sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Quem sabe se na próxima semana eu não retomo a leitura das "48 Leis do Poder"... É que ler aquilo durante a campanha eleitoral é como usar lanterna acesa em plena luz do sol, já que a natureza do poder fica excessivamente revelada, e deve fazer mal à esperança de voltar a acreditar na nobreza dos homens, acho.
SOS: Alguém sabe da existência de uma localidade chamada Mukinda, no planalto central, ou Bié, para ser mais preciso? Estou a investigar sobre a origem da minha família do lado paterno. Soube que meu Bisavô, Maliyanu Patissa teria emigrado dali no século 19 para a aldeia de Kanhãla, a parte mais a leste da Comuna do Monte Belo, onde Balombo e Huambo se confundem.
Opinião: "Ainda o meu sonho (II)"
Por: Inácio Gil Tomás (Professor de Geografia do Ensino Secundário e Técnico de Desenvolvimento Comunitário, Benguela)
A materialização
dos sonhos de qualquer cidadão ocorre num determinado tempo e espaço.
Por isso, é meu
sonho ver que, no quadro da consolidação do processo de desconcentração e
descentralização administrativa do Estado, as Províncias tenham, além dos
Planos e/ou Programas de subordinação Central, Programas Locais Especificos
cuja execução seja de responsabilidade local. Mas, como ainda é meu sonho ver a
aceleração de processos de desenvolvimento sustentáveis, vou epxressar aqui
algumas ideias, que considero serem desafios para a Província de Benguela, que
vem disputando o título de segunda potência em todos os sectores
(fundamentalmente no económico) com a Província do Huambo. Agora que outras
Províncias como a Huíla e Cabinda podem entrar na corrida para alcançar tão
importante título, não basta “jogar” com o nome, pois como se diz no futebol
“os nomes não jogam”.
Espero que os
Deputados do Círculo Provincial que serão eleitos neste pleito tenham em linha
de conta de que devem reunir, regularmente, com os eleitores para auscultarem
os seus problemas, as suas preocupações e/ou expectativas e estar disponíveis
para receberem os cidadãos, quer seja individual ou colectivamente, por meio da
aplicação de uma agenda de trabalho.
Também espero
que a próxima governação local seja mais participativa, com o incremento da
interacção entre os gestores públicos e os cidadãos (munícipes?), por meio de
fóruns ou mecanismos próprios, da sua participação em eventos específicos,
independentemente de quem as promova. Neste caso espero que os balanços não
sejam apenas feitos no final do ano, mas regularmente, tal como já acontece ao
nível do Governo Central. No entanto, para que tal ocorra, é necessário que os
cidadãos melhorem a sua capacidade de articulação e interacção visando à busca
de pontos de convergência que permitam a constituição e funcionamento de
espaços de diálogo intra e inter sectorial.
Espero que
melhore a qualidade do saneamento dos nossos bairros, o acesso à energia eléctrica
seja permanente, os serviços públicos (saúde, identificação, justiça) melhorem
a qualidade do seu atendimento. Espero que a acção de vários actores (públicos,
privados e da sociedade civil) contribua para a elevação do nível de consciência
ambiental da população.
Espero que a Comunicação
Social na Província esteja mais fortificada, aberta e plural, de modo que se
transforme num vector de promoção do desenvolvimento local sustentável. Para o
efeito torna-se necessário o alargamento de espaços de opinião. Na Rádio
pública local, é importante que a manutenção do espaço semanal de análise sobre
as questões económicas seja complementada com correspondente espaço de comentários
sobre as questões políticas, sociais e culturais de conhecidos Fazedores de
opinião que, por esta razão, merecem ter espaço “cativo”,
terça-feira, 28 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Assim mesmo como quem se julga independente, quando até vive do saldo que lhe dou e do calor do meu bolso, meu telemóvel perdeu rede. Não reconhece o cartão SIM. O apoio ao cliente já disse que terei de pedir uma 2ª via. Portanto, até depois de amanhã, em princípio estou incomunicável via telemóvel. Minhas desculpas pelos transtornos.
domingo, 26 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Opinião: "Ainda o meu sonho (I)"
Por: Inácio Gil Tomás (Professor
de Geografia do Ensino Secundário e Técnico de Desenvolvimento Comunitário, Benguela)
A passagem de
ano constitui norma geral, oportunidade para a realização de reflexões e/ou
balanços, quer sejam pessoais ou colectivos sobre o desempenho de uma pessoa,
família, ou instituição (pública ou privada), bem como serve para a definição
de perspectivas, geralmente carregadas de elevado optimismo, seguindo o princípio
de que “para o ano será melhor”. Esta prática é alargada à dimensão do País em função
da dinâmica de desenvolvimento que se imprime.
Vivemos
nestes dias com muita expectativa, pois uma série de eventos marcantes deverá
ocorrer nos próximos dois ou três anos. Em 2012 estamos a viver a atmosfera do
ambiente pré-eleitoral, que nos levará, dentro de dias, para o eleitoral e no
dia 31 de Agosto todos os cidadãos angolanos serão chamados para exercer o
direito de eleger e ser eleito para os cargos públicos, conforme consagrado na
Constituição e legislação específica. Em 2013, de acordo com as previsões,
realizar-se-à o Censo Geral da População, o primeiro desde a independência
nacional, uma vez que o último foi feito em 1970. Em 2014 está prevista a
realização das primeiras eleições autárquicas, que marcarão efectivamente a
consolidação do funcionamento dos orgãos locais do poder local. Portanto são
eventos que marcam profundamente a vida de qualquer cidadão e que podem
determinar (para o bem ou para o mal) o rumo de desenvolvimento a ser seguido
pelo País.
A relevância
destes eventos reside no grau de influência sobre a vida de cada um de nós e
sobre a do País de forma global. A realização das eleições gerais marca de
facto o início da normalização do processo democrático com a segunda ida (consecutiva)
às urnas. O Censo Geral da População permitirá saber quantos somos de facto, o
que poderá contribuir para a elaboração e execução de políticas públicas
assentes em dados demográficos reais, deixando para trás as estimativas. A
realização de eleições municipais constituirá o passo importante para o
alargamento da participação e engajamento do cidadão na vida pública e a
dinamização de processos auto-sustentados de desenvolvimento. É verdade que
cada um de nós, cidadãos angolanos anseia viver numa Angola melhor. Assim, o
que vou expressar adiante é não só a minha expectativa e anseio em relação ao
País de todos nós, mas acredito o de muitos cidadãos que pretendem ver “Angola
um País bom para se viver”, o que nos faz sonhar. Por isso, ainda é o meu sonho
ver Angola a crescer pelo que vou expor algumas ideias, que acredito, muitos
alinharão e outros não.
Espero que na próxima
legislatura um maior número de titulares de cargos públicos seja verdadeiros
servidores e não se sirvam dos cargos públicos para benefício individual e que
o processo de prestação de contas da Governação não seja feito apenas ao nível Central,
mas também pelo Governo local, sem exclusão desde o Provincial, Municipal e
Comunal.
Espero também
que os diferentes espaços de participação instituídos tanto ao nível nacional
como ao nível local, como o CONSAN (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional), os CACS (Conselho de Auscultação e Concertação Social), Conselhos
da Juventude (nacional, provincial, municipal e comunal) e outros
espaços/fóruns sejam dinamizados e/ou reforçados contribuam para o
desenvolvimento sustentável do nosso País.
Espero que um
maior número de Organizações da Sociedade Civil cumpra com os processos de
gestão democrática por meio da realização das suas assembleias gerais, renovação
de mandatos dos seus órgãos sociais de acordo com os seus estatutos e exercitem
a transparência com a publicação dos seus relatórios de actividades e de
contas, de modo que se alarguem as referências e exemplos de boas práticas.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
"A literatura angolana: ontem, hoje e amanhã" - Entrevista ao Prof. Francisco Soares, conduzia por Carlos Ferreira, do Caderno Mutamba (Novo Jornal) de 17 Agosto 2012
Foto: Novo Jornal |
Francisco
Soares, sem
dúvida uma das raras referências angolanas no panorama do estudo da Teoria
Literária e, em particular no que diz respeito ao estudo e divulgação da
literatura angolana. Organiza e dirige, neste momento, o sistema de ensino
semi-presencial e à distância da Universidade Independente de Angola,
organizando e preparando matérias de várias disciplinas curriculares. Está
indicado para professor nos mestrados das Faculdades de Letras e de Ciências
Sociais e no doutoramento da FCS, ambas da Universidade Agostinho Neto. De
conversa fácil e aberta, muito longe da imagem “doutoral e excelentíssima” de
alguns professores universitários, é um prazer entrevistá-lo, apreciando a sua
lucidez, o desassombro, o conhecimento profundo da literatura angolana,
sarcástico e mordaz quando é preciso, brilhante nas análises e na defesa dos
seus pontos de vista, modesto na sua maneira de ser e estar. Só isso seria
suficiente para ser um gosto ouvi-lo dissertar sobre os escritos angolanos de
ontem, de hoje e de sempre.
Estudioso e
atento participante no desenvolvimento da literatura angolana, quer-nos fazer
uma espécie de diagnóstico actual a seu propósito?
É sempre
arriscado, mas por algum motivo sempre corremos esses riscos. Penso que estamos
a dirigir-nos para uma fase nova da nossa literatura, que deverá renovar-se
após três décadas de surgimento, implementação e repetição de novos valores
estéticos. Penso também que hoje não é tão fácil como antes notarmos isso,
porque os meios de composição e divulgação se diversificaram muito. Alguns
sinais, entretanto: alguns dos principais autores das gerações anteriores,
esquecidos do que lhes aconteceu quando começaram, transformaram-se em
guardiães da ‘qualidade’ literária, contra a péssima poesia que vem sendo
feita, e chegam a defender opções estéticas que eles próprios combateram quando
começaram. Não reparam, no entanto, nos que os imitam e escrevem muito mal.
Quando isto acontece está, geralmente, em curso uma mudança.
Alguns novos
poetas conseguiram, muito naturalmente e apesar da censura dos irmãos mais
velhos, compor uma linguagem mais ‘nua’ – mais crua também, isso é verdade –
mais simples e mais próxima do discurso quotidiano (é o caso do Paulo Secco e
do Gociante Patissa); poetas ligeiramente mais velhos, como Abreu Paxe, ou
ficcionistas como Victor Burity da Silva, exploraram muito para além dos
limites os recursos dos anos 70 e 80 e, por essa via também, superaram os
paradigmas poéticos anteriores.
Muitos poetas
revelados nos anos 90 e 2000 repetem até à exaustão os modelos dos anos 80,
liquidando a sua possível carreira poética por falta de imaginação. Isso é
típico, também, do fim de uma época.
Outros novos
poetas entraram decisivamente numa nova metodologia de composição, mais atenta
às vantagens da revolução tecnológica e à evolução mundial da arte; além disso
tornaram a poesia inseparável de outras artes, algumas delas ‘novas’, como a
performance, a poesia visual, as imagens cinéticas (visuais e sonoras, mas
importa é que são dadas em movimento). Nós ainda não nos apercebemos bem, nas
universidades, de que aquilo é uma poesia total e nem sequer conhecemos bem o
nome desses jovens, ou sequer assistimos às suas apresentações (e arrisco meter
nisto o nome de Nástio Mosquito, uma figura cada vez mais instigante no nosso
panorama criativo).
Há ainda a
assinalar alguns ‘grafiteiros’ que, elevando a letra à categoria de arte, dão
sequência a uma atenção ao visual que pode vir da poesia visual, do
concretismo, no caso angolano também do Frederico Ningi, mas que é transformada
radicalmente pelo grafitti. Processos apenas experimentados com moderação pela
geração de 80 vêm sendo renovados e ganhando uma dimensão imprevista. É o caso
das colagens e das técnicas que podemos prosaicamente chamar de ‘corte e
costura’. Portanto é o caso também de uma poética DJ. Seria deslumbrante ver um
DJ fazer com a declamação de um poema antigo (dos anos 50, por ex.) o mesmo que
faz com um clássico da ‘pop’ anterior – e, nesse aspecto, aproximar-nos de
experiências de vanguarda como a da poesia sonora.
Estão a ser
usados novos meios de divulgação, principalmente a Internet (blogues, redes
sociais) e há poetas que podemos conhecer melhor aí do que por livros. Vários
deles me parecem nomes a reter para apreciação posterior. É o caso de Fridolim
Kamolakamwe, que vem melhorando as suas performances e mostrando uma prosa
interessante no seu blogue (pese embora, de quando em quando, uma deficiente
prestação na língua portuguesa). Eu próprio, no início, não o levava a sério.
Mas é preciso perceber que, na sua proposta poética e de vida, a poesia é
inseparável da representação dramática por exemplo. É preciso também
compreender que algum barroco (porém moderno) da sua prosa vem reaver uma
genealogia banto, ambaquista por igual, de que Lopito Feijoo se aproximou em
Doutrina mas que abandonou entretanto (não julgo mau nem bom tal abandono).
Temos, em
resumo: o lamento de próceres da geração anterior face aos mais novos; a
repetição, exausta e acrítica, dos modelos da geração anterior; novos meios de
composição e divulgação; novos paradigmas poéticos a par de novos géneros
musicais e artísticos. Temos, ainda, cerca de 30 anos a separar-nos do começo
da geração anterior. É uma estatística conhecida: 15 a 20 anos é o tempo que
demora a surgir uma nova geração literária, ou um novo paradigma artístico. A
fruta está madura.
Como encara, do
ponto de vista literário, a transição das gerações da luta cultural, politica e
militar de resistência para as gerações pós-independência? A passagem do
testemunho foi feita ou há autores que não podem/não devem ser “definidos”
geracionalmente, mas em função do seu percurso individual?
É uma questão
filosófica antiga e sempre atual, saber se os autores devem ser definidos em
função de si próprios ou da sua geração. Para mim contam as duas vertentes,
necessariamente. Há preocupações e conquistas estéticas que passaram para as
novas gerações e, mesmo as que não passaram tal qual, estão na memória do
sistema literário angolano. Repare, quando o Bonavena escreve ‘os olhos
masturbam secos’, não vou discutir a qualidade do verso, mas aproveito-o para
ilustrar que ele está a responder a um paradigma da geração anterior. Portanto,
isso passou para a sua geração, embora possa agora ter uma conotação diferente
– o que é inevitável nas literaturas vivas. O mesmo Bonavena, em Ulcerado de
míngua luz, o Carlos Ferreira de praticamente as obras todas, são poetas que
prolongam o sopro político da poesia anterior – nos outros poetas amortecido,
ou quase aleatório.
O que também é
preciso é percebermos que uma geração não se bitola por um único modelo
poético. Pelo menos não hoje em dia. Ela é diversificada, cada vez mais diversificada.
Por isso há sempre casos pessoais. Mas há questões, conquistas e mudanças que
se registam em comum para aquela geração – e isso define-a.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
Só para que não se esqueça quem frequenta a biblioteca do ISCED (Instituto Superior de Ciências da Educação) em Luanda: o meu livro de contos, A Última Ouvinte, faz parte dos seleccionados naquele estabelecimento. É o número 89. Obrigado http://isced.ed.ao/assets/246/Literatura.pdf
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Pirataria provoca perturbações mentais no autor
Texto da Angop Luanda – O responsável da Direcção Nacional dos Direitos de Autor do Ministério da Cultura, Pinto Baptista, afirmou nesta quinta-feira, em Luanda, que a pirataria leva abaixo todo um esforço intelectual de um indivíduo e cria perturbações mentais ao autor, por ver roubada a sua obra.
Ao dissertar uma palestra sobre “Problemática dos direitos de autor e conexos”, à margem da Feira Internacional da Música e da Leitura, que decorre de 13 a 19 deste mês, avançou que esta prática negativa beneficia infractores que a custo do esforço de outrem buscam rendimentos económicos ou fama.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Prémio Literário António Jacinto sem vencedor em 2012
Texto da Angop 14-08-2012 - Luanda- O Ministério da Cultura (Mincult), através do Instituto Nacional das Indústrias Culturais (INIC), anunciou hoje, em Luanda, não haver vencedor do Prémio Literário António Jacinto, edição 2012.
Em nota de imprensa enviada hoje à Angop, a instituição avança que o júri presidido pelo escritor Abreu Paxe, considera não haver, entre as obras concorrentes, qualidade para arrecadarem o galardão.
“Apesar dos vários trabalhos sem condições, o corpo de jurado atribui ao escritor Marigan, pseudónimo literário de Manuel Adriano Paulo, a menção honrosa do prémio ao seu livro “O corcunda nú”, lê-se na nota.
O júri do prémio foi ainda constituído pelos escritores João Tala e Óscar Guimarães.
O prémio foi instituído em 1993 em homenagem ao poeta António Jacinto, com o patrocínio do Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Desde a sua criação, o concurso já atribuiu 13 prémios e sete menções honrosas, sendo 13 em poesia e sete em prosa.
O vencedor do prémio recebe em kwanzas o equivalente a cinco mil dólares, um diploma e a sua obra é publicada pelo INIC.
(Conforme recebido por e-mail) "Despedida do padre
O Padre no jantar de despedida pelos 25 anos de trabalho ininterrupto à frente de uma paróquia discursa:
- A primeira impressão que tive da paróquia, foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo.
Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua fé, e desta maneira tenho vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio.
- A primeira impressão que tive da paróquia, foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo.
Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua fé, e desta maneira tenho vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio.
Chega o prefeito para entregar o presente da comunidade, prestando a homenagem ao padre. Ele pede desculpas pelo atraso e começa o discurso:
- Nunca vou esquecer do dia em que o padre chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar.
Silêncio total...
MORAL DA HISTÓRIA: Nunca se atrase!!!"
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
como vai a mesma arte ai em Angola?, pergunta-me um amigo virtual de Moçambique, a quem de imediato respondo: Meu mano, o quadro global é positivo. Será melhor quando os holofotes e a cultura visual incrementarem o lugar do livro, penso. Ele fecha, com toda a certeza tal como os holofotes nos queimam os timpanos com a musica barata
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
Coisas da banda: "Era suposto jogarem mais do que dançar"
As regras do jornalismo
estabelecem que, no formato notícia, o jornalista apresenta a informação, não
comenta. É por vezes difícil de assim o ser na prática, tão difícil como é
achar a linha divisória entre o cidadão (dimensão humana) e o profissional (puro
exercício da técnica).
O exemplo mais recente
deu-se no telejornal de hoje, 11/08/12, da TPA (Televisão Pública de Angola),
numa matéria sobre os jogos olímpicos de Londres.
A peça, assinada pelo repórter Dedaldino
da Conceição, mostrava a delegação angolana numa confraternização oferecida
pelos nossos serviços consulares naquele país, com os previsíveis comes e
bebes e a "quentura" do cantar e dançar da banda. A reportagem fechava
com vistosas passadas e "abanar de nádegas" dos mesmos atletas
que não conseguiram uma única medalha, ou, quando muito, um ou outro conseguiu
superar somente a sua própria marca das olimpíadas passadas.
O pivot do espaço desportivo, Neto Júnior,
sublinhou: "Era suposto jogarem mais do que dançar".
É de facto o que todos gostaríamos
enquanto angolanos, que o atleta jogue mais do que mostre saber dançar. Só que,
ao compatriota Neto Júnior, faltou lembrar que, naquele lugar, o jornalista
somente apresenta os factos. É ao público que a profissão reserva o direito de
os julgar.
Gociante Patissa
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Crónica: Uma vez mais, obrigado, senhor agente, é esse o polícia que queremos
Vinte e duas horas de uma húmida terça-feira de fim
de cacimbo. Vou, lento, a conduzir em companhia de zouk antilhano, vindo da
casa de minha kota (irmã mais velha), com mais um jantar “patado”. Bem, mas
isso diz respeito à família somente, pelo que não caiu bem à partida o diálogo
com o polícia de trânsito entre o aeroporto e o defunto Nosso Super:
“Boa noite, chefe”.
Do grupo de agentes naquele posto, saudou-me um que aparentava contar uns 45 aniversários, estatura média, ligeiramente menos pesado que eu.
Do grupo de agentes naquele posto, saudou-me um que aparentava contar uns 45 aniversários, estatura média, ligeiramente menos pesado que eu.
“Boa noite, chefe”, correspondi.
“Vens de onde?”, lá prosseguiu o homem, sem saber
que se tratava de uma segunda vez, em menos de dois meses, que um polícia cobrava
detalhes da minha vida num país que não decretou estado de emergência. Mas como
boa educação gera boa educação, sorri e colaborei:
“Venho de casa e vou para casa”…
“Como assim, vens de casa e vais para a casa?”
Procurei estacionar a viatura, prevendo já uma
paragem relativamente demorada, o que era inevitável de inferir, tendo em conta
a presença de várias outras viaturas sendo inspecionadas de focinho levantado.
“Venho da casa da minha irmã, fui jantar. Agora vou
dormir”.
Ia-me preparando para localizar a pasta de
documentos pessoais, que é o que vem logo a seguir à ordem de paragem, mas o
polícia continuava sem cobrar pela papelada.
“Vens como? Passaste pela rotunda?”
“Sim, passei”.
“Não te mandaram parar?”
“Não. Vi-la polícias de trânsito, e por acaso achei
estranho. Não é normal tanta polícia ali”.
“Bem, é assim, meu irmão, nós estamos a fazer um trabalho
para localizar carros roubados. Leva algum tempo, mas precisamos confirmar o
número do motor”.
Por algum instante, me perguntei se havia ladrões
com espírito de “alfarrabista”, pois o meu “rabo de pato”, com quase duas
décadas de fabrico e três anos de Angola, não seria tão roubável assim. Mas foi
só olhar bem à volta para perceber que se inspecionavam veículos bem menos
roubáveis que o meu, inclusive um de volante à direita que me fez lembrar de certo
velhito Subaru com que andamos na má vida em 2006 na Namíbia. Sem dúvidas, tal como
os gostos em carros não se discutem, há ladrões para todos. O resto eu já sei, nas
aparentes impertinências do polícia podem morar estratégias pela minha própria
segurança.
“Sim, claro. Deixa-me encostar bem então. Não tenho
nada a esconder”.
O polícia aproximou-se um pouquinho mais, e disse:
“Pode seguir. Feliz noite”.
“Obrigado, bom trabalho”.
Arranquei e perdi-me na escuridão poeirenta dos
bairros emergentes a sul do Aeroporto 17 de Setembro, sem ter chegado a mostrar
o motor, sem ter sido tratado com desrespeito. Uma vez mais, obrigado, senhor
agente, é esse o polícia que queremos.
Gociante Patissa, Benguela 7 agosto 2012
"Até quando nos demoraremos a ver que a política não bebe água não respira,e que as bandeiras não se comem?vamos voltar a nos insultar uns aos outros,a urinarmos sobre as nossa próprias cabeças para depois,voltarmos ás missas.á mamã muxima,a comprarmos os mesmos discos,a vermos as mesmas novelas.aplaudirmos os mesmos cantores.a nos casarmos uns e outros...depois de estúpidamente nos termos massacrado e manietado?"
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Movimento Lev´Arte - Nota de Imprensa: POESIA À VOLTA DA FOGUEIRA -2012
No próximo dia 11 de Agosto, sábado, a partir das 17h30, na sede da União dos Escritores Angolanos, o Movimento Lev´Arte, vai realizar a 8ª edição de 2012, do projecto "Poesia à Vvolta da Fogueira".
O evento tem como objectivo desenvolver a arte da declamação, incentivar o gosto pela leitura e a criatividade artística pelos jovens e não só, com a participação de poetas membros das várias agremiações literárias, trovadores e exibição de peça teatral.
Teremos ainda venda e sessão de autógrafos dos livros Palavras, Desabrochar e Outros Sorrisos Nos Nossos Lábios. Realçar que o movimento Lev'Arte está representado em Benguela, Brasil e em Portugal pelos Núcleos Internacionais.
Lev'Arte realiza todas as Quintas-Feiras, no Kings Club, Vila – Alice, pelas 19 horas, o seu evento tradicional, denominado POESIA, EU VIVO.
Com melhores cumprimentos. Luanda, 06 de Agosto de 2012 - Contactos: 927001780 - 917051550 www.fazemosacontecer.blospot.com///www.ebookangola.com Email: levarte.angola@gmail.com
domingo, 5 de agosto de 2012
Bispo católico só pode estar a brincar. Segundo Angop, Angola é uma Nação de raízes cristãs - diz dom Filomeno Vieira Dias
As raízes que o Cristtão quer branquear |
Já em tempos escrevemos neste Blogue para que África não siga negando-se a si própria em nome do cristianismo
Eis a matéria da Angop na íntegra 05-08-2012 14:56 Angola é uma Nação de raízes cristãs - diz dom Filomeno Vieira Dias
Luanda – O bispo da diocese de Cabinda, dom Filomeno Vieira Dias, sublinhou hoje (domingo), na missa pontifical da peregrinação ao santuário da Muxima, que Angola é uma Nação de raízes cristãs construída sobre os alicerces do cristianismo, de forma livre e espontânea.
Eduardo Paim autografa "Etu Mudietu" no Lobito
Polémica longe do fim: Uso das músicas de Artur Nunes desautorizado pela progenitora
Momento em que Maria Fernandes recebia das mãos do Presidente da SADIA Lopito Feijó o cartão de sócia da instituição do seu filho
Fotografia: Kindala Manuel
Maria Luísa José Fernandes, mãe do falecido cantor Artur Nunes, exige ao músico Yuri da Cunha uma indemnização e um pedido de desculpas pela utilização das suas canções, sem o seu consentimento.
A octogenária que não avançou o montante, revelou ontem a sua preocupação durante um encontro mantido com o presidente da Sociedade Angolana do Direito de Autor (SADIA), Lopito Feijó, que serviu também para a recepção do cartão de membro desta organização.
Para reflectir: o conflito eleitoral da última sexta-feira na rotunda do Coringe, em Benguela (resultando em engarrafamento e ambiente de certo pânico, que me fez bater com o meu já velhito carro, a ponto de quebrar um pisca), trouxe à tona um fenómeno intrigante: Sabe-se que o Director Provincial da Educação, Nelson da Conceição, acabou espancado. Todavia, a tendência é isolar o condenável mote eleitoral da briga, mas a grande maioria com quem venho falando, alguns com a mesma militância que a vítima, acha que as bofetadas vieram mesmo a calhar. Que mal andará o homem a fazer, enquanto cabeça do sector dos professores?
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Crónica: Um encontro casual com o velho Luwawa ao almoço
Foto: Webshots |
No Lobito, contam-se aos dedos os restaurantes que sobreviveram à segunda república. O calar das armas e a transição para a abertura do mercado abalaram economias e hábitos de consumo. De sorte que, quando a paz não precisar da guerra para se autodefinir, os humanos ter-se-ão transcendido a si próprios, digo eu.
As cidades são árvores que mantêm a essência enterrada, enquanto galhos, folhas e frutos vão e vêm. O centro do Lobito resume-se em duas ruas, a de entrada e a de saída, entre o bairro da Caponte e a na Zona Comercial. Só depois da Colina da Saudades se cruzam, para o Compão, a sul, à procura do bom pescado da Kabaia, ou para a ponta da Restinga, a norte, onde a cidade se liberta na língua da praia, em geral para tirar proveito da escuridão que o lugar regala aos casais.
O Gunga-Bar fica na rua de saída, resistindo a quaisquer infortúnios, sendo deles o mais pesaroso a morte do proprietário por acidente rodoviário, há coisa de três anos. Guardo na memória a cena da moça que tiramos do sono, às duas da manhã, em finais da década de noventa, para nos servir bebidas, numa breve fuga aos preços da discoteca ali perto. O restaurante prestava-se ao desafio de servir 24 horas por dia, muitas vezes à luz de poucas velas entre uma falha e outra da energia geral, não dispondo de uma simples fonte alternativa.
Tem rosto moderno mediano, o que só pode ter contribuído para maior fluxo de clientes. É um restaurante pequeno e fechado, rendido a essas irreverências ocidentais de igualdade entre classes, onde o cliente chega, como qualquer outro, serve a variedade que der, põe o bolso a falar com a balança, e ocupa a mesa. Só depois vem o garçon para o que se quer beber.
Estava lá eu a almoçar em tempos. Às tantas, entra o vigoroso septuagenário com duas raparigas, que tanto davam para meretrizes como para netas suas com défice de decência no trajo apenas. Ocupam uma mesa ao fundo, num canto entristecido pelos vidros fumados, onde poisam objectos irrelevantes como sinal de demarcação territorial. Luwawa é um farfalhoso intelectual Bantu, devolvido pela trama da história à sua cidade natal. Bons filhos sempre tornam à casa, os não tão bons também, há quem também o diga, e até mais previsíveis.
Há histórias de vida que revelam fatalidade, quando a personalidade não se dissocia da etimologia do nome atribuído pelos progenitores, ou o adoptado do xará. Luwawa, por falar nisso, é uma espécie vegetal odiada pelo seu fedor, o que, entretanto, não justifica que os Ovimbundu torcessem, à partida, o nariz a toda espécie humana com tal nome.
Velho Luwawa, de sorrisos largos como o casaco e a gravata, é um acontecimento em pessoa, um poço sem fundo que ninguém quer ter contra si. Talvez fosse por isso que, em se tratando de self-service, foi-lhe dada, e por arrasto às muchachas, uma deferência incomum: serviu, pagou e deixou os três pratos no balcão da balança, para serem pelo pessoal de serviço levados à sua mesa.
Bem, agora vou andando, que conheço ateus, conheço cristãos. Para ambos, é sagrada a hora da refeição.
Gociante Patissa, aeroporto 17 de Setembro, Benguela 2 Agosto 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Meu computador é óptimo, eu é que não cuidei bem dele. Já caiu vezes sem conta para o chão, no outro dia quase passei por cima dele de "hiace". Vai morrendo aos poucos, em termos de estrutura, não de desempenho. O pior é que está dificil achar um Toshiba L505 com processador 4G e Dual Core a bom preço (custou-me USD 600 am janeiro de 2010 nos EUA). Procura-se!