Texto
da Voz da América - Não há dúvidas que o uso das línguas tradicionais de
São Tomé e Príncipe está em queda livre.
Dados do
recenseamento geral da população de 2012 indicam pouco uso do forro, do angolar
e do lunguié, sobretudo na camada juvenil. Periodicamente são organizadas
palestras e conferências para debater a questão, mas na prática há cada vez
menos são-tomenses a falarem as línguas tradicionais do país.
Perante
esta constatação subscrita por todos, o escritor são-tomense Albertino Bragança
considera que é preciso adoptar estratégias sólidas para a promoção das línguas
tradicionais, viradas sobretudo para as novas gerações.
Mais de
95 por cento dos são-tomenses exprimem-se regularmente em português. É a língua
de união num país crioulo, onde as pessoas também se comunicam em outras quatro
línguas, nomeadamente forro, crioulo de Cabo Verde, o segundo mais falado no
país, angolar e lunguié. De acordo
com os dados do último recenseamento geral da população, dos cerca de 173 mil
habitantes do arquipélago apenas 62 mil confirmaram que falam o crioulo forro,
língua tradicional mais dominante na ilha de São Tomé. A faixa etária a partir
dos 40 anos é onde se concentra o maior número de falantes do forro.
O
angolar, língua tradicionalmente ouvida nas comunidades piscatórias, é falado
por cerca de 11 mil pessoas. O povo angolar habita principalmente as zonas
costeiras da ilha de São Tomé. O lunguié, dominante da ilha do Príncip,e tem
cerca de 1700 falantes, numa região com pouco mais de 7 mil habitantes.
O
escritor Albertino Bragança considera que a maior ameaça aos crioulos é o
surgimento da nova variante oral do português, o chamado português de São Tomé
e Príncipe ou seja a tradução literal do forro para o português, que é agora a
língua mais falada no país.
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