P.A.U.D.P)
055 – Partido Democrático para o Progresso Social (P.D.P.S)
056 – Movimento Democrático de Angola (M.D.A)
057 – Partido de Aliança Democrática para a Liberdade de Angola (ADLA)
058 – Partido Angolano para Unidade e Desenvolvimento (P.AU.D.)
059 – Partido Republicano Social Democrático (PRSD)
060 – Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (P.A.L.M.A)
061 – Partido Progressista Democrático Liberal de Angola (P.P.D.L.A)
062 – Partido Restaurador da Esperança (P.R.E)
063 – Movimento para Democracia de Angola (MPDA)
064 – Partido Trabalhista de Angola (P.T.A)
065 – União Democrática Nacional de Angola (UDNA)
066 – Partido Nacional (PN)
067 – Partido Operário Social Democrático (POSDA)
068 – Partido Liberal para o Progresso de Angola (PLPA)
069 – Partido de Apoio Democrático e Progresso de Angola (PA.DE.PA)
070 – União Angolana pela Paz Democracia e Desenvolvimento (U.A.P.D.D)
071 – Partido Democrático dos Trabalhadores (P.D.T)
072 – Movimento Patriótico Renovador da Salvação Nacional (M.P.R./S.N.)
073 – Partido de Convergência Nacional (P.C.N)
074 – Partido Social Independente de Angola (P.S.I.A.)
075 – Partido da Comunidade Socialista Angolana (P.C.S.ª)
076 – Centro Democrático Social (C.D.S.)
077 – Partido Angolano Unificado para a Solidariedade (P.A.U.S.)
078 – Partido Angolano Conservador do Povo (PACOPO)
079 – Partido Salvação Nacional (P.S.N.)
080 – Partido Nacional de Salvação de Angola (P.N.S.A.)
081 – Partido Republicano Conservador Angolano (P.R.C.A.)
082 – Partido Conservador (P.C.)
083 – Partido Liberal para a Unidade Nacional (P.L.U.N.)
084 – Aliança do Povo Independente e Democrático de Angola (A.P.I.D.A)
085 – Aliança Nacional (A.N.)
086 – União Nacional Angolano – Partido da Terra (U.N.A.-P.T.)
087 – Congresso de Aliança Democrática Angolana (C.A.D.A.)
088 – Partido Angolano Republicano (P.A.R.)
089 – Partido Pacífico Angolano (P.P.A.)
090 – Partido de Apoio à Liberdade Linguística de Angola (P.A.L.L.A.)
091 – Partido Democrático Nacional (P.D.N.)
092 – Partido de Reunificação do Povo Angolano (P.R.P.A.)
093 – Partido de Massas Democráticos (P.M.D.)
094 – Frente Juvenil de Salvação/Partido Juvenil da Social Democracia (F.R.E.S.A./P.J.S.D.)
095 – Aliança Nacional Independente de Angola (A.N.I.A.)
096 – Partido Republicano de Angola (P.R.E.A.)
097 – Aliança Democrática Angolana – Cristã (A.D.A.C.)
098 – Partido Democrático de União Nacional de Angola (P.D.U.N.A.)

Lista de partidos políticos em situação ilegal

001 - União do Povo Angolano (UPA)
002 -Frente Unida Pacífica de Angola (FUPA)
003 - Fórum Juvenil Integral (FIJ)
004 - Partido de Reconstrução Nacional (PRN)
005 - Movimento Independente Democrático de Angola (MIDA)
006 -Partido da Aliança Pacífica e Progresso de Angola (PAPPA)
007 - União Nacional da Resistência Democrática (UNRD)
008 - Unidade Liberal Democrática (ULDA)
009 - Frente Social Democrática Para o Progresso (FSDP)
010 - Partido Nacional dos Camponeses Angolanos (PNCA)
011 - Partido Republicano da Juventude de Angola (PRJA)
012 - Partido Democrático Social (PDS)
013 - Frente de Esperança para Democracia de Angola (FEDA)
014 - Partido da Unidade Democrática de Angola (PUDAD)
015 - Frente Unida para Liberdade Democrática (FULD)
016 - Partido da Classe Operária Camponesa (PCOC)
017 - Movimento Nacional Democrático (MND)
018 - Partido Unido dos Renovadores Angolanos (PURA)
019 - Partido do Desenvolvimento Operário Angolano (PDOA)
020 - Movimento para Estabilidade e Progresso (MNEP)
021 - (PUFRAS)*022 - Partido Popular Social Democrata (PPSD)
023 - Partido Unido do Povo (PUP)
024 - Partido Liberal Democrático para Solidariedade Angolana (PLDSA)
025 - Frente Unida de Salvação de Angola (FUSA)
026 - Aliança Democrática Trabalhista de Angola (ADTA)
027 - Congresso Nacional Angolano (CNA)028 - Partido Comunista Renovador Angolano (PCRA)
029 - Partido Progressista Democrático de Angola (PPDA)

Fonte: Pensar e Falar Angola
Share:

quinta-feira, 20 de março de 2008

Páscoa Feliz a todos

Enquanto houver amizade

Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas se a amizade permanecer, um do outro ha de se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos
Mas se formos amigos de verdade a amizade nos reaproximará

Pode ser que um dia não mais existamos
Mas se ainda sobrar amizade nasceremos de novo, um para o outro

Pode ser que um dia tudo acabe
Mas com a amizade construiremos tudo novamente
cada vez de forma difrente sendo unico e inesquecivel
cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas coisas para viver sua vida.
Uma é que nao existe milagres
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre


PS: Poema enviado via e-mail pela amiga Adilia Silva
Foto Tirada durante o "FestiNamibe 2005" no Parque de Campismo na maginal da cidade do Namibe
Share:

REGRAS SÃO REGRAS!?

Um casal recém-casado vai viver para a sua nova casa e o rapaz diz:- Se queres viver comigo as minhas regras são as seguintes:

1). Às 2ªs feiras à noite vou tomar umas birras com meus amigos;
2). Às 3ªs à noite vou a Ponta da Restinga curtir;
3). Às 4.ªs vou ao cinema com o pessoal;
4). Às 5ªs, às 6ªs e sábados vou tomar umas birras e curto uma discoteca com os meus amigos.
5). Portanto, aos domingos deito-me cedo porque preciso de descansar. – E o jovem finaliza – Se queres, queres… Se não queres, eu “mando lixar!”


Ao que a rapariga responde: Para mim só existe uma regra: Cá em casa todas as noites há (fazer) sexo; Quem está, está… Quem não está, eu “mando lixar!”

Ps: Enviei por e-mails aos amigos em 2004

Um abraço a todos
Eu
Share:

quarta-feira, 12 de março de 2008

Humor: "Diploma"

Um velho fazendeiro (do Uíge) está em sua sala, proseando com um amigo, quando um menino passa correndo por ali. Ele chama:

- Diploma, vai falar para sua avó trazer um cafezinho aqui pra visita!

E o amigo estranha:

- Mas que nome engraçado tem esse menino!!! É seu parente??- É meu neto! Eu chamo ele assim porque mandei minha filha estudar em Luanda e ela voltou com ele.


(Recebida por e-mail)
Share:

quarta-feira, 5 de março de 2008

Lugar da Mulher é na cozinha? Porquê importar-se com o género? (Arquivo)

Há pouco menos de uma década, “o género” não fazia parte dos debates. A mulher era o foco de políticas ou programas virados à diminuição das desigualdades entre os sexos. Hoje, o paradigma mudou. Termos como “Saúde da mulher” foram substituídos por “saúde familiar”. As quotas para o acesso da mulher na política, no mundo académico e no comércio privado vêm sendo substituídas por políticas regulares de género.
Porquê pular de “mulheres” para “género”? Talvez estejamos a aprender que a desigualdade no género não é apenas um assunto feminino. Apercebemo-nos de que não se pode excluir os homens das oportunidades de micro-crédito sem causar ressentimentos, às vezes até violência, no lar. Os programas de saúde reprodutiva têm menos impacto se apenas metade da população é abrangida, e as mulheres – e não os casais – se encarregarem de tomar de forma isolada as decisões de planeamento familiar. Aumentar o número de mulheres no parlamento pelo critério de percentagens preestabelecidas, sem que haja uma mudança real de atitude, poderia aumentar a sua presença política, mas não o poder político.

Ademais, estamos a perceber que os estereótipos no género não são só prejudiciais para as mulheres, mas também aos homens. A noção de “trabalho feminino” restringe os homens de certas profissões. A pressão de ser o motor do “ganha-pão” limita nos homens a oportunidade de gastar mais tempo com os seus filhos. E a atitude de que “um homem nunca chora” força o homem a esconder as suas emoções, o que é um risco à saúde.

Finalmente, a sociedade no geral sofre os efeitos das desigualdades no género. As crianças têm mais saúde quando as mães têm educação formal. As sociedades são mais produtivas quando 50 por cento dos seus recursos humanos dão o máximo do seu potencial.

Com vista à trabalhar em prol de um mundo em que o homens e as mulheres têm oportunidades iguais, devemos identificar os estereótipos, entender como eles afectam as nossas vidas e reflectir sobre as suas origens. O que é desigualdade no género, como afecta as nossas vidas e sociedades, e como podemos minimizá-los?

Estava eu diante de um grupo de 15 mulheres angolanas e pensei: “o que é que estou aqui a fazer?”. Tinha entrado em Angola havia poucas semanas, o meu português era “péssimo”, e sabia muito pouco sobre a cultura. Ainda assim, encontrava-me a dar um workshop a mulheres rurais sobre “os estereótipos no género”.

Será que se importariam com o que eu iria dizer? Sairiam com o poder reforçado ou mais confusas? Para provocar a discussão, mostrei desenhos de um homem lavando a loiça e dando de comer um bebé e uma mulher reparando um carro e dando comícios políticos. Elas deram gargalhadas e disseram que era impossível – que o desenho não correspondia com a realidade. E quando perguntei porquê, houve silêncio na sala. “Quem decidiu que o homem devia fazer isso, e a mulher aquilo?”, perguntei, e de novo, silêncio. Na verdade, ninguém conhece a origem dos estereótipos. Serão biológicos e depois perpetuados pela cultura? Se for assim, até que ponto?

Os estereótipos no género limitam directamente as nossas oportunidades devido à discriminação. Porém, mais importante ainda, limitam as nossas ambições, autoconfiança e habilidade de sonhar um pouco mais sobre o futuro de cada um. Como podemos mudar os preconceitos sobre a relação entre o homem e a mulher se são biológicas, ou tão imbuídos na nossa cultura e perpetuamos por todos nós. Mas será que podem também às vezes ser positivos?

Muitas vezes questiono o meu papel na promoção da igualdade no género. Numa conferência juvenil sobre os estereótipos no Paraguai rural, um jovem rapaz me disse: “o teu sistema aqui não funcionaria. Os homens e as mulheres precisam ter diferentes responsabilidades para que a vida doméstica ande mais amenamente”. Será que os movimentos pró igualdade no género deviam ser mais endógenos (desenvolvidos dentro da cultura)? Caso não, como podem os agentes externos gerar mudança? Até que ponto a cultural pode justificar as desigualdades no género?
........................
(*) Traducão do artigo “Make your voice heard” (de Elizabeth Coombs, EUA, elicoombs@yahoo.com) , publicado no site da ONU para os assuntos sociais. Títulos, Boletim "A Voz do Olho", Projecto informativo, educativo e cultural da AJS e amigos; Foto: (menina do biópio batendo funji) por Gociante Patissa
Share:

terça-feira, 4 de março de 2008

Dei mais um passo

Desafiando os pés trémulos,
Dum tremor profundo, porque vem do coração,
Ou soberano, talvez, porque a ordem caiu do cérebro,
Dei mais um passo.

As nuvens andam cinzentas
à cor dos meus olhos ansiosos,
(Não é escuridão das chuvas,
Que quando fogem deixam saudades,
E quando vêm dão maçada)
É da ansiedade, da insegurança, que a tudo escurece

Esperar é um caminho espinhoso,
Quando são indefinidas as metas.
Também sei que bravura não é ir nadando ao mar,
Mas relaxar no momento de regressar.

Atiro-me, porém, à entrada procurando saída
(Quero lá saber se não são minhas as chaves?!)

O eufemismo colectivo choveu
nos recados e suspiros de amigos...
E lembraram-me que também consigo,
lembraram-me que o momento é sempre certo,
para quem se esforça e tem vontade!
Não pouparam oportunidades,
apanharam-me sem roupas, às vezes,
e incisivamente se instalaram.

Não consegui mais continuar a esconder a lavra.
Quando podia ter dito "não",
Eis que disse "sim",
Porque quero, porque também acredito.
Está agora a meio passo de ser pública
a logística com mais de doze anos...
E, com estas mãos, traçarei com orgulho
cada linha da minha marca -

A não ser que o mosaico todo não mereça...!

Gociante Patissa
Share:

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Diz BASTA ao RACISMO em ANGOLA

Olá a você amigo e leitor do Angola, Debates e ideias! Recebemos um email solicitando nossa contribuição no sentido de divulgar mais uma iniciativa de mobilização patriótica contra o racismo, conforme o texto que se segue:

«Angolanos e Angolanas,Consequência dos últimos comentários e das últimas conversas no blog REVOLUCAOEMANGOLA.BLOG.COM , foi escrito um artigo sobre o racismo em Angola no blog. Os membros deste Blog pretendem desta maneira discutir e analisar as origens, causas e consequências do RACISMO em Angola para que juntos possamos arranjar soluções para este assunto que ainda é muito delicado e que tornou-se quase tabu na sociedade Angolana.Angolano visita o blog e vem ajudar a combater esta doença que é o RACISMO em Angola!Paz,REVOLUCAOEMANGOLA.BLOG.COM»
Share:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Discutir o acordo ortográfico em Angola

Publicado pelo Jornal Angolense: http://www.jornalangolense.com/full_index.php?id=2347&edit=471
Autora: Ana Faria


Apartir de Janeiro de 2008, todos os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverão passar a adoptar a mesma ortografia, ao abrigo das últimas decisões tomadas para implementação do Acordo Ortográfico. O nosso país é membro desta comunidade e, como tal, vemo-nos abrangidos por essa medida. Daí, é importante que analisemos até que ponto a aplicação das resoluções deste acordo sobre a ortografia da língua portuguesa , a única que nos serve de veículo de comunicação e expressão oficial por todo o território e fora dele , nos traz mais vantagens do que desvantagens quer ao nível institucional, quer ao nível das comunidades e dos indivíduos.
Na base da argumentação para este Acordo pode –se ler que , sendo o português a terceira língua ocidental mais falada depois do inglês e do espanhol, a existência de duas ortografias "atrapalha" a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Por outro lado, advoga-se que a unificação ortográfica facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Se as justificações para as mudanças são estas, não é legítimo perguntar: que tipo de interesses se escondem por detrás destes argumentos, e muito mais quando se sabe que o Brasil é a "potência" que mais vibra e pressiona, com um horizonte de cerca de duas centenas de milhões de falantes? Se as modificações ortográficas propostas no Acordo resultam em 1,6% de alterações para a Língua Portuguesa escrita em Portugal (e, concomitantemente, em Angola) e apenas 0,45% para o Português do Brasil, que impacto terá essa predominância da grafia brasileira no mercado de importação de livros ao nível da CPLP? E em termos de acordos de cooperação entre estados, nomeadamente em matéria de formação de professores de português de que Angola tanto precisa , como vêem os brasileiros este mercado e que vantagens estão já a tirar dele?
O nosso grande problema é que, no nosso país, os técnicos nacionais (somos poucos, sim, mas existimos!) são denegridos a toda a hora em favor de estrangeiros que nem sequer têm a humildade de reconhecer que em Angola também existe massa cinzenta, que tem e produz saber e que não produz mais porque não é devidamente apoiada pelo estado/governo. Trocado em miúdos: o Acordo Ortográfico deveria ter sido discutido e analisado com o concurso dos mais dignos representantes da classe docente que ensina a Língua Portuguesa. Como não o foi, corremos o risco de aplicar resoluções que, na fase actual , poderão atrapalhar (isso sim!) o trabalho dos técnicos angolanos que trabalham com o Português falado e escrito, tentando imprimir-lhe as regras/normas que fazem muita falta a um correcto e eficiente processo de comunicação e expressão pelas comunidades e indivíduos que são daqui, aqui vivem e se reproduzem E PRECISAM DE SE ENTENDER EM PORTUGUÊS.
Por enquanto, limito-me a debitar algumas opiniões avulsas porque estou preocupada com o assunto e tenho responsabilidades na praça. Eu acho que o Português falado e escrito em Angola também reflecte o estado de confusão geral vivido de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste, numa só palavra: ausência de regras, primado do individualismo. Nas instituições do estado é o mesmo português que impera, falado e escrito, hoje, pela grande massa de jovens saídos das escolas e universidades.
O que está a faltar é uma eficiente política de estado para o estudo, a promoção e a difusão da Língua Portuguesa em Angola, sem preconceitos nem subterfúgios. O caminho que devemos percorrer já está traçado: é a constituição de um Português de Angola, autêntico e enriquecido por todas as variantes regionais e idiolectos de que o nosso país multicultural, multiétnico e pluri-linguístico é composto. Tal como o Português do Brasil, o de Portugal, o de Moçambique, o de Cabo Verde, o da Guiné –Bissau, o de São Tomé e Príncipe e o de Timor –leste, todos eles considerados variantes do Português . E isto não é nada de novo: assim como temos as variantes do Inglês da Grã-Bretanha, o inglês americano, o australiano, o sul-africano, o indiano, o paquistanês, etc, etc. Basta consultar um bom dicionário de Inglês monolingue e lá encontraremos especificados todos os registos destas variantes. E o ensino da língua inglesa, para os nativos ou os estrangeiros, em nada viu/vê seu desempenho afectado pelo facto de se escrever "centre"(ing. britânico) ou "center"(ing. americano).
Em conclusão, resta-me dizer que isto é um assunto que merece muito mais discussão por parte de todos os angolanos, primeiro, e depois, por parte de todos os membros da CPLP, a saber, linguistas, professores, deputados, homens e mulheres de cultura, políticos, comunidades e indivíduos, pois só a partir daí poderá o Governo orientar-se no sentido de um traçar de políticas objectivas e coerentes para a implementação do Português de Angola. Isso parece-me ser muito mais importante do que marcar balizas ortográficas com versões brasileiras, nesta fase.
Professora licenciada e profissionalizada para o ensino do Inglês e Português.
Share:

«Língua Portuguesa é património dos Portugueses e de mais ninguém»?

(Voltamos a publicar esta matéria, como forma de contribuirmos para a chamada de atenção perante este assunto que, realçamos, é de capital importância para os lusófonos)
O “maldito” acordo de unificação do português, entenda-se entre as variantes brasileira e portuguesa, tem sido alvo de debates, suscitando tanto críticas recheadas de razão, como alguns dos mais infelizes argumentos. O canal televisivo português “Sic”, no espaço “Opinião Pública”, a 21/12, promoveu um fórum com a presença em estúdio de uma ilustre professora de Língua Portuguesa, contando com a participação de cidadãos de Portugal, Angola e Brasil, entre professores, tradutores e não só. Ficamos, nós os outros, a saber que neste acordo só o Brasil, Portugal e Cabo-Verde foram tidos e achados, «o resto virá por arrasto».
Conservadora e efusiva nos argumentos, a pedagoga vê no “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” uma questão de “lobby” político do Brasil, arrogando-se do simples facto de ter uma população maior (o Brasil tem oficialmente 120 milhões de habitantes e Portugal 11 milhões). Até porque a língua não é estática, o que pressupõe dizer que os brasileiros, que impõem a unificação, estão sujeitos à dinâmica evolutiva da língua e o neologismo continuará a ocorrer. Ou seja, quantos acordos de unificação mais serão necessários?

«É uma questão de facilitismo», considerou a professora que já garantiu não aderir a tal unificação, evocando ainda que a língua portuguesa tem uma origem, o latim, e uma história a respeitar. Ou seja, que o “h” mudo, o “c” (de acção) embora não se pronunciem, têm a utilidade de, não só evitar eventuais confusões com palavras semelhantes, como também ajudarem na entoação. Pelo que, os apologistas deste acordo para o qual nenhum exercício de auscultação pública foi experimentado, «estão a profanar as origens da língua portuguesa», disse.

«Portugal tem figuras da sua história cujo valor é reconhecido pelo mundo, como é o caso de Camões e as suas obras literárias. E, de repente, tudo isso não conta?», questionou. E com elevado pesar, viu-se a docente trazer cá fora os mais íntimos conceitos de património linguístico ao afirmar que «a língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém!». Será? Bom, a professora lá terá “bagagem” suficiente para tão arriscada asserção, embora nos pareça egoísta, considerando que, ao longo da história, Portugal e a língua portuguesa cruzaram a vida de muita gente, que se viu forçada a renunciar alguns dos aspectos mais sagrados da sua cultura, não tendo, hoje, língua própria, ou, se a tem, com pouco poder de expressão.

As participações ao telefone sustentaram, na sua maioria, a tese da professora convidada, defendendo que, «se os brasileiros quiserem falar "fato", por exemplo, em vez de "facto", que o façam, já que o acordo privilegia a pronúncia. Agora, forçar os outros, isso é que não!». E quase todos entendiam o acordo como uma vitória brasileira enquanto potência relativamente superior, perante (um) Portugal frágil, com o medo político de perder espaço. Basta ver que a variante brasileira cede apenas 0,5%, enquanto a variante padrão 1,6%. Tanta é a estranheza do acordo que o Brasil já disse que vai avançar com a implementação das propostas, quer Portugal concorde quer não, realçaram ainda os contestatários. «É um tipo de acordo que uma Inglaterra, por exemplo, jamais aceitaria, com todo interesse e respeito que tenha pelos Estados Unidos da América».

Do lado contra, um cidadão brasileiro realçou que o acordo vem acabar com as dificuldades de compreensão enfrentadas por pessoas que falam a mesma língua, reforçando aproximação. A opinião mais radical foi manifestada por um cidadão português que classificou a professora como fazendo parte de uma elite que vê a história como algo estático, que fica escrito em mármore, repugnando termos excessivos como «profanação». A reacção da professora não se fez esperar. Considerou os argumentos como sendo «de baixeza e usados», e deixou bem claro que não vai adoptar a unificação «para não ensinar erros aos alunos!!!».

Em 1911 dá-se a primeira tentativa de unificação ortográfica dos países lusófonos, que fracassou. O primeiro acordo ortográfico entre Brasil e Portugal data de 1931 e não resultou. Em 1945 houve, em Lisboa, um outro acordo, que também não efectivou a unificação, pois foi adoptado apenas em Portugal. O sistema ortográfico vigente no Brasil é de 1943.
Gociante Patissa
Share:

O silêncio que reforça suspeita de sobrefacturação das despesas - INEA “põe água” na estrada Benguela/Lobito

Texto publicado pelo Jornal Angolense
Jornalista: João Marcos, em Benguela

-Afinal, o separador central físico inserido nos dados contratuais revistos, um investimento de 6 milhões e 430 mil Euros, já teria sido equacionado em 2000, ano da consignação do projecto de reabilitação e ampliação do troço rodoviário-João Marcos, em BenguelaEstamos em 31 de Agosto de 2005, data que marcou a apresentação do projecto que proporcionará a via rápida Benguela/Lobito, alterado, entre outros factores não tão relevantes, por imposição do cada vez mais intenso tráfego rodoviário.

É a justificação apontada para o reforço de pavimento e a colocação de um separador central físico (guardas duplas), acções que custarão mais de 13 milhões de Euros, montante acima de 70% do valor inicial, conforme referenciado na nossa edição anterior. Até a alteração do projecto, consumada em meados de 2007, o valor com o qual se presumia terminar a obra era de 19 milhões de Euros, tal como avançou, há pouco mais de dois anos, no acto de apresentação dos principais aspectos técnicos da empreitada, o director-geral do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), Joaquim Sebastião.

Na altura, estamos lembrados, o responsável preferiu destacar as quatro faixas de rodagem, cinco estruturas, entre as quais duas pontes, o canteiro central, os 17,6 metros de largura e os 26 quilómetros de comprimento. Chegou a indicar o avançado estado de degradação da ponte sobre o rio Catumbela, prestes a ser substituída por uma outra, como ponto de estrangulamento de uma obra que se pretendia concluída dentro de dois meses.

Uma vez consumada a alteração do projecto, esperava-se que o INEA, na qualidade de dono, viesse à público explicar quais as principais transformações, disse ao Angolense um industrial de construção ligado ao sector rodoviário, o mesmo que se mostrou boquiaberto quanto ao valor decorrente das mudanças operadas. Só há três meses, depois de uma investida do Angolense, é que as cogitações que se ouviam foram confirmadas por fonte oficial, no caso o Engenheiro António Mota, presidente da Mota Engil, a construtora portuguesa que executa os trabalhos de reabilitação e ampliação do troço em referência.

Antes, realce para um prudente pronunciamento do Governador Dumilde Rangel, provavelmente o único digno de algum relevo, segundo o qual o elevado nível freático da área exigia muita paciência. Fonte ligada ao empreiteiro, conhecedora profunda do dossier, confidenciou ao Angolense que o silêncio do INEA quando chamado a prestar os esclarecimentos que se impunham acaba por dar consistência às alegações de sobrefacturação das despesas e jogo de interesses pelo meio. Tal como procedeu na altura da apresentação do projecto inicial, o Instituto Nacional de Estradas deveria ter falado das alterações e do tempo que será necessário para o térmo da obra, sublinham os nossos interlocutores. "A evidência de sobrefacturação das despesas é tão visível que até alguns técnicos da própria empresa fiscalizadora, a AFRICON, ficaram admirados quando confrontados com os mais de treze milhões de Euros de acréscimo", sublinhou.

Em relação ao atraso da obra, oficialmente justificado com a alteração do projecto e a escassez de betume no mercado angolano (roubou quatro meses úteis de trabalho), importa mencionar as limitações técnicas apresentadas pelo empreiteiro no início da obra como sendo outro factor a ter em conta. Unânimes, o INEA e o fiscal, empresa sul-africana, acreditam na conclusão do projecto dentro do primeiro semestre deste ano, ao passo que António Mota, certamente mais cauteloso, fala em finais de 2008.

O cerne da discórdia central

O projecto de reabilitação e ampliação da via Benguela/Lobito foi consignado em 2005, cinco anos antes do início dos trabalhos. Nesta altura, segundo as nossas fontes, já o separador central físico (vai custar 6 milhões 434 mil 983, 36 Euros), que agora surge como um elemento chave no projecto revisto, teria sido equacionado. Por outras palavras, fazendo jus às informações que nos foram prestadas, os 19 milhões e 700 mil Euros iniciais, certamente transportados do ano da consignação, bem serviriam para uma via rápida com um separador central (guardas duplas).

Os dados contratuais revistos indicam que a edificação do "separador da discórdia" vai consumir dois meses, sendo que a data de início se mantém indefinida. Um funcionário sénior das Obras Públicas em Benguela, contactado para dissipar eventuais dúvidas, explicou que um canteiro central e um separador central são estruturas diferentes, embora ambas sirvam, em rigor, para separar faixas de rodagem. "Estas estruturas podem coabitar, o que parece ser o caso, mas o canteiro, como diz o nome, tem mesmo o formato de um canteiro, ao passo que o separador é aquela estrutura que se encontra no Rocha Pinto, em Luanda", exemplificou.

Noutra vertente, a consignação da obra, em 2000, não teve em conta o crescente movimento rodoviário que hoje é justificado por dados estatísticos, razão pela qual o dono da obra e o empreiteiro tiveram de optar pelo reforço de pavimento, que custará cerca de 7 milhões de Euros.
Share:

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Don Óscar Braga já não é Bispo da Diocese de Benguela

(Na foto, Don Óscar Braga saúda Durão Barroso, personalidade política de refrerência em Portugal e na Europa)

Três décadas depois de ter assumido a diercção da Diocese de Benguela, o Bispo católico Óscar Lino Lopes Braga, ou simplesmente Don Óscar Braga, passa à reforma. Será substituido por Don Eugénio del Alcorsio, que vem de Saurimo.
Óscar Braga já confirmou o facto à imprensa local e enquanto se aguarda pela chegada do substituto e a referida investidura formal, tratou de tranquiizar os fieis, na medida em que "receberão um pastor inteigente, mais jovem e melhor que o anteior", referiu. Don Óscar já anunciou o seu casamente com a província de Benguea, até que a morte os separe. "Se foi aqui que Deus me mandou para servir, aqui hei de ficar até à morte, disse.
Ao mesmo tempo que se anuncia a sua passagem à reforma, também dizem as fontes que Don Óscar será o Administrador da Diocese, uma confusão que se poderá esclarecer quando se efectivar a substituição.
Share:

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Eleições: Líder do Pajoca considera abstenção falta de patriotismo

«Apesar de o processo de registo eleitoral ter ultrapassado as expectativas, há um grande receio de que muitos cidadãos venham optar pela abstenção nas próximas eleições», considerou o líder do Pajoca (Partido de Aliança Juventude, Operários e Camponeses de Angola) na província de Benguela, Alegria Agostinho.

Em entrevista à Rádio Morena Comercial (estação privada que cobre os três municipios do litoral de Benguela: Lobito, Benguela e Baia Farta), o líder do Pajoca sublinhou que as eleições são úteis para o fortalecimento da democracia e representam um dever cívico do cidadão perante a pátria, pelo que, «os cidadãs que optarem pela abstenção nas eleições, não estarão a ser patriotas». Tal silogismo mereceu imediata constação de dois cidadãos, por sinal profissionais de informação, que acompanhavam a entrevista, por considerarem que o voto deve ser exercido em consciência, reservando-se o cidadão ao direito à abstenção se for a mais coerente decisão a tomar.

Alegria Agostinho referiu que o seu partido parte confiante na vontade dos cidadãos por uma mudança. Entretanto, não deixou de apelar aos cidadãos por um comportamento ético face ao momento especial que se avisinha, o da preparação e realização das segundas eleições, de modo a evitar experiências amargas de 1992, tais como violência e imaturidade. De resto, uma responsabilidade que passa também por mãos de diversos outros agentes sociais, como as igrejas, a família e a sociedade civi.

O discurso culpabilizador do representante do pajoca, Alegria Agostinho, quanto ao receio de abstenção, não é algo recente aos ouvidos dos benguelenses. Já em 2004, eram atribuidas ao Bispo Católico, Dom Óscar Braga, declarações segundo as quais «não votar é pecado», já que quem não vota viria beneficiar do esforço dos outros. Tais decarações teriam sido aventadas durante um encontro com fiéis no município do cubal.

Por: Gociante Patissa
Share:

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Burity da Silva fala fora dos contexto e deixa UNITA indignada VOA

Publicado pelo Angonoticias (http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=18395)

«Os filósofos gregos sempre disseram que depois dos eclipses apareciam sempre fenómenos e aqui no Kuanza-Sul não deixou de se viver esse fenómeno. A UNITA estava aqui a 20 quilómetros em 2000.

É mentira ou verdade? Vocês sabem disso, não sabem? Começamos a acabar com a guerra precisamente com o eclipse. A UNITA foi empurrada lá para os confins e podemos começar a trabalhar. Hoje estamos a inaugurar escolas-extras, amanhã com certeza vamos inaugurar escolas maiores».

Foi dessa forma que o ministro da Educação, António Burity da Silva (na foto), se dirigiu a cerca de duas centenas de pessoas dentre membros do governo, políticos, educadores, educandos e encarregados de educação no acto de inauguração do Iº Instituto Médio Politécnico na cidade do Sumbe.

Um dos renomados docentes da cadeira de psicologia contactado a respeito de tal pronunciamento, considerou-o de «baixo e cheio de emoções do passado o que em nada contribui para educação das gerações futuras pois no momento não era salutar proferir palavras de género sabendo que centenas de crianças estavam presentes».

Face ao tão grosseiro pronunciamento, o secretariado provincial da UNITA no Kuanza-Sul na pessoa do seu secretário provincial, Amaro Kaimana «Bokeló», em nota de repúdio mostrou a sua posição saudando em primeiro lugar a inauguração do Instituto Politécnico como sendo um ganho de gerações, pois a riqueza do país depende da qualidade dos seus cidadãos.

A UNITA manifestou estranheza, repugnação e surpresa pelo discurso do ministro Burity da Silva que considera de divisionista entre os angolanos.

«Essas declarações do senhor ministro, para além de serem um improviso, foram atentatórias ao espírito de reconciliação nacional que queremos construir e dão claras indicações de alguns círculos do regime de incitarem a divisão e a intolerância política. A UNITA considera que as marcas do conflito armado tiveram uma factura, sendo as causas sobejamente conhecidas pelos verdadeiros angolanos que com o seu suor e sangue souberam trazer a paz à pátria mãe.

De que passado que o senhor ministro fez alusão? sem acautelar a exaltação da educação cívica dos cidadãos que na óptica do governo está só virada para o CAN de 2010 e não para as eleições de 2008 ? culpados somos todos, vítimas somos todos e responsáveis também somos todos. O que atrasou o desenvolvimento do país não é só o passado a que o senhor ministro se refere com muita saudade mas, é também a incompetência e a militanciocracia que atirou para fora os melhores cérebros da pátria, muitos em fuga na diáspora».

O dirigente político apelou aos governantes do país no sentido de traçarem políticas claras para o emprego, a saúde, a educação, a habitação, a água potável, energia eléctrica, salário condigno e aceitação na diferença de factores que permitam a tolerância e a reconciliação nacional, sendo alguns pressupostos essenciais para estabilidade sócio-política do país.

13 Feb 2008, Fonte:VOA
Share:

Uma frase tão curta e tão profunda

"Uma sociedade tem paz (justiça social) quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém, e ninguém for tão pobre que se tenha de vender a alguém".

90% desta frase adaptada foi "roubada" a um comentário de artigo do Club-k sobre a polémica música "Xunuma" que visa o Presidente da República.

(A foto "por detrás das acácias" é da nossa objectiva - Gociante Patissa)
Share:

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Tuyoli po kamwe (kulier yove)

Kwakala ulume umue wakuata onjongole yokutela okuvangula oputu. Olonjanja viosi avanjiliya cikolonya lolokalasinya vavangula elimi lyo putu, kutue waye kuasiatele okuitila asangu v’ulamba. Eteke limue vokulia vo “BAR”, yu wayeka oputu yimwe asola calua. Utende apanga wokuti ndona yaye kolongisa oputu, waka ale hati eci nditela oputu yina yofié, ndivanja vo ukai wasesamela. Ceya okulinga okuti, onjanja yosi anena ekamba konjo, pana akuti elivala lyokulia lyapitila ovangula landona yaye hati:

- Ó mulher, mi traz cá a comida e o colher.

Ukai kacolombolokele nda colher yaco onye, puai calingaale ocituwa okuti pokulia te lo’nguto.
Oloneke vipita, eye ulume otongeka lokupinga l’anyami kumosi l’asonjo nda olete akombe:
- Ó mulher, mi traz cá a comida e o colher.

Eteke limwe ukai utue wotokota, okuiya wakwa lokulinga hati:
- Ame vo ndakava…!!! Ove umbulutu yimwe yivi, nye olingila okuti nda olete akombe onditukala “colher”??? Etali vo kacipiti: KOLIER YOVE, KOLIER YA MAMAI YOVE, KOLIER YA PAPAI YOVE, KOLIER YO’KIMBO LYENE!!!!!
- Ulume andi wasaluka, cipopia ndona kacolombolokele. Lakombe vo vasaluka. Ukai yo enda lokulupuka kumosi lokupalamisa:
- NDAKULONGA! KOLIER YOVE! ONDILAVISA, ONDITUKALA… NYE OPOPELA OPUTU YOVE Y’ANIÑA? NDUKUTELEKELA, HANDI OLINGA HETI KOLIER????

(Wasapuilile ko tate Victor Manuel Patissa – eye watula omwenyo epandu-vali kwanyamo k’onyima)
Share:

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

(Poesia:) Neste exílio aqui tão perto

Deixo que me julguem
E nada fazendo contra
Neste tempo apressado
Permito que me censurem
Por este “exílio” que escolhi
Aqui tão acessível e de todos tão perto
Mas também tão distante dos sorrisos e apertos…
Já não vejo a recompensa da criançada
Por cada regresso meu ao fim do dia
Como antes, no quintal de adobes da minha mãe

Do novo ano já rasguei Janeiro
E a meio vai Fevereiro
Sinto, no íntimo, o punhal da distância
Das saudades do olhar do meu povo, amigos e família
O telefone, no fundo, não é bastante
Até o meu chá de capim provoca azia

Sei que não apareço
Mas nem por isso das pessoas me esqueço
Cada qual está vivo na (curta) história da minha vida
Para cada alma, a consideração devida
É a vocês que pertenço
Mas se tiver que ser “longe da vista, longe do coração”,
Aceito o preço, então
Porque é simples a questão:
Se apareço, converso
Se converso, me revelo
Se me revelo, desabafo, sonho, lamento
E eu não quero (mais) lamentar
Esperem lá que a nuvem há-de-passar…!

Gociante Patissa
Benguela, 8 de Fevereiro de 2008

Share:

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Lar de idosos em Benguela "doa" lição de preservação cultural

Uma lição de preservação de valores culturais através da oralidade, do canto, batuque e dança foi o que a nossa equipa testemunhou no passado dia 22/12, no Lar de idosos, ao Vale do Cavaco, em Benguela, ao cobrir a visita e oferta de bens de primeira necessidade pelo Grupo Teatral Juvenil Esplendor Magnético da Zona-A, Benguela. Os instrumentos musicais acústicos da Terra, à disposição no local, que não nos deixem mentir.

Segundo a Responsável do Lar de idosos, Cecília Muhona, o Beiral de Benguela existe desde 1972 e alberga 85 utentes, mais cinco do que a sua capacidade. Muitos dos idosos são também portadores de deficiência. São velhos de diferentes origens, mas com algo em comum: nenhum foi ao Beiral por vontade própria. «Uns através das igrejas, vizinhos, administrações de zonas e, outros, pelos familiares, que deixaram os seus papás nos nossos portões e nós acolhemos», revelou a Responsável.

Se um velho é biblioteca viva, podemos considerar a nossa como uma sociedade que queima os seus livros, atendendo aos imensos relatos, tristes geralmente, sobre a exclusão familiar de que muitos são vítimas na terceira idade. Os lares ou centros, às vezes, não passam de locais para confinar gente julgada “inútil” pelos próprios descendentes.

Mas o que a nossa equipa de repórteres, constituída por Florentino Calei e Raimundo Bambi, constatou ao cobrir a visita do Grupo Esplendor Magnético ao Beiral do Cavaco contraria a tendência viciosa que publicita centros de idosos como “vaso” para depositar caridade logística, onde os residentes são passivos receptores.Não ignorando as necessidades básicas com vestuário e alimentação, sugerimos sim um outro tipo de abordagem, já que os mais velhos têm também muito, mas muito mesmo a dar. Com a inserção das línguas nacionais no sistema de ensino, por exemplo, que tal estabelecer programas de intercâmbio extra-escolar com alunos? Porque quem pensa que um beiral é local monótono e que velhos afastados do ambiente familiar são inúteis, engana-se redondamente.

Em termos de políticas de estado, o referido Centro é tutelado pela Direcção Provincial da Família, Assistência Social e Antigos Combatentes (Fasac).

O Esplendor Magnético surgiu há sete anos, sob influência de um Padre da Paróquia de Santo Estêvão, ao bairro da Lixeira, cidade de Benguela, que via no teatro uma forma de educação juvenil. Vencedor do Prémio Provincial de Teatro em 2000, o Grupo é pela solidariedade e tem 25 jovens, alguns dos quais com interesse pela criação musical.

Publicado na Edição Nº 11, Deze,bro/07 do Boletim "A Voz do Olho", projecto informativo educativo e cultural da AJS e amigos
Share:

Quando a força para a mudança reside (só) na palavra

Qual é o lugar da palavra, que é o rosto do sonho? Que “as acções valem mais que as palavras”, lá está um ditado que se afigura bastante pragmático na nossa “vida real”. Do jeito: matar a cobra e mostrar o pau. O que se quer hoje (em qualquer parte do planeta) é julgar obras, pensamentos, enfim, a vida, de uma perspectiva de resultados. Ou não seria a nossa era comandada pelos ventos da industrialização e da ciência.

Entretanto, “encaixados” neste paradigma, esquecemo-nos por vezes que as tais “grandes” acções, “brilhantes” pessoas, ou seja, as realizações de modo geral, nascem de sonhos, que mais não são do que a expressão da palavra, livre, viva e ilimitada. E aqui, convenhamos, haveríamos que dizer que mais forte do que as acções só mesmo a palavra (com o poder de vir a ser).

Frequentávamos a iniciação ou a primeira classe ainda no Monte-Belo/Bocoio e ouvíamos com agrado nossa mãe, Emiliana Tchitumba Gociante, dizer: “se você estudar, o governo vai te dar carro”. Podíamos não ter ideia clara de “governo” nem da distância/futuro, mas ter carro era um sonho doce…! Que belas memórias!

Medo da utopia? Que mal tem ela? Como dizia um académico durante um dos debates radiofónicos que realizo, “a utopia é que dá sentido à vida do homem”. Mesmo que custe “aceitar”, despidos da utopia não passaríamos de “máquinas” com os passos, o tempos e as manobras dentro de uma “caixa” rigorosamente esquematizada. A esperança, a mesma que nos faz levantar e sacudir a poeira em cada queda que levamos, é prima-irmã da utopia.

Na década de 90 em que soavam bem alto as armas e o fumo da pólvora espalhava lágrimas por esta Angola, “evadir-se” para o estrangeiro era o sonho de muito boa gente. Como se já não bastasse a guerra, humilhavam muito mais as rusgas e as consequentes corridas fugindo do recolher obrigatório para o cumprimento do serviço militar obrigatório (para aqueles cuja consciência rejeitava entregar-se voluntariamente - e ainda bem que já terminou e o pensamento é reconstruir e desenvolver nosso amado país).

Todo o mundo desejava abandonar Angola o mais rápido possível. Mas o problema começava mesmo pela falta dos “famosos” USD mil e 200 de passagem. “Nós” ambicionávamos ir para além de Portugal, pelo que nos dedicamos ao aprendizado da língua inglesa, recorrendo a gramáticas velhas em qualquer parte (às vezes até recuperando folhas usadas como canudo para venda de ginguba nas praças). É que nem dinheiro para frequentar um curso na “Ciliestre” tínhamos. Não chegamos a sair do país para formação, como tal, mas ganhamos imenso aperfeiçoando “mais uma” língua estrangeira, para além de engrossar a cultura geral (como diz o professor de francês da Universidade Pública, Nzau Suka, “cada língua veicula uma cultura”).

Em 1999, quando frequentávamos o médio ainda, decidimos entre amigos fundar uma Organização humanitária, tendo como principal “combustível”, a capacidade de intervir face aos os imensos problemas sociais. Experiência? Zero! Dinheiro? Quase-nada! Idade? Menos de 22! Depois de mobilizados mais de oito membros e feita a formalização junto do Notário, revelavam-se dois grandes problemas: falta de espaço para reuniões e a recusa de alguns membros em servir algo para fins não lucrativos, numa altura em que ONG era sinónimo de “bwé de Dólares”! “Queríamos agradecer a vossa comparência. Hoje, mesmo depois de pedir a sala, parece que o guarda não trouxe as chaves. Mas isso vai acabar, estamos a lutar para termos já a nossa própria sede/escritório”, era frequente dizermos enquanto líderes da "coisa" (na verdade, a única certeza que tínhamos era a nossa palavra). Contudo, umas ideias somadas a parcerias viriam “oferecer” um escritório alugado em 2001.

Fora disso, a mais “trágica” das palavras foi quando em 2000 tive um “fim-de-contrato” da Sonamet, numa altura em que muito precisava trabalhar, ao ponto de ter desistido de estudar (a proliferação de fotógrafos ambulantes havia feito baixar o meu rendimento enquanto fotógrafo e tive de encostar a milagrosa “cannon” AF-8 do meu irmão Amos Patissa). “Se até aos 35 anos a minha vida não mudar, eu me mato”, desabafava com pessoas mais próximas. Não me lembro de ter visto um rosto indiferente toda vez que o dissesse. Naturalmente, com o trabalho, humildade e empreendedorismo, a página está consideravelmente virada…!

Os meus exemplos não serão os maiores do mundo (logicamente!), mas são os que melhor domino e posso partilhar por enquanto. Não há nada mais forte do que a palavra. Ou, já para meio-termo, a sugestão é de Marcel Proust: “se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos e sim sonhar mais”.

Fica mais um abraço do vosso
Gociante Patissa
Share:

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Angola: Igreja Maná responsabiliza ex-dirigente por decreto que proibe actividade no país -Comunicado

Lisboa, 31 Jan (Lusa) - O dirigente máximo da Igreja Maná, Jorge Tadeu, atribuiu hoje a um antigo responsável daquela instituição as responsabilidades pela decisão anunciada pelo governo angolano em decretar o fim das actividades daquela confissão religiosa no país.
"Perante as alegações deste despacho, só me ocorre pensar que serão provenientes do tempo de administração de um antigo mau obreiro que cometeu bastantes irregularidades, dando origem à abertura de um inquérito interno e sua consequente expulsão", lê-se num comunicado da Presidência da Igreja Maná hoje chegado ao principio da noite à Agência Lusa.
"Fui apanhado de surpresa e até me custou a acreditar, porque não tinha conhecimento de que em algum dia tivéssemos sido chamados ou acusados por qualquer motivo", acrescenta Jorge Tadeu, que assina o documento.
Reconhecendo a sua qualidade de dirigente máximo da Igreja Maná Internacional, Jorge Tadeu esclarece que em cada país em que aquela igreja está implantada existe uma "Liderança Nacional".
"Embora eu seja o Presidente da Maná Internacional, e para todos os efeitos tenha de assumir as responsabilidades, a verdade é que em cada país é instituída Liderança Nacional, de preferência com pessoas nacionais, a quem é dada autonomia total, em termos administrativos, legais e financeiros", destaca.
Jorge Tadeu adianta que "face à gravidade da situação" deu já instruções para que os dirigentes da Igreja Maná em Angola "ajam com serenidade", cumprindo "assim os mandamentos de Jesus", peçam ajuda "aos respectivos órgãos do Governo para saber a origem desta situação" e sejam averiguadas as "responsabilidades dentro do (nosso) meio".
"Termino este comunicado dizendo que se por qualquer motivo a falha for minha ou de alguém da actual liderança, seguiremos o mandamento de Deus que é de admitir os erros e pedir perdão", conclui Jorge Tadeu.
A Igreja Maná, com centenas de milhares de fiéis em Angola, viu a sua actividade proibida no país por violar a lei e a ordem pública, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República (DR).
Com cerca de 600 mil fiéis em Angola e mais de 500 casas e templos em nove províncias, a Igreja Maná, de origem portuguesa, criada em 1984, em Lisboa, pelo "Apóstolo" Jorge Tadeu, viu anulado o seu reconhecimento pelo governo angolano através do decreto Lei 14/92 no DR nº15, 1ª série, de 25 de Janeiro.
O Diário da República sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial da Igreja Maná com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça em que foram detectadas "violações sistemáticas" da lei angolana e da ordem pública.
EL/RB/NME.
Lusa/Fim
Share:

Angola: Fecho da Igreja Maná por decreto está dentro da legalidade- Jurista

Luanda, 31 Jan (Lusa) - O encerramento por decreto da Igreja Maná, em Angola, por decreto-lei do Ministério da Justiça, não viola a legislação angolana, disse hoje à Agência Lusa o jurista e professor de Direito, João Pinto.

O jurista, que lecciona Direito na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, explica que a revogação do reconhecimento pelo governo de uma igreja é permitido pela Lei 2/2004 de Liberdade Religiosa.

Esta lei, adianta João Pinto, "prevê que as igrejas que não estiverem em conformidade com a lei, que não respeitem os fins pelos quais foram criadas, o respeito da soberania ou pela legalidade podem ver revogado o seu reconhecimento oficial pelo ministro da Justiça".

O também director-executivo da Faculdade de Direito da Universidade Independente de Angola clarifica que "o ministro da Justiça pode revogar (a declaração de reconhecimento público) quando verificar que a instituição violou de forma sistemática o princípio da legalidade previsto na lei de liberdade religiosa".
"Mas o facto de haver revogação não impede que (a Igreja Maná) recorra da decisão. A lei permite que a decisão seja questionada", adiantou. João Pinto lembra ainda que a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, de que Angola é signatária, "não permite a limitação dos direitos das minorias (religiosas)".

A Igreja Maná viu a sua actividade proibida no país por violar a lei e a ordem pública, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República (DR).

Com cerca de 600 mil fiéis em Angola e mais de 500 casas e templos em nove províncias, a Igreja Maná, de origem portuguesa, criada em 1984, em Lisboa, pelo "Apóstolo" Jorge Tadeu, viu anulado o seu reconhecimento pelo governo angolano através do decreto Lei 14/92 no DR nº15, 1ª série, de 25 de Janeiro.
O DR sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial da Igreja Maná com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça onde foram detectadas "violações sistemáticas" da lei angolana e da ordem pública.

Uma das polémicas em que a Igreja Maná esteve envolvida foi espoletada em Maio de 2007, quando o Bispo José Luís Gambôa foi suspenso por alegado desvio de fundos que teriam sido doados pela petrolífera Sonangol, com o objectivo de construir uma escola.

No entanto, o Bispo Joaquim Muanda, que substituiu José Luís Gambôa na liderança Maná em Angola, disse publicamente que não havia provas de que esse dinheiro fosse fruto de uma doação da Sonangol, onde o seu antecessor trabalhava.

No entanto, o próprio ex-Bispo Gamboa confirmou na imprensa angolana da altura que a verba em causa, cerca de um milhão de dólares, estava na sua conta bancária pessoal, tendo-o retirado da conta da Igreja.
A justificação para o que fez, segundo o próprio, era impedir que o dinheiro fosse transferido para Portugal, alegando que deveria ser gasto em Angola, onde foi angariado.

Todos os telefones de dirigentes da Igreja Maná para onde a Agência Lusa ligou hoje estavam desligados.
A Igreja Maná está implantada em Angola nas províncias de Benguela, Huila, Huambo, Namibe, Moxico, Malange, Lunda-Sul, Cabinda, Bengo, Cunene e Luanda.

No mundo, a Igreja Maná tem presença em 20 países, uma dezena deles africanos, e propôs-se na génese levar a palavra de Cristo a todos os falantes da língua portuguesa.

RB/NME. (Fonte: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=323681&visual=26&rss=0)

Share:

A Voz do Olho Podcast

[áudio]: Académicos Gociante Patissa e Lubuatu discutem Literatura Oral na Rádio Cultura Angola 2022

TV-ANGODEBATES (novidades 2022)

Puxa Palavra com João Carrascoza e Gociante Patissa (escritores) Brasil e Angola

MAAN - Textualidades com o escritor angolano Gociante Patissa

Gociante Patissa improvisando "Tchiungue", de Joaquim Viola, clássico da língua umbundu

Escritor angolano GOCIANTE PATISSA entrevistado em língua UMBUNDU na TV estatal 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre AUTARQUIAS em língua Umbundu, TPA 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre O VALOR DO PROVÉRBIO em língua Umbundu, TPA 2019

Lançamento Luanda O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, livro contos Gociante Patissa, Embaixada Portugal2019

Voz da América: Angola do oportunismo’’ e riqueza do campo retratadas em livro de contos

Lançamento em Benguela livro O HOMEM QUE PLANTAVA AVES de Gociante Patissa TPA 2018

Vídeo | escritor Gociante Patissa na 2ª FLIPELÓ 2018, Brasil. Entrevista pelo poeta Salgado Maranhão

Vídeo | Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa, 2015

Vídeo | Gociante Patissa fala Umbundu no final da entrevista à TV Zimbo programa Fair Play 2014

Vídeo | Entrevista no programa Hora Quente, TPA2, com o escritor Gociante Patissa

Vídeo | Lançamento do livro A ÚLTIMA OUVINTE,2010

Vídeo | Gociante Patissa entrevistado pela TPA sobre Consulado do Vazio, 2009

Publicações arquivadas