Publicado pelo Angonoticias (http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=18395)
«Os filósofos gregos sempre disseram que depois dos eclipses apareciam sempre fenómenos e aqui no Kuanza-Sul não deixou de se viver esse fenómeno. A UNITA estava aqui a 20 quilómetros em 2000.
É mentira ou verdade? Vocês sabem disso, não sabem? Começamos a acabar com a guerra precisamente com o eclipse. A UNITA foi empurrada lá para os confins e podemos começar a trabalhar. Hoje estamos a inaugurar escolas-extras, amanhã com certeza vamos inaugurar escolas maiores».
Foi dessa forma que o ministro da Educação, António Burity da Silva (na foto), se dirigiu a cerca de duas centenas de pessoas dentre membros do governo, políticos, educadores, educandos e encarregados de educação no acto de inauguração do Iº Instituto Médio Politécnico na cidade do Sumbe.
Um dos renomados docentes da cadeira de psicologia contactado a respeito de tal pronunciamento, considerou-o de «baixo e cheio de emoções do passado o que em nada contribui para educação das gerações futuras pois no momento não era salutar proferir palavras de género sabendo que centenas de crianças estavam presentes».
Face ao tão grosseiro pronunciamento, o secretariado provincial da UNITA no Kuanza-Sul na pessoa do seu secretário provincial, Amaro Kaimana «Bokeló», em nota de repúdio mostrou a sua posição saudando em primeiro lugar a inauguração do Instituto Politécnico como sendo um ganho de gerações, pois a riqueza do país depende da qualidade dos seus cidadãos.
A UNITA manifestou estranheza, repugnação e surpresa pelo discurso do ministro Burity da Silva que considera de divisionista entre os angolanos.
«Essas declarações do senhor ministro, para além de serem um improviso, foram atentatórias ao espírito de reconciliação nacional que queremos construir e dão claras indicações de alguns círculos do regime de incitarem a divisão e a intolerância política. A UNITA considera que as marcas do conflito armado tiveram uma factura, sendo as causas sobejamente conhecidas pelos verdadeiros angolanos que com o seu suor e sangue souberam trazer a paz à pátria mãe.
De que passado que o senhor ministro fez alusão? sem acautelar a exaltação da educação cívica dos cidadãos que na óptica do governo está só virada para o CAN de 2010 e não para as eleições de 2008 ? culpados somos todos, vítimas somos todos e responsáveis também somos todos. O que atrasou o desenvolvimento do país não é só o passado a que o senhor ministro se refere com muita saudade mas, é também a incompetência e a militanciocracia que atirou para fora os melhores cérebros da pátria, muitos em fuga na diáspora».
O dirigente político apelou aos governantes do país no sentido de traçarem políticas claras para o emprego, a saúde, a educação, a habitação, a água potável, energia eléctrica, salário condigno e aceitação na diferença de factores que permitam a tolerância e a reconciliação nacional, sendo alguns pressupostos essenciais para estabilidade sócio-política do país.
13 Feb 2008, Fonte:VOA
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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