Lisboa, 31 Jan (Lusa) - O dirigente máximo da Igreja Maná, Jorge Tadeu, atribuiu hoje a um antigo responsável daquela instituição as responsabilidades pela decisão anunciada pelo governo angolano em decretar o fim das actividades daquela confissão religiosa no país.
"Perante as alegações deste despacho, só me ocorre pensar que serão provenientes do tempo de administração de um antigo mau obreiro que cometeu bastantes irregularidades, dando origem à abertura de um inquérito interno e sua consequente expulsão", lê-se num comunicado da Presidência da Igreja Maná hoje chegado ao principio da noite à Agência Lusa.
"Fui apanhado de surpresa e até me custou a acreditar, porque não tinha conhecimento de que em algum dia tivéssemos sido chamados ou acusados por qualquer motivo", acrescenta Jorge Tadeu, que assina o documento.
Reconhecendo a sua qualidade de dirigente máximo da Igreja Maná Internacional, Jorge Tadeu esclarece que em cada país em que aquela igreja está implantada existe uma "Liderança Nacional".
"Embora eu seja o Presidente da Maná Internacional, e para todos os efeitos tenha de assumir as responsabilidades, a verdade é que em cada país é instituída Liderança Nacional, de preferência com pessoas nacionais, a quem é dada autonomia total, em termos administrativos, legais e financeiros", destaca.
Jorge Tadeu adianta que "face à gravidade da situação" deu já instruções para que os dirigentes da Igreja Maná em Angola "ajam com serenidade", cumprindo "assim os mandamentos de Jesus", peçam ajuda "aos respectivos órgãos do Governo para saber a origem desta situação" e sejam averiguadas as "responsabilidades dentro do (nosso) meio".
"Termino este comunicado dizendo que se por qualquer motivo a falha for minha ou de alguém da actual liderança, seguiremos o mandamento de Deus que é de admitir os erros e pedir perdão", conclui Jorge Tadeu.
A Igreja Maná, com centenas de milhares de fiéis em Angola, viu a sua actividade proibida no país por violar a lei e a ordem pública, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República (DR).
Com cerca de 600 mil fiéis em Angola e mais de 500 casas e templos em nove províncias, a Igreja Maná, de origem portuguesa, criada em 1984, em Lisboa, pelo "Apóstolo" Jorge Tadeu, viu anulado o seu reconhecimento pelo governo angolano através do decreto Lei 14/92 no DR nº15, 1ª série, de 25 de Janeiro.
O Diário da República sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial da Igreja Maná com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça em que foram detectadas "violações sistemáticas" da lei angolana e da ordem pública.
EL/RB/NME.
Lusa/Fim
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
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» Angola: Igreja Maná responsabiliza ex-dirigente por decreto que proibe actividade no país -Comunicado
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