Era tido como um competidor compulsivo, um
defeito fora de todas as medidas de sóbria convivência que se possam imaginar,
do qual todavia se orgulhava, não se coibindo de o publicitar. No restaurante,
se para exemplo servir, já depois das dez da noite, de qualquer modo com uma
hora de atraso, entra o saxofonista em cena. Ao espírito do "cover"
de Djavan, que bem oleava olhares furtivos a beldades com marido ao lado, o competidor, como dito,
compulsivo, como se titular de uma grande descoberta se reivindicasse, anuncia
de boca cheia, aqui cheia mesmo de bife por mastigar, anuncia, de olhar firme
aos olhos da sua parceira: não sei cantar, mas sei beijar. E começa a sessão.
Vai o saxofonista na segunda música apenas, e lá o está o competidor a
descrever, em pé, o sexto beijo.
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