Os nossos compatriotas "geniais" que
defendem essa ideia pouco aconselhável de castrar as consoantes K, W e Y dos
nomes de localidades de matriz africana, tanto recorrem ao seu
"know-how" (que entretanto não grafam /nóu háu/), como fazem
"marketing" (que por acaso não grafam /marqueting/). E das vezes que
vão ao Kunene (que imaginam /Cunene/), não perdem a chance de visitar
Oshikango, Oshakati, podendo mesmo esticar para Windhoek, na República da Namíbia, com quem partilhamos o projecto Okavango
Zambeze, mas não aproveitamos para beber da sua experiência no que respeita à
preservação de alguns dos mais elementares aspectos da nossa matriz de bantu e
pré-bantu, quer sejamos da elite, quer sejamos da plebe. Custa dizer, já que de
colonização não há uma melhor que a outra, mas parece que as sequelas de
alienação cultural nas ex-colónias portuguesas são bem mais graves do que
França e Inglaterra deixaram. Os nomes pessoais e das localidades são
geralmente adoptados de rios, montanhas, plantas e animais que, até provas em
contrário, já existiam. Ensinar as línguas nacionais e ao mesmo tempo adoptar a
degeneração como paradigma de registo só pode ser um "desencontro de
esforços" onde claramente sai prejudicada a preservação da memória
colectiva. Not a way to go!
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