"Pois é, pois é... Mia Couto, o escritor de um romance e que conseguiu a proeza de ser o representante único da literatura de seu país, assim como as atenções dos ditos pesquisadores de literaturas africanas de língua portuguesa aqui no Brasil. A redundância de sua obra é gritante, não enxergo todo esse encantamento que suscita. Muito longe da genialidade e da inventividade com a linguagem de Guimarães Rosa; suas brincriações são sofríveis em sua maioria, logo, recorro a Manoel de Barros para certificar-me que o neologismo pode ser criativo. As passagens filosóficas atendem a um leitor médio, pouco acima do apaixonado por Paulo Coelho. Vejo como óbvia a escolha de Mia para este prêmio, é um best-seller, atende ao desejo de Portugal e Brasil por uma África com o toque de exotismo necessário e com pitadas de conflitos contemporâneos para o gosto do leitor branco. Desta feita, o Prêmio Camões não considerou a excelência de uma trajetória literária, caso de outros africanos como José Craveirinha (Moçambique), Pepetela (Angola) e Arménio Vieira (Cabo Verde). Entristece-me nesta história é saber que um prosadores moçambicanos como Ungulani Ba Kha Khosa, Aurélio Manuel Furdela e Lucilio Manjate continuam ignorados. Por uma estranha coincidência, todos negros. Ainda assim, parabenizo os moçambicanos Eduardo Costley-white, Mbate Pedro Amosse Mucavele Eduardo Quive pela evidência e a visibilidade que o Prêmio Camões pode trazer para a Moçambique. Ainda que esses nomes permaneçam encobertos por um resistente véu branco. Aproveito o momento e parabenizo Eduardo White pelo Prêmio Glória de Santanna! Mais que merecido! Aguardemos o Camões para José Eduardo Agualusa".
quarta-feira, 29 de maio de 2013
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» Cruzando pontos de vista aos critérios do Prémio Camões... aqui vai o pensamento do crítico literário brasileiro e estudioso da escrita cá de África, Ricardo Riso
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