Monique Seka, da República Democrática do Congo
e radicada em França, é uma das mais consistentes estrelas da música africana.
Com uma carreira que vem mais ou menos da década de 80, pratica zouk e alguns
ritmos mais africanos. Pela positiva, apontemos o facto de ser referenciada
mais pela sua competência e criatividade do que por problemas e escândalos, que
são uma espécie de prato preferido em nomes como Papa Wemba, Kofi, e por aí,
seus colegas e conterrâneos. Do ponto de vista da imagem em palco na sua passagem mais recente por
Benguela, Monique Seka encantou com o seu já conhecido repertório, não deixando
de apresentar temas novos. O vestido é também merecedor de um elogio nosso, com
conceito africano e sóbrio. Em noite de inspiração, Seka puxou da sua
desenvoltura vocal, acompanhada por uma banda juvenil local, à qual fez o
merecido elogio. Duas notas negativas dignas de se lhe assinalar: a primeira
teve que ver com o facto de insistir no monólogo com a audiência, maioritariamente
formada por jovens, esquecendo-se da barreira da língua, pois entre nós os
falantes de francês contam-se aos dedos. (É que de um modo geral, os cantores
parece que se esquecem que não é para os ver dar comícios ou forçar humor que
pagamos as entradas.) A segunda nota negativa vai para a imagem, com uma
maquilhagem a roçar o exagero, sem falar já da pele clareada por força de
químicos, tendência que entre os nossos vizinhos da RDC já parece cultura, e dá
uma tareia aos fotógrafos na hora de regular a máquina e fazer a fotometria. A
nota final é positiva. Venha mais Monique Seka!
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