Texto de Morgana Brunner, Blog Segredos Literários
Oiii gente, como vai?
Hoje venho trazer a resenha de um livro realmente maravilhoso que recebi em parceria com a Editora Penalux e no qual foi uma grande surpresa para mim, estava ansiossíma que chegasse e, quando abri vi esse título que me deixou bastante pensativa e me fazendo refletir sobre o que o autor iria esconder entre as linhas da poesia.
Fiquei sem reação quando tive a honra e oportunidade de ter essa parceria com a editora e além do mais, receber essa obra que possui uma cultura e tanto, coisa rara de se encontrar por aí! Livros únicos dessa maneira fazem a diferença.
As almas de Porcelana realmente me prendeu minha atenção do início ao final, traz a grandeza de palavras simples que remetem muitas das vezes o nosso cotidiano e a maneira que enxergamos as coisas a nossa volta.
Girassol"Sintonizada a frequênciada melodrama da espécie humanaestá ela perplexa humilde e sorridenteno canteiro no quintal.
Escancarada aos raios escaldantesde um sol que é de todostraz sonhos alegresde um amanhã sem toneladas de mortes.
Num mundo de pólvorasonde escasseia o amorri-se da cólera dos homens de toda parteem conflito com a pazem conflito consigo mesmose no seu verde e amarelovai singela a planta girando ao sol."Pág. 29
É o poder de querer lutar e enfrentar todos, custe o custasse, mas pelo nossos direitos. Direitos da terra, que nos trazem a ser quem somos, é saber que estamos habitando e cuidando de um lugar que é nosso com alma e corpo.
As poesias escritas demonstram o poder que a palavra tem, o abrir seus sentimentos e os expor de uma maneira que realmente fazem a diferença. São poesias que despertam a nossa ânsia de viver, de não apenas sobreviver diante do caos que tudo se encontra.
Porque existimos
"São doridas por hábito as linhas que lembram o amor. Não é justo, amor, como se a flecha quebrada, a flor que secou, o pombo correio que perdeu a rota, sei lá, fossem o tudo. Teimo em cantar vigorosa poesia até sobre crateras eternas que parimos. Que seja curto ou longo, agora não importa. Maresia é que não. Para todos os efeitos, existimos." Pág. 55
As almas de porcelana nos remetem a tristeza diante de algumas situações que são enfrentadas, de um amor muito das vezes esquecido ou esperado por longos tempos e a vontade de querer que tudo acabe bem. É selar cada momento, cada situação com o dever cumprido e a esperança no olhar de quem sabe de uma maneira ou outra um dia tudo irá se ajeitar.
Tenho poucas palavras para escrever e falar sobre a obra, diante do material importante que ela possui e que faz uma diferença e tanto na vida do leitor. Com cada palavra dita, Gociante soube me emocionar e me ensinar em muitas vezes ver a vida de outra maneira e com outros olhos...me sinto grata.
A escrita do autor á maravilhosa, fácil de ser compreendida e com muito sentimentalismo exposto, sendo bem agradável.
Além disso, a edição está linda, como puderam ver a capa está um arraso! E cada poesia tem sua página, aumentando a vontade de realizar a leitura. Realizei a leitura da obra em uma manhã, pois gosto de ler e ficar pensando sobre o que foi dito e reler outras vezes.
Sobre o autor:
Daniel Gociante Patissa nasceu na província de Benguela, em 1978. Licenciado em Linguística/Inglês, pela Universidade Katyavala Bwila, é membro da União dos Escritores Angolanos. Descobriu a inclinação para o jornalismo e a literatura num programa infantil da Televisão Pública de Angola em 1996. Foi gestor de projetos, tradutor (Umdundu-Português-Inglês) e jornalista freelancer, tendo fundado a Associação Juvenil para a Solidariedade, ONG angolana. Serviu a Save The Children e a Handicap International. Publicou: Consulado do Vazio (Poesia, 2006), A última ouvinte (contos, 2010), Não tem pernas o tempo (novela, 2013), Guardanapo de Papel (poesia, 2014), Fátussengóla, O homem do Rádio que espalhava dúvidas (contos, 2014). Mantém ativo o blog www.angodebates.blogspot.com.
Espero que tenham gostado dessa resenha! Até a próxima.
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