“Bom
dia, senhora. O que é que pretende almoçar?”
“Bom
dia, jovem. O que têem para almoço?”
“Prato
do dia, temos frango chorrasco, cozido à portuguesa, essas coisas… Fora
disso, é só falar o que deseja, a casa vai satisfazer a necessidade…”
“Traz
o menu, faz favor…”
“É
mesmo isso. O menu ainda não temos, falta escrever…”
“Mas
é assim tão difícil abrir o Excel e lançar preços?! Há quanto tempo isto abriu?”
“Três
meses ainda só…”
“Então
como é que vocês trabalham?”
“É
só perguntar, eu falo os preços…”
“De
cabeça?”
“Posso
pedir na patroa. É só falar, eu vou ir falar, é rápido.”
“E
vocês não dizem à patroa que os clientes reclamam a falta de um menu? Vocês não
ficam cansados de memorizar preços como se estivéssemos na era da sociedade
feudal?”
“A
patroa então é bwé com-pi-li-ca-da. Entra num ouvido, sai no outro. Até parece
já nem entra…”
“Angola,
Angola! Sempre a puxar a carroça para trás…”
“Falou
como, senhora?”
“Nada
de pertinente…”
“Xê!
A senhora assim vai ler essa bíblia toda aqui?…”
“Claro!
Sociologia é um ramo cativante.”
“Eu
por acaso não gosto de ler, me dá sono. Ahhh! Desculpa, até já estou a bocejar…
mas tudo que preciso, pergunto só no meu professor…”
“Pelo
visto, tenho muito a aprender aqui…”
“Por
exemplo, o que está a ler, eu sei. Sociologia é tipo psicologia. É a mesma
coisa. A diferença é que a psicologia só estuda só uma pessoa mas a sociologia
estuda muitas…”
“Pronto,
vou querer a sopa e o cozido à portuguesa.”
“E
para beber?”
“Por
enquanto, nada…”
“Mas
a senhora é assim porquê?!”
“Assim,
como?”
“Come
só assim a seco e não vai pedir bebida…”
“Jovem,
vou querer a sopa e o cozido à portuguesa.”
“Ok.
Assim o que é que vem primeiro, a sopa ou o cozido?”
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