CARAPINHA COM GINDUNGO
Não existem feias em si
Feio é viver almas alheias
E morrer para a sua própria.
Como carne, silicone não
Não
se trata de frio ou quente
Só não mudes o teu visual.
Se mudas o teu conceito
Vestes o preconceito
Ser mulher não se imita
Por que te limitas?
A televisão te leva para trás
A tua visão te faz incapaz
De ver as coisas como elas são.
A telenovela acendeu a vela
Há nova febre na favela
O teu juízo deu-se ao óbito
Nem vale a pena ver de novo
Quem te gere não te vê.
Escondes o rosto à base de base
Para seres verdadeira
Nem ainda estás quase
Posso saber por quê?
O medo do ridículo
Apaga a tua essência
Não adianta estudar a beleza
Ela vai além da ciência
É questão de consciência.
Garçom, por favor
Chega ainda mais perto
Não me tragas picanha
Traz uma carapinha
Um pente de madeira
E bastante gindungo!
Anjo N'silu | Retratos
SOBRE
O AUTOR
Filho de pai mukongo e mãe
kamundongo, Anjo N’silu nasceu no município de Rangel, província de Luanda, se
bem que o registo oficial mencione, como local de nascimento, o distrito de
Ingombota. É um novo talento da literatura angolana, versado em poesia, prosa,
crónica, conto, dramaturgia, abordando temas que traduzem a realidade
sociocultural angolana e africana.
0 Deixe o seu comentário:
Enviar um comentário