por Alexandre Lucas Tchilumbu (*)
Se os paradoxos anunciam a chegada de novos
paradigmas, em relação as nossas eleições, que novas regras se mostram e quais
os paradoxos?
Eu explico-me melhor! Por paradigmas, podemos entender como sendo a forma como percebemos a realidade. Um exemplo: Se um homem vestir uma roupa feminina, isso pode ser visto como um paradoxo, pois o paradigma social diz que homem não veste roupa de mulher! Não está escrito em lugar nenhum; é um paradigma.
O Dr Lair Ribeiro afirma que o paradigma está
pra nós como a água está para o peixe. O peixe só sabe que vive na água, quando
se perceber fora dela. Só nos apercebemos da mudança de paradigmas, quando um
novo se instala. Um exemplo: até a chegada dos relógios eletrônicos, os suíços
detinham 85% do comércio mundial deste segmento. Porém, uma desatenção os fez
negligenciar a chegada de um novo paradigma; o relógio eletrônico. Presos às
antigas regras, os suíços praticamente entregaram de bandeja o negócio dos
eletrônicos aos japoneses e americanos, que anos depois passaram a deter mais
de 70% do mercado.
No caso das nossas eleições, quais os paradoxos
que começam a despontar e que novos paradigmas se anunciam? Um exemplo de algo
que começa a se tornar paradoxal aos olhos do votante é o atributo do
desequilíbrio! A grande abertura trazida pelas TIC's(tecnologias de
informação), elevou a consciência dos utentes a um ponto em que comportamentos
que refletem desequilíbrio começam a ser colocados de lado. Quem estuda a
evolução do comportamento humano sabe que às crianças actuais, quando diante de
desavenças entre os progenitores, tenderão a unir-se àquele que apresentar
integridade nas palavras e na atitude. No passado, a criança simplesmente
chorava.
Integridade passa a ser o padrão que queremos
ver em todas as coisas. O partido que olha pro futuro e busca galgar terreno na
confiança do eleitor, precisa equilibrar-se, diante de pressupostos como
"verdade", "unidade" é "bom senso". Este é o novo
paradigma!
Se tudo o que a internet nos traz é a consciência
da unidade de tudo, aproximando as pessoas e promovendo soluções para os
problemas comuns; o partido que separa, persistindo no uso de antigos métodos,
está como os suíços estiveram, quando chegaram os relógios eletrônicos; fora do
paradigma!
O novo paradigma reúne pessoas e rejeita a separação. É benevolente e jamais amedrontador.
Niels Born, nobel em física, com o seu estudo da estrutura do átomo, disse: "que bom quando estamos diante de um paradoxo. É sinal que estamos prestes a descobrir um novo paradigma". E estes se mostram, através do desconforto que nos causam discursos musculados e ameaçadores, ao invés de harmoniosos e pacíficos.
Os novos paradigmas chegam com os jovens, que
começam a cobrar integridade nos actos e verdade nas palavras; no desejo de paz
e de harmonia, tão altivamente desejado por mais de 85% da humanidade.
Levemente, começamos a observar um deslocamento daquilo que chamamos o eixo do
poder. No passado, profundamente arreigado a esfera da força física e do medo.
Em breve, será consenso: amor é poder.
A grande verdade é que os paradigmas tornam-se
obsoletos com o tempo e o que torna a mudança algo desconfortante é que, para
nos ajustarmos a a ela e nos encaixarmos nos novos paradigmas, precisamos
reaprender tudo de novo. Quando os suíços compreenderam que tinham sido batidos
pela dinâmica do tempo, tiveram que aprender a fazer relógios eletrônicos com
os americanos e japoneses.
E eu pergunto: há equilíbrio e verdade na gestão das oportunidades aos partidos, na mídia pública? As crianças de hoje serão os votantes de amanhã. Elas buscam por integridade e defendem os mais fracos ou injustiçados. Se a nossa democracia é pura e autêntica, cadê as autarquias? Como distribuímos a nossa riqueza? Há verdade nisso ou não? Lembre-se, o novo paradigma coloca o atributo "integridade" na linha da frente e o partido que quiser merecer a confiança do futuro terá de se ajustar. A mudança é lenta, porém, metódica e consistente. Olhe pro mundo e saberá do que se trata. Tenho dito!
(*) Jornalista e assessor de comunicação e
marketing
Benguela, 11/02/2017
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