(Uma funcionária, um cliente)
"Dany!!!"
"Ya!!!"
"Passei a primeira vez, eu falei: é mesmo
ele?"
"Te cumprimentei no outro dia, não me
reconheceste, acho."
"É muito tempo. Até já estás mano."
"Sim, uns 10 anos quase."
(A distância tem esse poder de incentivar
intimidades, de conhecidos nunca passaram. E ao longe na esplanada...)
"Dany, nunca me pagaste lá nada. Paga ainda uma
gasosa."
(O cliente sorri e anui, sem estar de acordo. Nem se
coloca a ideia de manifestar o que acha desta mania que já caminha para
cultural, isso de viver pendurado no bolso alheio. Ainda podem pensar que não
pertence a esta sociedade. Já agora, você que está a ler, me paga só saldo, ya?
Não é assim que celebrámos os reencontros?)
Gociante Patissa,
Lobito 22.04.15
PS: Assim como ter deficiência habilita em certos casos a
passar a pedinte, ser mulher dá elegibilidade para o "me paga lá só
isso". De tanto que a nossa sociedade tolera (promove?), e considerando a
diversidade étnica que caracteriza o país, parece estranho que não se fale de
uma região do país onde tal parasitismo seja social e activamente reprovável.
Talvez seja mesmo mais do que simples tendência.
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