Quem acompanhou esta manhã a intervenção do
jovem Auxílio Muhongo no programa Roteiro da Manhã, da Rádio Benguela, estação
em que é habitué para análises da vida política do país, ouviu um parecer
técnico, equidistante, sóbrio e essencialmente patriótico. O assunto é
sensível, pois prende-se com a presença em Angola da eurodeputada Ana Gomes e o
inflamar dos discursos de parte a parte, como já se sabe, dado o contexto de
cidadãos (revús, como são apodados)
encarcerados, para quem a portuguesa é acusada de fazer ingerência/militância.
Sem tomar partido, Muhongo, o também docente universitário, usou (quanto a mim
muito bem) o paradigma da «tese-antítese-síntese», regados com lógica e
coerência discursiva. Não se esperava outra coisa de um académico no papel de
fazedor de opinião, aliás, em condições normais. Mas o elogio impõe-se, quanto
mais não seja porque últimamente já não se sabe bem a diferença entre um
académico (com pressuposto científico) e um activista/consultor (com
militância), quando se trata de fazer análises do tipo. Esta é a minha opinião,
pelo que vale o que vale. E daqui desta tribuna, fica o recado de quem por
acaso teve o desprazer de viver a guerra desde a infância, às costas de uma mãe
camponesa e com o pai sempre distante em missões pela pátria: A PAZ (DO
DISCURSO AOS ACTOS) É QUE O (SIMPLES) POVO CHAMA!
Gociante
Patissa, Benguela. 05.08.15
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