Acabo de receber esclarecimento da parte de
alguém mais abalizado no que respeita ao Top dos Mais Queridos. Foi-nos
esclarecido que nos termos do regulamento, o público é que vota (no conjunto da
obra e não apenas em uma música) no artista, sendo que aqueles cuja máquina de
marketing for mais activa têm maiores hipóteses de figurar entre "os mais queridos". A questão que se coloca é de carácter dos direitos
autorais e conexos, que de qualquer modo escapa ao escopo
do regulamento do prémio. Conta ainda em desfavor de artistas fora de Luanda o
facto de em suas localidades terem pouca aparição por razões óbvias. De qualquer
modo, a nossa fonte reconhece que a realidade hoje está distante daquela que se
vivia, isso há 30 anos, quando o voto era apenas pelo cupão físico. Outro
factor ainda é que a faixa etária que mais domina a estética da música não
vota, o que depois favorece aqueles nomes que estão mais próximos de jovens e
adolescentes, que em termos demográficos são a maioria, considerando ainda,
isso em nossa interpretação, a esperança de vida mediana em Angola. Para isso,
foi idealizado o prémio da crítica para corrigir esta questão de artistas que,
não sendo populares, têm um nível de estética mais consistente. O Top,
resumindo, ainda é guiado pelas leis de mercado. A reconfiguração do formato é uma possibilidade que os organizadores
têm estado a ponderar.
Gociante Patissa. Benguela, 28.09.15
Gociante Patissa. Benguela, 28.09.15
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