Na
penúltima sexta-feira, aceitei o convite de ir assistir à estreia da comédia
americana «A Turma da Noite», sessão das 18h40, no Cinemax de Benguela. Não sou
propriamente um consumidor regular de filme por filme, na medida em que a minha
cabeça, ou antecipa as cenas, ou presta demasiada atenção aos aspectos técnicos
(narrativa e fotografia incluídas), ou então denuncia mensagens sub-reptícias de
“ismos”. Dito isto, reconheço, acabo não sendo uma boa companhia para o flutuar
na fantasia que a arte cénica exige. Seja como for, merece o meu incentivo o papel
que o cinema representa enquanto pretexto de socialização.
Cumprido
o ritual da globalização (pipocas e bebidas), entramos na sala, passava ainda a
ficha técnica. Não foi nem preciso ocupar o assento para nos darmos conta de como
a sala não arejava. O resto é de imaginar. Muita gente e cheiro de gordura num
espaço abafado. Manifestei à pessoa que me fazia companhia não suportar o
desconforto. Aí abordei o pessoal de serviço e fui direccionado a falar com um
jovem, o supervisor.
O
supervisor falava ao telefone com alguém que presumi ser o técnico de climatização.
Percebi que não se encontrava nas instalações e que demoraria algum tempo a
chegar. Quando terminou a chamada, expus a situação da falta de ventilação na
sala. Respondeu-me com simpatia e profissionalismo. Justificou com os
constantes picos de corrente eléctrica que durante a semana se registavam e
que, entendia ele, seriam a causa do disparo de um disjuntor, a sala esteve boa
na sessão que antecedeu a nossa.
Ouvi
atentamente e perguntei com gentileza qual seria a saída. Ele sugeriu a sessão
seguinte, para dar tempo de o técnico chegar, o que para nós não seria viável, pelo
avançar da hora, já que no dia seguinte eu iria trabalhar às 6h00. Propôs então
passarmos num outro dia, mantendo os bilhetes válidos. E para salvar a noite,
convidou-nos a ver um outro filme que estreava, «Venon», por conta da casa,
fazendo parte do cabaz dois pares de óculos 3D. O filme não é grande coisa, mas
o gesto foi a graça toda.
Na
sexta-feira seguinte, anteontem portanto, voltamos ao Cinemax, a ver se o
supervisor cumpria a sua palavra. Atendeu-nos com a mesma simpatia e
eficiência. É certo que assim acontece em sociedades normais. Porém, conhecendo
a relação entre o usuário e o prestador de serviço na maioria dos casos cá, um
elogio grande é inevitável. Assim, sim! Ainda era só isso. Obrigado.
Gociante
Patissa | Benguela, 14 de Outubro de 2018 | www.angodebates.blogspot.com
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