É quase impossível pesquisar no espaço cibernético
sobre a província do Uige e suas gentes sem dar de caras com o contributo do «Portal
do Uíge e da Cultura Kongo», acessível no endereço www.muanadamba.net. À parte a agência
de notícias Angop e o Jornal de Angola, ambos estatais e a funcionar em
correspondência para as suas sedes em Luanda, aquela província do norte de Angola
não foge à regra. Não há no sector privado veículos de produção e difusão de conteúdos
locais.
À margem dos bastidores do Festival de Poesia do
Huambo, a reportagem do Blog Angodebates aproveitou a oportunidade para abordar
um dos rostos do portal «Uíge e da Cultura Kongo», o também escritor
Vrackichakiri Abelardo, 26 anos, autor do livro «Cicatrizes do Silêncio»,
editado há dois anos pela chancela brasileira Omnirá.
Aberlardo, detentor de um pequeno empreendimento
comercial, conta que o portal foi lançado há cerca de sete anos e é suportado
por custos do seu próprio bolso e do de seu parceiro de nome Sebastião Kupessa,
actualmente a residir na Suíça.
«O objectivo é divulgar a cultura do Uíge e de uma
forma geral a Bakongo», revela Abelardo. Com uma vertente generalista, o portal
oferece notícias, ensaios científicos e curiosidades. O portal é também
consumido por cidadãos residentes, sobretudo pela parceria com o governo local
no sentido de ter acesso a fontes e divulgar eventos oficiais sempre que se
justifique. «Mas a maior visualização vem a partir de estudantes do Brasil,
Portugal e um pouco Também em França. São países que dedicam mais interesse em
estudar a cultura Bakongo».
O êxito do projecto já levou os seus mentores a
pensar sobre mudar o nome, considerando alargar o escopo de quem se propõe tratar
da cultura do grande reino do Kongo, que inclui, só no território de Angola as
províncias fronteiriças do Zaire e Cabinda.
Gociante Patissa (texto e foto). Huambo, 25 Setembro
2016
www.angodebates.blogspot.com
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