O escritor angolano Gociante Patissa participou na segunda edição da FLIPELÔ, a Festa Literária do Pelourinho, de 08 a 12 de Agosto na cidade de Salvador, estado da Bahia, a convite da Fundação Pedro Calmon, tutelada pela Secretaria de Cultura do Governo da república do Brasil. O evento homenageou os escritores Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro em uma celebração da amizade. Sob os auspícios da Fundação Pedro Calmon, A FLIPELÔ realizou mesa-redonda denominada “Conversa com o autor, Com os Pés na África”. Inscreve-se como uma das principais na programação oficial, onde, na condição de escritor-palestrante internacional, Gociante Patissa será recebido pelo público para falar das obras e processos de escrita, conversa esta que contará com um moderador local. Daniel Gociante Patissa (1978) nasceu na comuna do Monte Belo, município do Bocoio, província de Benguela. É membro da União dos Escritores Angolanos, linguista de formação e defensor da divulgação de língua e cultura nacional Umbundu, pelo qual foi galardoado com o Prémio Provincial de Cultura e Artes 2012 na Categoria de Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Tem publicadas no mercado brasileiro as obras “Almas de Porcelana” (poesia reunida, 2016) e “O Homem que Plantava Aves” (contos, 2017), ambas sob chancela da Editora Penalux, com sede em São Paulo. A selecção de Patissa iniciou por uma sondagem da Fundação Pedro Calmon, parceira do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia. Seguiu-se o crivo de um painel que aprovou por unanimidade a candidatura mediante a relevância do seu curriculum artístico. Trata-se, pois, de um precioso somar no processo da afirmação da diplomacia cultural por Angola, sendo esta a sua segunda deslocação à Bahia, por sinal o mais simbólico porto das raízes africanas na história do Brasil, onde há cinco anos integrou a delegação angolana na 6.ª Bienal de Jovens Criadores da CPLP. Segundo a Organização, o tema da presente edição da FLIPELÔ é a frase de Jorge Amado “a amizade é o sal da vida”, e é em homenagem ao escritor itaparicano João Ubaldo Ribeiro. Promove, em 13 espaços de cultura, acesso gratuito, mais de 50 atividades. Nos cinco dias são esperados cerca de 50 mil participantes, apaixonados pelo mundo das palavras.
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Diário | O senhor não tem panelas, é isso?
“Bom dia, senhor. Posso ajudar?”
“Sim, claro! Obrigado, moça.”
“Nada a agradecer, senhor. É o nosso trabalho. Estamos aqui para prestar assistência pré-vendas ao cliente.”
“Muito bem…”
“E em que podemos ser úteis?”
“Olha, gostava de saber o preço destas panelas de tampa vidrada, por favor... Aqui está tudo baralhado, tamanhos e preços... a prateleira é uma só…”
“Só um momento, já venho...”
“Mas demora? É que estou a ver que o vosso caixa fica distante. É para lá que a moça vai confirmar o preço?”
“Não, isso vai ser mais rápido ainda do que imagina...”
“Pois, porque em outros supermercados há dispositivos de leitura electrónica, basta passar o código de barras no scanner, e já está...”
“Também temos aqui, senhor. Vai ser rápido.”
(...)
“Sim, claro! Obrigado, moça.”
“Nada a agradecer, senhor. É o nosso trabalho. Estamos aqui para prestar assistência pré-vendas ao cliente.”
“Muito bem…”
“E em que podemos ser úteis?”
“Olha, gostava de saber o preço destas panelas de tampa vidrada, por favor... Aqui está tudo baralhado, tamanhos e preços... a prateleira é uma só…”
“Só um momento, já venho...”
“Mas demora? É que estou a ver que o vosso caixa fica distante. É para lá que a moça vai confirmar o preço?”
“Não, isso vai ser mais rápido ainda do que imagina...”
“Pois, porque em outros supermercados há dispositivos de leitura electrónica, basta passar o código de barras no scanner, e já está...”
“Também temos aqui, senhor. Vai ser rápido.”
(...)
“Olha, já está. Foi rápido, viu? O valor é mesmo
esse, senhor...”
“Ah, Ok. Obrigado.”
“Ah, Ok. Obrigado.”
“O senhor vai levar
então a panela, certo?”
“Sim.”
“O senhor gostou da panela, é isso?”
“Sim. O material parece bom…”
“Mas é mesmo esta que o senhor que levar, né?”
“Sim. Essa…”
“Ah, está bem. O senhor não tem panelas, é isso?”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 29.08.2018
“Sim.”
“O senhor gostou da panela, é isso?”
“Sim. O material parece bom…”
“Mas é mesmo esta que o senhor que levar, né?”
“Sim. Essa…”
“Ah, está bem. O senhor não tem panelas, é isso?”
www.angodebates.blogspot.com | Gociante Patissa | Benguela, 29.08.2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Utilidade pública | Atenção, gestores de ONG's e demais sociedade civil: EMBAIXADA AMERICANA EM LUANDA LANÇOU PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DE PROJECTOS NA ÁREA DO EMPREENDEDORISMO
De acordo com a notificação que sua excelência eu acaba de receber por e-mail, assinada pela Secretária para Imprensa Cultura e Educação, Nafeesah Allen, esta oportunidade de financiamento que a Embaixada dos EUA em Angola acabou de lançar é de longo prazo com o objectivo de envolver o empreendedorismo em Angola e a comunidade de start-ups em implementar um projecto de acampamento e competição.
Os termos para a elaboração das candidaturas podem ser acedidos neste link https://ao.usembassy.gov/education-culture/local-grant-program/
As propostas devem ser enviadas para o endereço electrónico Pasinboxluanda@state.gov até ao dia 3 de Setembro de 2018.
Nota adicional: Antevendo já "confundibilidades", sua excelência eu esclarece que presta, com a divulgação deste anúncio, um auxílio de utilidade pública apenas, não tendo qualquer vínculo com a Embaixada nem tem poder para influenciar rigorosamente nada. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante Patissa
www.angodebates.blogspot.com
sábado, 25 de agosto de 2018
"Boss" Constantino
Das agridoces memórias de 2013, lembrei-me do
"cara da foto", de seu nome Constantino Mendes, na altura chefe de
secção da juventude no Ministério da Juventude e Desportos e o interlocutor
directo dos delegados de Angola presentes na 6.ª Bienal de Jovens Criadores da
CPLP, que teve lugar na cidade de Salvador, Bahia, concretamente na Biblioteca
Central/Pública dos Barris. Escritores, inventores, artistas plásticos, joalheiros,
modelos, fotógrafos, cineastas, músicos/cantores, enfim, um pouco de tudo em
termos de potencial e prestígio. Só que nas mãos do "boss"
Constantino, éramos todos tratados como recrutas, uma rispidez que entretanto
se inibia diante das "estrelas" do grupo (no olhar da instituição
que superintendia a delegação), como sejam Cabo Snoop e respectivo agente Ho
Chi Fu, Namanhonga e respectivos bailarinos, assim como Madruga Yoyo. Aos olhos
da mídia brasileira, todavia, já o promissor Kyaku Kyadaff despontava com o
seu violão e sonoridade com matriz bakongo, ao lado de Tony do Fumo Júnior. Os
ciclos de tensão na relação interpessoal acabavam diluídos em gargalhadas, de
tão inusitado que era o génio mandão de um magrito hahahah. Já não voltamos a
cruzar e fiquei a saber, poucos anos mais tarde, que Constantino (também
promotor de concursos de beleza/mister pela sua agência Pango's), já não faz
parte do mundo dos vivos. Onde quer que esteja, tenha paz a dobrar.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
E assim foi
Sua excelência eu com a emoção de missão cumprida no dia de "legressar ao país", trazendo na bagagem um enorme aprendizado, mais 20 kg em livros, discos e filmes ganhos nos dias da FLIPELÔ-Festa literária do Pelourinho, Brasil, que teve lugar na cidade de Salvador. A melhor parte foi ter lá estado a convite e patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por intermédio da Fundação Pedro Calmon (FPC), a cujo elenco faço vénia pela fabulosa experiência proporcionada e pelo degrau acrescido na carreira de escritor e palestrante. À Casa de Angola na Bahia não podia estar mais grato por todo apoio e amparo do seu director, Benjamim Sabby. Ao diplomata Adriano Mixinge, que me derrotou no Prémio Literário Sagrada Esperança 2012 (venceu por unanimidade do júri com o romance "O Ocaso dos Pirilampos", enquanto sua excelência eu foi finalista com "Fátussengóla, O Homem do Rádio que Espalhava Dúvidas"), só posso reconhecer que foi o feliz caso de que "as vezes perder, é ser vencedor". Fico-lhe a dever um abacaxi da minha comuna natal, Monte Belo. À amiga escritora Deborah Dornellas, de gema carioca e de vivência brasiliense, autora do romance recém-lançado "Por cima do Mar" e enredado entre cá e lá, assim como ao amigo Kakau Kapa Reis, dos benguelenses mais cosmopolitas que se pode inventariar, há como não agradecer o amparo e acolhimento na vastidão de um paraíso que é quase ao mesmo tempo quase selva urbana chamado Sampa? Voltamos à "rotina habitual" e o consolo pode soar faltal mas vem da sabedoria popular: "Alegria de pobrezinho dura pouco" Ainda era só isso. Obrigado hahahahah | www.angodebates.blogspot.com.com
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Foto-reportagem 6 | VISITA À RICA BIBLIOTECA PÚBLICA/CENTRAL DOS BARRIS, SALVADOR-BAHIA
A
Biblioteca dos Barris abriu as suas portas para receber um visitante de Angola,
o escritor Gociante Patissa, que fez questão de propor isto mesmo no roteiro da
sua participação na Festa Literária do Pelourinho "Flipelô", que teve
lugar na cidade de Salvador, entre os dias 08 e 12 de Agosto, onde esteve como
palestrante internacional a convite da Fundação Pedro Calmon, vinculada à
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, república do Brasil.
Na realidade, a curiosidade de franquear, em efectivo labor, os corredores daquela grande e significativa estrutura na malha educativa, histórica e cultural teve também uma motivação afectiva. Recuando no tempo, cinco anos separam este regresso do angolano pela Flipelô do seu primeiro contacto com a infraestrutura da Biblioteca dos Barris, que fora o palco de artes performativas e de exposições no contexto da VI Bienal de Jovens Criadores da CPLP. Patissa integrou na ocasião a delegação multidisciplinar angolana seleccionada pelo Ministério da Juventude e Desportos.
Da parte da Fundação Pedro Calmon e em representação do seu Director Geral, Zulu Araújo, acompanhou o visitante a Coordenadora da Política de Leitura – DLL, Sra. Nana de Carvalho, na tarde de sexta-feira, 10 de Agosto de 2018.
Com duas centenas de existência, a maior da rede bibliotecas públicas do Estado
da Bahia procura reinventar-se no dinamismo, adaptando-se não só à evolução dos
recursos tecnológicos, mas também ao perfil dos usuários. Na visita guiada que
nos proporcionou a Sra. Naiara Malta, retivemos como um dos principais desafios
a flexibilização do ambiente.
O público de hoje já não é aquele de ver a
biblioteca como um espaço de tumular silêncio, pelo que há que tornar a
instituição em factor também de diversão e encontros, sem no entanto prejudicar
no essencial a sua vocação. É palco, cinema e ponto de encontro de jovens e não
só.
Nos pisos de cima encontramos a secção das raridades, no mesmo sector em que nos chamou a atenção a empreitada de digitalizar o acervo de modo a multiplicar o seu acesso. Outra componente aliciante é da produção de conteúdos e de pesquisa em audiovisuais. De louvar igualmente é a secção das pessoas com deficiência, numa biblioteca que habilita invisuais a dominarem o computador, a par do braille. Tecnologia também para ampliar a visão, cabines de som para quem precise de silêncio absoluto, enfim, um pouco de tudo.
Na hora de fecho fica a grande certeza: seria muito valioso estabelecer parceria e intercâmbio entre técnicos bibliotecários angolanos e os daquele monstro brasileiro.
A captação das imagens contou com o prestimoso apoio e talento de Nana Carvalho. www.angodebates.blogspot.com
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
Crónica | CABELO BRASILEIRO DE QUE ÉPOCA?
Chamam-lhe cabelo brasileiro. Completa a vaidade e auto-estima da mulher negra angolana que se acredita moderna. A professora, a bancária, a deputada, a ministra. No momento em que prega sermos todos uma semelhança de Deus, a pastora endireita as fibras mortas da peruca. Custa caro, muito caro, pelo menos mais do que o salário médio da função pública. Há também o proveniente da Índia e há o da China, justiça seja feita, mas o fim é o mesmo: abafar a carapinha. Teta Lando, de boa memória, acreditava, ingénuo como a própria canção, que "negra de carapinha dura / não estragues o teu cabelo /me jura / faz as tranças corridinhas/ com missangas a cair / carapinhas pequeninas / como aquelas que vovó fazia". Cabelo natural dá muito trabalho, diz-se, o que não deixa de ser verdade, ainda mais na intensa rotina urbana. Mas esse cabelo artificial, cada vez mais se afirmando como símbolo de status, quanto mais cara a peruca, maior rendimento e prestígio se tem, representa o Brasil de que época afinal? O Brasil emancipado ou o medieval? O Brasil que busca dignidade ou aquele parado no tempo esclavagista? É estranho pensar-se nisso, já que por cá, é intenso o movimento de afirmação da identidade de cada povo, o que passa também e essencialmente por romper os padrões alienantes de beleza, onde o índio, o caucasiano, o oriental e o africano procuram coabitar sem que uns imponham os seus traços biológicos sobre outrem. É indispensável reconhecer o impacto do movimento feminista negro, à parte os radicalismos colaterais, responsável pela desconstrução de determinados paradigmas inconscientes da indústria da moda e que mais não são do que a subjugação de outras raças/etnias pela supremacia branca. Há sempre uma agenda oculta (ou não tão oculta) na imposição de modelos e padrões do que se constrói socialmente como o belo ou o feio, infelizmente. Vive-se uma altura em que a revolução capilar afro no Brasil é uma "febre", sustentada por debates de afirmação e num contexto de viragem em que a própria lei obriga ao ensino das raízes africanas no plano escolar. Enquanto isso, a mulher angolana moderna, para estar bem apresentada, importa exactamente o cabelo brasileiro, que o brasileiro entretanto já não usa. Ou seja, há um embuste do sector mercantil que vende entulho em nome de uma sociedade-modelo estereotipada, talvez por estar encaixada numa geopolítica desenvolvida. Para haver cabelo brasileiro, excelências, teria de haver um só Brasil (aquele da telenovela). E isto seria uma antítese deste país irmão da América do Sul, cuja história se resume na palavra diversidade. Chateie-se com o atrevimento do meu olhar que este texto inconveniente levanta. Eu aceito e respeito. Repita quantas vezes quiser a narrativa de que você é maior de idade e é livre de fazer o que bem lhe aprouver com o seu dinheiro (ou o que lhe oferecerem). Tudo isto é legítimo. Mas fica na mesma a sugestão para irmos questionando a "estética ideal", até porque como disse certa vez uma activista cujo nome agora nos escapa à memória, "o simples facto de usar o penteado de cabelos naturais chega a ser um sinal de resistência política". Portanto, quando lhe venderem o cabelo brasileiro, questione, por gentileza, cara irmã: Brasil de que época? Ainda a só isso. Obrigado.
Gociante Patissa | São Paulo, Brasil, 20.08.2018 | www.angodebates.blogspot.com
Foto de autor e modelo desconhecidos
domingo, 19 de agosto de 2018
sábado, 18 de agosto de 2018
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Foto-reportagem 5 | INTERCÂMBIO CULTURAL COM ESCRITORES, AGENTES, ENTIDADES E EDITORES
Durante a presença na Flipelô, para além do
pessoal da Fundação Pedro Calmon, houve uma intensa jornada de estabelecimento
de parcerias e pontes culturais com escritores, jornalistas, académicos,
entidades, livreiros e não só, a quem desde já reafirmo a minha imensa
satisfação pela simpatia, acolhimento e me fazerem sentir em casa. De Salvador,
Bahia, levo memórias inesquecíveis. Alguns nomes: Salgado Maranhão, José
Inácio Vieira de Melo, Zulu
Araújo, Patricia
Santiago, Shon, Saulo
Dourado,Geovani
Martins, Jackson, Chico de Assis, Tom Carlos, mais Tom Correia, Fotos de Nana
Carvalho (Direcção do livro e de Leitura, FPC) e Gociante
Patissa | www.angodebates.blogspot.com
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Foto-reportagem 4 | MESA DE DEBATE NA CASA DA BANDA OLODUM SOBRE LETRA E MÚSICA
Os escritores Geovani Martins, brasileiro, e
Gociante Patissa, angolano, foram osconvidados para debater sobre "Letra e Música" às 19 horas de sábado, 11.08.2018, no quadro da programação da Flipelô (Festa Literária do Pelourinho), na cidade de Salvador, Brasil. A sessão teve lugar na Casa do Olodum, uma icónica banda no segmento do samba-reggae e tradição do tambor, com incidência em contar a história do continente africano por meio do canto.
Juntaram-se ao painel dois outros vocalistas e compositores, tendo ficado a moderação ao comando do historiador João Jorge, director do Olodum. Gociante Patissa esteve na “FLIPELÔ” a convite da Fundação Pedro Calmon, liderada por Zulu Araújo, organismo da superintendência da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
Juntaram-se ao painel dois outros vocalistas e compositores, tendo ficado a moderação ao comando do historiador João Jorge, director do Olodum. Gociante Patissa esteve na “FLIPELÔ” a convite da Fundação Pedro Calmon, liderada por Zulu Araújo, organismo da superintendência da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
Foto-reportagem 3 | ENCONTRO DE CORTESIA COM A SECRETÁRIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA E ALMOÇO COM SENADORA
No encontro de boas-vindas, a
09.08.2018, o escritor angolano Gociante Patissa ofereceu à Secretária de
Cultura do Estado da Bahia (Secult), Arany Santana, um exemplar do seu primeiro
livro de contos, “A Última Ouvinte”, editado pela União dos Escritores Angolanos
em 2010, um exemplar da antologia “Angola 40 Anos – 40 Autores – 40 Contos”,
publicada pela Mayamba no ano de 2015 para comemorar o 40.º aniversário da
Independência nacional, bem como um exemplar do Jornal de Angola, diário
oficial, edição de 7 de Agosto, que estampa na última página a notícia da sua
participação na “FLIPELÔ”, Festa Literária do Pelourinho, a convite da Fundação
Pedro Calmon.
Arany, proeminente activista da resistência do movimento negro, ofereceu um considerável acervo bibliográfico sobre estudos da memória oral e etnográfica de alguns segmentos excluídos. Seguidamente, a fundação Pedro Calmon, tutelada pela Secult, proporcionou um almoço de cortesia com a senadora federal Lídice da Mata, que em 1992 foi eleita primeira prefeita da história da cidade de Salvador, e também a primeira mulher em tal posto. Lídce é das principais influenciadoras das decisões legislativas a favor da cultura.
Arany, proeminente activista da resistência do movimento negro, ofereceu um considerável acervo bibliográfico sobre estudos da memória oral e etnográfica de alguns segmentos excluídos. Seguidamente, a fundação Pedro Calmon, tutelada pela Secult, proporcionou um almoço de cortesia com a senadora federal Lídice da Mata, que em 1992 foi eleita primeira prefeita da história da cidade de Salvador, e também a primeira mulher em tal posto. Lídce é das principais influenciadoras das decisões legislativas a favor da cultura.
Entrevista | “Serei naturalmente candidato ao Nobel de Literatura 2019”, Zetho Cunha Gonçalves
Zetho Cunha
Gonçalves é, até onde sabemos, o único angolano alguma vez candidato, de facto,
a algum Prémio Nobel. A iniciativa da proposta do seu nome partiu da Universidade
de Lisboa. Nasceu na província do Huambo, corria o distante ano de 1960. Poeta, ensaísta, tradutor e
autor de literatura infantil, poderá não ser um nome muito conhecido do púbico leitor
angolano em função de residir na europa. Nesta entrevista que concedeu ao Blog
Angodebates www.angodebates.blogspot.com, o autor de «Rio Sem Margem» manifestou
estranheza pelo facto de a imprensa angolana ter ignorado a sua candidatura ao
Prémio Nobel de Literatura, edição do ano 2018, que no entanto acabou cancelada
devido à demissão em massa dos membros da Academia Sueca.
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
Foto-reportagem 2 | MESA DE DEBATE "COM OS PÉS NA ÁFRICA"
“Conversa com o autor, Com os Pés na África” foi o tema da principal mesa de debate na programação da “FLIPELÔ” (Festa Literária do Pelourinho) para o terceiro dia da jornada, 10 de Agosto. Sob mediação de Zulu Araújo, Director Geral da Fundação Pedro Calmon, participaram o brasileiro Sérgio Túlio Caldas e o angolano Gociante Patissa. Túlio Caldas é jornalista de televisão, já trabalhou em Angola a fazer documentários a assessorar a TPA. A Flipelô, que vai na sua segunda ediçãi, é uma iniciativa da Casa-Museu de Jorge Amado, dirigida por Ângela Fraga e Ticiano Martins. Gociante Patissa e a jovem zimbabueana Rutendo Tavengerwei foram os dois representantes do continente africano na qualidade de escritor internacional palestrante.
A sessão teve duração aproximada de 90 minutos com um cardápio que passeou pelos livros dos "contendores", a questão das identidades e o processo de escrita, assim como pelas suas vivências e memórias de leitura. A realidade actual e os desafios do sector livreiro não ficaram de parte. O auditório esteve lotado do princípio ao fim, com uma plateia de cerca de 300 almas, duas delas angolanas. A sessão foi muito bem acolhida e aplaudida pela comunidade académica, diplomatas, escritores, editores, livreiros, e pela classe artística de modo geral ali presente.
Foto-reportagem 1 | CASA DE ANGOLA NA BAHIA
Na manhã de sexta-feira, 10/08/2018, o escritor
angolano Gociante Patissa visitou o Centro Cultural Casa de Angola, na
companhia da Sra Larissa Kharkevitch, em representação do Director Geral da
Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, organismo da tutela da Secretaria de
Cultura do Estado da Bahia, república federativa do Brasil. O Director
Artístico da Casa de Angola, Benjamim Sabby, apresentou os cantos da nossa
"embaixada cultural", num ambiente descontraído e puramente mwangolê.
Patissa esteve a participar na Festa Literária do Pelourinho
"Flipelô", que decorreu de 8 a 12 de Agosto na cidade de Salvador,
na qualidade de escritor-palestrante convidado internacional a convite da
Fundação Pedro Calmon, república federativa do Brasil.
Durante a sua estada naquela cidade, observou uma vasta e intensa agenda que consistiu em presenciar colóquios, efectuar visitas a instituições, bem como encontros de diplomacia cultural. Os agradecimentos sinceros e gigantesco desde já são devidos ao mais-velho Adriano Mixinge e ao próprio Benjamim Sabby (mas eu não disse nada, né? rsrsrs) www.angodebates.blogspot.com
Durante a sua estada naquela cidade, observou uma vasta e intensa agenda que consistiu em presenciar colóquios, efectuar visitas a instituições, bem como encontros de diplomacia cultural. Os agradecimentos sinceros e gigantesco desde já são devidos ao mais-velho Adriano Mixinge e ao próprio Benjamim Sabby (mas eu não disse nada, né? rsrsrs) www.angodebates.blogspot.com
Ponto de situação
Os serviços de apoio a sua Excelência Eu
comunicam à África e ao mundo que inicia hoje a publicação da foto-reportagem
da sua participação na Festa Literária do Pelourinho "Flipelô", que
decorreu de 8 a 12 de Agosto na cidade de Salvador, onde participou como
escritor-palestrante convidado internacional a convite da Fundação Pedro
Calmon, organismo da tutela da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia,
república federativa do Brasil. Durante a sua estada naquela cidade, observou uma vasta e intensa agenda que consistiu em
presenciar colóquios, efectuar visitas a instituições, bem como encontros de
diplomacia cultural. Sendo tudo de momento, retira-se Sua Exªa Eu com um até
já. Mais se informa que s fotos serão disponibilizadas sem marca d'água, como
mais uma oportunidade de acreditar na boa-fé de quem as tiver de usar, no
sentido de não se esquecer de referenciar os créditos ou autoria ou fonte. Para
cumprimento imediato. Gabinete de Sua Exª Eu numa cidade qualquer pelo mundo.
HAHAHA
sábado, 11 de agosto de 2018
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
Salvador da Bahia | Hoje é o grande dia de Angola na Festa Literária do Pelourinho “FLIPELÔ” 2018
G. Patissa e a Secretária de Cultura do Estado da Bahia, Arany Santana |
Decorre
desde quarta-feira, 08 de Agosto, a “FLIPELÔ”, Festa Literária do Pelourinho,
que nesta segunda edição inscreve uma tertúlia com Angola, representada pelo
escritor benguelense Gociante Patissa, convidado palestrante internacional para
a mesa de debate intitulada “Conversa
com o autor, Com os Pés na África”. Acontece às 20 horas do Brasil (24
de Angola) no Teatro SESC-SNAC Pelourinho com a participação do jornalista e
autor Sérgio Túlio Caldas e mediação de Zulu Araújo, Coordenador da Fundação
Pedro Calmon. Amanhã, o autor terá outra mesa-redonda na casa do Olodum, a
banda de Samba conhecida mundialmente por ter acolhido Michael Jackson.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
domingo, 5 de agosto de 2018
NOTA DE IMPRENSA | Escritor angolano Gociante Patissa é convidado da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Brasil, para palestrar na Festa Literária do Pelourinho - “FLIPELÔ-2018”
O escritor
Gociante Patissa está de malas feitas para participar na segunda edição da FLIPELÔ,
a Festa Literária do Pelourinho, a ter lugar de 08 a 12 de Agosto na cidade de
Salvador, estado da Bahia, a convite da Fundação Pedro Calmon, tutelada pela
Secretaria de Cultura do Governo da república do Brasil. O evento homenageará os
escritores Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro em uma celebração da amizade.
Sob os
auspícios da Fundação Pedro Calmon, A FLIPELÔ tem agendada uma mesa-redonda denominada
“Conversa com o autor, Com os Pés na África”. Inscreve-se como uma das
principais na programação oficial, onde, na condição de escritor-palestrante
internacional, Gociante Patissa será recebido pelo público para falar das obras
e processos de escrita, conversa esta que contará com um moderador local.
Daniel Gociante
Patissa (1978) nasceu na comuna do Monte Belo, município do Bocoio, província
de Benguela. É membro da União dos Escritores Angolanos, linguista de formação
e defensor da divulgação de língua e cultura nacional Umbundu, pelo qual foi
galardoado com o Prémio Provincial de Cultura e Artes 2012 na Categoria de
Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Tem publicadas no mercado
brasileiro as obras “Almas de Porcelana” (poesia reunida, 2016) e “O Homem que
Plantava Aves” (contos, 2017), ambas sob chancela da Editora Penalux, com sede
em São Paulo.
A selecção
de Patissa iniciou por uma sondagem da Fundação Pedro Calmon, parceira do Centro Cultural Casa de Angola na
Bahia. Seguiu-se o crivo de um painel que
aprovou por unanimidade a candidatura mediante a relevância do seu curriculum
artístico. Trata-se, pois, de um precioso somar no processo da afirmação da
diplomacia cultural por Angola, sendo esta a sua segunda deslocação à
Bahia, por sinal o mais simbólico porto das raízes africanas na história do
Brasil, onde há cinco anos integrou a delegação angolana na 6.ª Bienal de
Jovens Criadores da CPLP.
Áudio sem download | Programa em língua nacional Umbundu “Popya Otchili” (em português, diga a verdade). É emitido em directo às segundas e quintas-feiras pela Rádio Ecclesia de Benguela, Angola, na frequência dos 99.7 FM
Tivemos acesso à gravação de uma das edições, talvez de todas a mais rica cultural e pedagogicamente falando, do programa "POPYA OTCHILI", transmitido em língua umbundu na Rádio Ecclesia de Benguela neste 2018. O convidado foi o padre Bonifácio Tchimboto, uma autoridade em matérias de antropologia, semiótica e linguística nas universidades Católica e Jean Piaget. Os anfitriões foram João Guerra Sokópya, Jesus Matende e Arminda Mangandi. Em 58 minutos de áudio, POPYA OTCHILI, em português diga a verdade, discute a questão da tradução, dos neologismos e das interferências, da dupla confusão por viorar a dupla grafia, ao mesmo tempo que polvilha adágios em tertúlia cómica. Há certamente visões com as quais não concordo, saúdo o valioso contributo que o material representa no campo do saber e da pesquisa, enquanto mentor do blog www.ombembwa.blogspot.com, que assume a causa da língua umbundu. Ainda era só isso. Obrigado.
Gociante Patissa | Benguela, 05.08.2018 |
Achado tesouro para pesquisadores, amantes e curiosos da língua umbundu
Sua excelência eu teve acesso à gravação de uma das edições, talvez de todas a mais rica cultural e pedagogicamente falando, do programa "POPYA OTCHILI", transmitido integralmente em língua umbundu na Rádio Ecclesia de Benguela neste 2018. O convidado dessa edição foi o padre Bonifácio Tchimboto, que é para todos os efeitos uma autoridade em matérias de antropologia, semiótica e linguística, dividindo-se entre a docência e a gestão escolar nas universidades Católica e Jean Piaget. Os anfitriões foram João Guerra Sokópya, Jesus Matende e Arminda Mangandi. Em aproximadamente 58 minutos de áudio, o programa POPYA OTCHILI, em português diga a verdade, discute a questão da tradução, dos neologismos e das interferências, ao mesmo tempo que polvilha um sem número de adágios numa tertúlia cómica. Há certamente visões com as quais não concordo, mas não deixo de saudar o valioso contributo que o material representa no campo do saber e da pesquisa. Enquanto mentor do blog www.ombembwa.blogspot.com, que assume a causa da língua umbundu, e caso amanhã venha a ter acesso à internet grátis, colocarei à disposição nas plataformas digitais de costume, o YouTube e o soundcloud. Ainda era só isso. Obrigado.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
«ACHAM QUE FALANDO HANHA, FALANDO MBOKOIO, PARECE QUE ESTÁ DESPREZADO» | Conheça o trio que anima o programa em língua umbundu “Popya Otchili” na Rádio Ecclesia
A reportagem do Blog www.ombembwa.blogspot.com fez um assalto na tarde de
quinta-feira, 02/08, aos bastidores da mais recente atracção, o programa em língua
umbundu “Popya Otchili” (em português, diga a verdade). É emitido em directo às
segundas e quintas-feiras, das 15h às 16h, pela Rádio Ecclesia, na frequência
dos 99.7 FM. Cobre as cidades do litoral, nomeadamente, Lobito, Catumbela,
Benguela, e Baía Farta. À testa da equipa está o carismático João Guerra. O
trio inclui ainda o linguista Jesus Matende e a locutora Arminda Mangandi.
O educador social Guerra, também evangelista
católico, não é uma pessoa estranha ao ambiente de rádio em Benguela, província
que passa a contar com cinco estações. Destas, apenas as estatais Lobito e
Benguela, do grupo Rádio Nacional de Angola, incluem na grelha de programas a
língua umbundu, apesar de ser a mais falada no país e representar 1/3 da
população.
Ouvir o áudio da reportagem em versão de rádio
“Neste
momento, porque estamos na fase inicial, o programa consiste em anunciar as
notícias, primeiro, da Diocese e, depois, a interacção, com o público; e
passando uma vez a outra também passar aquelas as notícias que são do interesse
da própria comunidade. Porque queremos criar um programa mas criado mesmo para
o público e do povo para nós. Por isso é que temos sempre alguns minutos de
interacção com o público”, conta João Guerra Sokópia.
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Morreu aos 95 anos Celeste Rodrigues, a fadista portuguesa que inspirou este poema | A BELEZA NUNCA É TRISTE
A beleza
nunca é triste *
Nem os
postiços
nem as
lembranças
belas
Que
é só o mar
no bater das ondas
a tomar o
seu banho
nada para
desmerecer
as almas
engolidas
pela espuma
E
se ente soldado é defunto
até voltar da guerra
Tchipa
ressuscitou o mundo
na
saudade que canta
na frente
da chama
cá na
mata, a vida é bela, mamã**
mesmo aos
olhos do fado
“a beleza
nunca é triste”.
Gociante
Patissa, Benguela, in «Guardanapo de Papel», 2014, pág. 13.
"NósSomos". Vila Nova de Cerveira, Portugal (poema escrito a
27.11.2011)
__________
* O
título do poema deve-se à fadista portuguesa Celeste Rodrigues, em entrevista à
televisão, em 2011.
**Jacinto
Tchipa, músico angolano – Cartinha da Saudade – (década de 1980)