Meu pai (que foi também militar, político e dirigente) dizia, na sua condição de patrão em uma parcela agrícola no Dombe-Grande na década de 1990, que, se toda a vez que você visita a lavra, o camponês está sempre (literalmente) a trabalhar, é hora de considerar mandá-lo embora. O trabalhador honesto fica cansado e de vez em quando tem de ser encontrado a descansar; de contrário, mais não faz do que controlar os passos do patrão. Melhor do que o empenho está a honestidade.
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Talvez por isso eu não tenha aprendido a ser puxa-saco, o que se calhar ajudaria a conquistar determinadas vantagens.
Comentário do académico Abreu Paxe, via facebook:
Gociante Patissa esse post que partilhas conosco tem muito interesse, não pelo que salta a primeira vista, mas por criar rede de relações interessantes. A atitude de seu pai é a mais recomendável para quem é patrão, mesmo eu procederia do mesmo modo. Mas isso acontece com os nossos, porquê? Entre os nossos acenstrais, não havia a noção de Patrão, quem traz para o nosso seio esta prática essa cultura foram os senhores escravocratas, os colonos, o capitalismo em que sobre o negro recaiu o peso do trabalho para até irem parar na América Latina, afinal trabalhavam. As imagens da escravatura e do trabalho forçado é que forjaram esse tipo de homem que aparece aí, infelizmente é dos males da escravatura, da colonização e do trabalho forçado que advieram algumas das muitas práticas reprováveis que se verificam entre nós, antes as instituições tradicionais -não que essas fossem um mar de rosas - mas sabiam controlar isso e estimular o contrário, sem a violência que se conhece praticada pelo capitalismo esse apadrinhado pela ingeja católica que nós conhecemos. Hoje nós não trabalhamos, mas queremos ficar a frente das instituiçoes não para trabalhar, mas para fazer "pimpa", com a cumplicidade dos que buscam dividendo, mesmo potenciando a aversão ao trabalho, Agora veja onde chegamos. Era apenas isso que queria partilhar consigo, sobre essa sábia lição de seu pai.
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