Como hoje houve já dias. E mais haverá.
Dias de só breu, breu de sumir com o tio da meteorologia na TV. As crianças não
metem, diz a sabedoria. Assis!(*), chamo eu. Estou aqui, tio! Assim, pronto, é
ele, duas metades de metro com barriga e cabeça a correr, cinco velas queimadas
só. Bonecos na sala à espera. Diz-me uma coisa, Assis. Sim, tio? Pelos teus
conhecimentos, achas que vai chover? Um momento, ya, tio? Deixa ver. E lá vai
aos saltos na empreitada de guardar o céu nos olhos. É rápido. Tio! Acho não
vai chover esta noite. Achas? Com base em quê? Há estrelas tio, uma, duas,
três, quatro, cinco; quando há estrelas a chuva não vem. Obrigado, filho, fico
com a tua palavra. Amanhã preciso cedo do carro para trabalhar, termino eu com
o pensamento no ligeiro, dois anos soma ele e não sei se o compraria hoje que
sai pelo dobro do preço, quando a rua já sugere semente de arroz para
plantação, lama, salitre e charcos. Más só uma coisa, tio, interrompe do
pequeno: se chover, a culpa não é minha, tio.
(*) Nome propositadamente alterado
Gociante Patissa, Bairro do Kioxe,
Benguela, 11 Dezembro 2016
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