A
Biblioteca dos Barris abriu as suas portas para receber um visitante de Angola,
o escritor Gociante Patissa, que fez questão de propor isto mesmo no roteiro da
sua participação na Festa Literária do Pelourinho "Flipelô", que teve
lugar na cidade de Salvador, entre os dias 08 e 12 de Agosto, onde esteve como
palestrante internacional a convite da Fundação Pedro Calmon, vinculada à
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, república do Brasil.
Na realidade, a curiosidade de franquear, em efectivo labor, os corredores daquela grande e significativa estrutura na malha educativa, histórica e cultural teve também uma motivação afectiva. Recuando no tempo, cinco anos separam este regresso do angolano pela Flipelô do seu primeiro contacto com a infraestrutura da Biblioteca dos Barris, que fora o palco de artes performativas e de exposições no contexto da VI Bienal de Jovens Criadores da CPLP. Patissa integrou na ocasião a delegação multidisciplinar angolana seleccionada pelo Ministério da Juventude e Desportos.
Da parte da Fundação Pedro Calmon e em representação do seu Director Geral, Zulu Araújo, acompanhou o visitante a Coordenadora da Política de Leitura – DLL, Sra. Nana de Carvalho, na tarde de sexta-feira, 10 de Agosto de 2018.
Com duas centenas de existência, a maior da rede bibliotecas públicas do Estado
da Bahia procura reinventar-se no dinamismo, adaptando-se não só à evolução dos
recursos tecnológicos, mas também ao perfil dos usuários. Na visita guiada que
nos proporcionou a Sra. Naiara Malta, retivemos como um dos principais desafios
a flexibilização do ambiente.
O público de hoje já não é aquele de ver a
biblioteca como um espaço de tumular silêncio, pelo que há que tornar a
instituição em factor também de diversão e encontros, sem no entanto prejudicar
no essencial a sua vocação. É palco, cinema e ponto de encontro de jovens e não
só.
Nos pisos de cima encontramos a secção das raridades, no mesmo sector em que nos chamou a atenção a empreitada de digitalizar o acervo de modo a multiplicar o seu acesso. Outra componente aliciante é da produção de conteúdos e de pesquisa em audiovisuais. De louvar igualmente é a secção das pessoas com deficiência, numa biblioteca que habilita invisuais a dominarem o computador, a par do braille. Tecnologia também para ampliar a visão, cabines de som para quem precise de silêncio absoluto, enfim, um pouco de tudo.
Na hora de fecho fica a grande certeza: seria muito valioso estabelecer parceria e intercâmbio entre técnicos bibliotecários angolanos e os daquele monstro brasileiro.
A captação das imagens contou com o prestimoso apoio e talento de Nana Carvalho. www.angodebates.blogspot.com
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