Gostei de ver agora no Janela Aberta (TPA) os
breves minutos de teatro com o grupo Oásis (ligado à Força Aérea Nacional). A
peça era de intervenção e retratava distúrbios alimentares, numa prestação
simplesmente bem conseguida. O personagem é um pedreiro que enfrentava
indigestão, depois de ter ingerido gelado, funji, batata, tudo, em quantidades
excessivas. É só apetite mesmo, sublinhava. Aí entra a mulher que lhe esfrega petróleo
iluminante e passa com a vassoura sobre a barriga, suspeitando tratar-se de
maus espíritos, até surgir uma terceira pessoa que aponta o caminho do
hospital. Humor inteligente, mobilidade sóbria em palco, expressão muito
próxima ao natural. Confesso que a minha impressão do teatro, de forma geral, não é a mais positiva, sendo muito previsível o retrato de violência e
sobretudo recorrência temática. É por isso que a satisfação é muito grande
quando vemos teatro com elevação estética. Parabéns, Oásis. Aliás, para um
grupo que foi, entre outros, a base da radionovela Kamatondo, estranho era
esperar algo inferior.
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