Há dias, uma amiga no Facebook partilhou reticências de uma reportagem televisiva sobre estrangeiros que residem em Angola (não acho oportuno dizer "que amam Angola"). Um libanês comerciante, questionado sobre o que achava do desempenho dos trabalhadores angolanos, teria dito que "são bons, o problema é que têm muitos óbitos". Isso é verdade e, é óbvio, o direito que a lei confere de alg
uns dias de dispensa tem sido abusado por muitos compatriotas. Mas há que, perante tais situações, ter em conta o perfil e os antecedentes do trabalhador. De outro modo, mais não estarão os estrangeiros (e não só) patrões a dar uma de olhar para o subordinado como um objecto que caiu do céu, sem compromissos sociais. Por exemplo, o meu irmão mais velho, cujo sentido de dever nunca deverá ser posto em causa por qualquer patrão a quem serviu, teve três dias de dispensa por causa do falecimento por doença de um irmão nosso, o primeiro filho do nosso pai. E justo no último dia permitido por lei, falece o pai da sua esposa. Terá ele como dizer ao patrão que não pode agora atender ao óbito da esposa, porque já esteve no óbito do irmão? E mais, pelo menos na cultura dos Ovimbundu, é ao genro que cabe comprar o caixão. De tal sorte que as generalizações não costumam ser mais do que o exotismo encapotado. Bom dia.
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