Duas dezenas de
artistas, entre declamadores e trovadores, animam a quarta edição do designado
«Festival Nacional de Poesia», a partir das 18h30 de hoje (25/09) na Escola
Comandante Bula, cidade do Huambo. Idealizado por Chico Pobre e co-produzido
pelas representações do Movimento Lev’arte de Luanda, Benguela, Malanje, Huila,
Kuando Kubango, Namibe e Kunene, o evento enquadra-se nas festas do 104.º
aniversário da cidade.
Há dois anos que
Agostinho Sanjambela deixou temporariamente Benguela, onde tem residência fixa,
para frequentar na capital do país o curso de música no Complexo Escolar de
Artes (CEART). Questionado sobre a razão de se juntar ao festival, o trovador é
objectivo: «Por causa da poesia. Desde então amo a poesia. Faço música por
causa da poesia. As letras são poesia.» O festival vai na sua quarta edição,
Sanjambela participou em três. Para si, a importância está em «divulgar a arte
poética, já que esteve a desaparecer. Então o que estamos a fazer é dar esforço
para essa arte vir ao de cima, porque é uma área intelectual e útil», conclui.
Quem também se junta à
festa é Ras Nguimba Ngola, vindo de Luanda. A sua expectativa é que «seja um
evento melhor que a edição do ano passado, no sentido de se enfatizar mais a
poesia em si. Não é desprimor às outras artes que se juntam ao evento, que são
conexas em termos de modalidade artísticas, tais como o humor e a música, mas a
poesia deve merecer maior destaque. Até para darmos visibilidade a outros novos
talentos que se vêm revelando» , sublinhou.
Da província da Huila,
cidade do Lubango, veio um grupo de seis, composto por Justina Kibeka, Manuela
dos Santos, Eugénio Manuel «Velho» , Etsan Fortunato, Aderson Cirilo e Justino
Kumena. Percorreram mais de trezentos quilómetros de estrada para apresentar um
só poema. A reportagem do Blog Angodebates, em jeito de provocação, indagou se
vale todo o esforço para não mais de cinco minutos de palco. «A alegria não
está simplesmente no nosso momento, mas em trocar experiências com outros
artistas e contribuir na organização», desdramatiza Justina Kibeka.
Da parte dos anfitriões,
ouvimos o coordenador Provincial da ALCA (Associação Literária e Cultural de
Angola) Huambo, Mendonça Jonatão, para quem «o festival, partindo da intenção
de transformar o Huambo na Capital angolana da poesia, vem dar um impulso para
a concretização disso mesmo».
Reportagem: Gociante Patissa (texto e fotos)
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