Nessa vida temos o prazer de cruzar com aquelas pessoas em cujo talento nos "apaixonamos" à primeira vista. E a intuição não falha: tal como Matias Damásio e vários outros batalhadores, ainda havemos de nos orgulhar de Wladmiro Gonga também, um artista de mão cheia.
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Sem desprimor para qualquer estilo musical, quem ouve o "miúdo Ngonga" tocar tem a forte percepção de estar a saborear uma fatia musical com todos os molhos. Não só a dedilhar, mas também a vocar. (Esse "miúdo" quer fazer tudo sozinho ou quê?)
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Deu-se a conhecer em Benguela como integrante do staff do "poeta do século", o declamador Fridolim Kamolakamwe. Cantando temas da sua lavra e interpretando clássicos angolanos e não só, bem ao estilo de cantor de bar, o guitarrista foi o suporte do espectáculo de poesia e trova do Cine Monumental, organizado pelo jornalista Gilceu de Almeida com Adérito Chiuca. Perguntem às senhoras que apaludiram q.b. entre o romance e o drama cantados numa voz só dele.
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Gonga, que muitas velas ainda tem a apagar até atingir os 30 anos de idade, para além de estudar exaustivamente a guitarra, na base do autodidactismo, conta com bases do Instituto Médio de Música. Diz ter intercâmbio com músicos brasileiros e italianos, para só citar alguns, recorrendo, quando não pode ser de forma presencial, à via Internet. . Ele sabe que vai longe, tanto quanto sabe que terá que levantar por cada golpe que levar na consolidação do nome. Aliás, e o que é mais doloroso, esses golpes às vezes atendem pelo nome de falta de carácter de gente que inevitavelmente cruzará o seu caminho.
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Mas como dizia o outro, não importa quão longa seja a noite, pois a manhã acabará sempre por chegar.
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