domingo, 14 de outubro de 2018

Crónica | Um bom exemplo profissional do Cinemax Benguela


Na penúltima sexta-feira, aceitei o convite de ir assistir à estreia da comédia americana «A Turma da Noite», sessão das 18h40, no Cinemax de Benguela. Não sou propriamente um consumidor regular de filme por filme, na medida em que a minha cabeça, ou antecipa as cenas, ou presta demasiada atenção aos aspectos técnicos (narrativa e fotografia incluídas), ou então denuncia mensagens sub-reptícias de “ismos”. Dito isto, reconheço, acabo não sendo uma boa companhia para o flutuar na fantasia que a arte cénica exige. Seja como for, merece o meu incentivo o papel que o cinema representa enquanto pretexto de socialização.

Cumprido o ritual da globalização (pipocas e bebidas), entramos na sala, passava ainda a ficha técnica. Não foi nem preciso ocupar o assento para nos darmos conta de como a sala não arejava. O resto é de imaginar. Muita gente e cheiro de gordura num espaço abafado. Manifestei à pessoa que me fazia companhia não suportar o desconforto. Aí abordei o pessoal de serviço e fui direccionado a falar com um jovem, o supervisor.

O supervisor falava ao telefone com alguém que presumi ser o técnico de climatização. Percebi que não se encontrava nas instalações e que demoraria algum tempo a chegar. Quando terminou a chamada, expus a situação da falta de ventilação na sala. Respondeu-me com simpatia e profissionalismo. Justificou com os constantes picos de corrente eléctrica que durante a semana se registavam e que, entendia ele, seriam a causa do disparo de um disjuntor, a sala esteve boa na sessão que antecedeu a nossa.

Ouvi atentamente e perguntei com gentileza qual seria a saída. Ele sugeriu a sessão seguinte, para dar tempo de o técnico chegar, o que para nós não seria viável, pelo avançar da hora, já que no dia seguinte eu iria trabalhar às 6h00. Propôs então passarmos num outro dia, mantendo os bilhetes válidos. E para salvar a noite, convidou-nos a ver um outro filme que estreava, «Venon», por conta da casa, fazendo parte do cabaz dois pares de óculos 3D. O filme não é grande coisa, mas o gesto foi a graça toda.

Na sexta-feira seguinte, anteontem portanto, voltamos ao Cinemax, a ver se o supervisor cumpria a sua palavra. Atendeu-nos com a mesma simpatia e eficiência. É certo que assim acontece em sociedades normais. Porém, conhecendo a relação entre o usuário e o prestador de serviço na maioria dos casos cá, um elogio grande é inevitável. Assim, sim! Ainda era só isso. Obrigado.

Gociante Patissa | Benguela, 14 de Outubro de 2018 | www.angodebates.blogspot.com
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