E, enfim, vou à praia! Sei que, tendo uma saúde
de ferro, há o risco de, com a água, enferrujar! E há a areia que se mete entre
os dedos dos pés e todos os interstícios, as sinistras criancinhas e seus pais
jogadores de bola e outros objectos voadores não identificados, o dardejante Sol que me frita os miolos, a
possibilidade de haver vento e com ele frio, ou calmaria e com isso suor.
E
as bolas de Berlim mais os gelados açucarados que não posso comer, os livros
que, ao ler, ficam com as folhas encarquilhadas e amarelecidas, se não untados
com o escorrente creme solar, os jornais que esvoacejam como aves tontas quando
abertos e trazem notícias do horror. Além disso, a minha alvura que dá em
timidez
Há,
eu sei, tudo isso. Mas, para além de tudo quanto é isto, há a infinita alegria
de viver, de enfrentar a Natureza e suas criaturas, o mar de sereias e
cetáceos, Mobby Dick em viagem, Pinóquio devorado mais o grilo da sua
consciência, a dos deveres, agora em suspensão. Vou à praia!
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