As regras do jornalismo
estabelecem que, no formato notícia, o jornalista apresenta a informação, não
comenta. É por vezes difícil de assim o ser na prática, tão difícil como é
achar a linha divisória entre o cidadão (dimensão humana) e o profissional (puro
exercício da técnica).
O exemplo mais recente
deu-se no telejornal de hoje, 11/08/12, da TPA (Televisão Pública de Angola),
numa matéria sobre os jogos olímpicos de Londres.
A peça, assinada pelo repórter Dedaldino
da Conceição, mostrava a delegação angolana numa confraternização oferecida
pelos nossos serviços consulares naquele país, com os previsíveis comes e
bebes e a "quentura" do cantar e dançar da banda. A reportagem fechava
com vistosas passadas e "abanar de nádegas" dos mesmos atletas
que não conseguiram uma única medalha, ou, quando muito, um ou outro conseguiu
superar somente a sua própria marca das olimpíadas passadas.
O pivot do espaço desportivo, Neto Júnior,
sublinhou: "Era suposto jogarem mais do que dançar".
É de facto o que todos gostaríamos
enquanto angolanos, que o atleta jogue mais do que mostre saber dançar. Só que,
ao compatriota Neto Júnior, faltou lembrar que, naquele lugar, o jornalista
somente apresenta os factos. É ao público que a profissão reserva o direito de
os julgar.
Gociante Patissa
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