No telejornal da TPA desta noite, ficou-me a pulga atrás da orelha. No impasse sobre a preparação das autarquias, que opõe o governo e a oposição, concretamente no tocante ao gradualismo territorial, a pivot Ana Lemos anunciou que o Observatório Político e Social de Angola (OPSA) é favorável ao gradualismo. Quem aparece na peça é o economista e actor social Sérgio Calundungo, membro da agremiação. Acontece que ao longo do registo, Calundungo realça por mais de uma vez ser favorável ao gradualismo nas autarquias mas que se trata de "uma opinião muito pessoal". Ora, esse Lead da notícia, subordinado à narração da repórter, será ético, considerando que o interlocutor deixou claro que emitiu "uma opinião muito pessoal"? Se o apoio ao gradualismo das autarquias fosse realmente posição expressa e consensual dentro do OPSA, haveria necessidade de o seu membro insistir em entrevista televisiva em como se tratava de "uma opinião muito pessoal"? A dúvida para os gurus do jornalismo é: a) Quando se acerta uma entrevista com um interlocutor na qualidade membro de uma determinada instituição, mas que ao longo de conversa este diz ser opinião pessoal, não se deveria imediatamente suspender o vínculo ou o engajamento institucional do espírito da conversa? Vamos ao debate.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
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» Debate | Uma opinião pessoal engaja a instituição de que um determinado interlocutor é membro?
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