O amigo Ras Nguimba Ngola partilhou no seu mural o que considera vexame para a mulher
africana, o facto de as misses usarem "cabelos emprestados", ao invés
de concorrerem com a sua cabeleira natural, em se tratando de concursos de
beleza. Bem, tendo em conta o meu quilométrico comentário lá, tomei a liberdade
de o trazer para a minha própria varanda. Vejo que a questão é um pouco mais
complexa do que isto. A mim, por exemplo,
as misses dizem pouco, quer dizer, dizem o que representa o culto à beleza
enquanto comércio. Penso que as mulheres com altas responsabilidades nacionais
podiam alimentar nossas esperanças. Era só ver quantas ministras se revêem na
sua própria identidade. Não faço apologia a radicalismos nem à negação do que
há de positivo naquilo que de ocidental herdamos, obviamente. Há, entretanto,
que convir que não está nas misses o problema, mas sim nos modelos que seguem e
nos estereótipos alienantes herdados de séculos de lavagem cerebral para a
auto-negação e adopção de características que nunca as teremos. Quem é que define
os padrões do figurino?
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
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» Diário| A propósito das identidades e dos "cabelos da moda"
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