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REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
GOVERNO REGIONAL
SECRETARIA
REGIONAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
ESCOLA SECUNDÁRIA JAIME MONIZ
Nº
de Código do Estabelecimento de Ensino 3103-201
2011/2012
|
Cursos
de Educação e Formação de Adultos
EFA Portaria nº80/2008 de 27 de Junho
S – Tipo A
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Área de Competência Chave:
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Núcleo Gerador:
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Domínio
de Referencia:
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Data:
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Cultura,
Língua e Comunicação
|
Saberes
Fundamentais (SF)
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DR1 Contexto
Privado
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09-01-2012
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Formando:
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Nº
|
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Documento: Cultura/Língua/Comunicação
DR1
|
Tema:
Clima
Competência: Intervir tendo em conta que os percursos individuais
são afetados pela posse de diversos recursos, incluindo competências ao nível
da cultura, da língua e da comunicação.
Recursos/materiais: Computador, papel A4, Livros para
consulta, Internet.
Guia de
Trabalho
No âmbito do tema “O elemento”
sugere-se a resolução desta Ficha de Trabalho n.º1. O exemplo proposto
para trabalhar este tema é “O individuo e o
projeto”.
Pretende-se que reflita, pesquise e responda ao
questionário que acompanha o texto, que será materializado em suporte escrito.
Deverá indicar sempre as fontes consultadas, não podendo
simplesmente copiar ou plagiar informação.
O seu conhecimento pessoal sobre o assunto deverá também
fazer parte do trabalho.
Pode consultar ainda livros científicos, revistas
científicas, Internet ou outros recursos, no sentido de obter informações que
vão ao encontro das solicitações da ficha. Poderá ainda consultar outros
elementos que considerar pertinentes.
Tópicos
Cultura:
Tipo I – Identificar os diversos
contextos que podem afetar a configuração das trajetórias individuais (família,
escola, locais de trabalho, redes de sociabilidades).
Tipo II – Compreender de que modo
as oportunidades/contextos de formação não formal (aquelas que não conferem títulos
escolares) constituem uma das fontes da aprendizagem ao longo da vida e podem
contribuir para o reforço de recursos culturais.
Tipo III – Explorar, a partir da
própria história de vida e/ou da de outros, em que medida a alteração da posse
de um (ou mais) tipo de recursos – económicos, culturais, sociais – afectou a
evolução da trajectória pessoal.
Língua:
Tipo I – Identificar em memórias,
diários, cartas, retratos, elementos de natureza informativa que expressem
trajetórias individuais ou colectivas.
Tipo II – Compreender, em textos
orais e escritos, as variedades linguísticas individuais ou regionais.
Tipo III – Atuar adequadamente
face aos textos orais e/ou escritos, desenvolvendo a capacidade de autoanálise,
conhecimento e aceitação do outro.
Comunicação:
Tipo I – Identificar aspetos de
uma determinada situação de comunicação veiculada pelos media, exemplificativa das relações interpessoais.
Tipo II – Compreender, através do
visionamento/leitura de diversos media, as diferentes intenções do emissor e os
efeitos produzidos no receptor, consoante os aspetos distintivos individuais ou
contextuais.
Tipo III – Atuar, com recurso à
informação facilitada pelos media,
relatando vivências e experiências relativas ao conhecimento da (s) sociedade
(s) onde a língua portuguesa é falada.
Ficha de trabalho
I
Leia o texto com atenção e responda correctamente ao
questionário que o acompanha.
Há já dois anos que, ao contrário de muitos, o meu dia preferido no serviço
é a segunda-feira, quando cada colega chega e conta como foi o fim-de-semana…
atenua a chatice de desempenhar uma função sem prazer nenhum, entretanto
impotente para desempregar-se, qual prostituta apenas atrás do pagamento.
Esta semana, por exemplo, um dos colegas queixava-se do cansaço físico. E
eu, todo ouvidos, fui agarrado de surpresa ao saber que era devido à “kitota”
(guerrilha). E enquanto o meu lado tendencioso especulava qualquer coisa como
“andar na rosca”, lá vinha o desenvolvimento da notícia. “Uma kitota mesmo a
sério… com balas de tinta”. Puxei os lábios para trás, como que a sorrir,
enquanto procurava entender o sentimento que me “possuía”. O colega e amigos
tinham-se divertido à brava, no Vale do Cavaco, brincando de guerra.
Sem estragar o entusiasmo do outro – legítimo aliás para quem andou
envolvido num passatempo radical –, quando dei por mim, já a mente vagueava nas
memórias de infância.
A nossa vida na comuna do Monte-Belo, antes mesmo de completarmos cinco
anos, resumia-se em duas palavras: uma era brincar e a outra guerra. Atenção,
nunca combinadas! Incluíamos no pólo do brincar coisas como ir à escola,
apanhar gafanhotos, correr atrás da jante ou arco qualquer que aparecesse,
fazer amizade com soldados (sobretudo os cubanos, que passavam de quando em vez
em colunas para o Huambo). Já no pólo da guerra incluíamos o cuidado a ter com
a manta (o frio era impiedoso no mato, e a noite durante um ataque parecia
nunca mais acabar!), bem como o respeito pela mãe (em cujas costas nos
agarrávamos na hora de fugir).
Foi assim até 1985, quando, por fim, os meus pais se convenceram de que
restava vir ao Lobito, onde era (um pouquinho mais) possível viver. E lembro-me
bem da viagem, de como a minha mãe chegou, de certo modo, a ser obrigada a se
esconder no frigorífico (desligado, claro, ou eu choraria até estragar o
plano); tudo, porque as forças tinham de impedir que a força camponesa se
evadisse para a cidade.
Voltando à conversa com o colega, as marcas do impacto das balas na pele
enrubescida não deixavam dúvida, ou seja, doía um pouco mas era a brincar. Não
era nada de verdade, como o é a cicatriz na bochecha da minha mãe, “tatuagem”
do estilo de cauda de lagartixa, desenhada por uma bala “perdida” a meio da
noite, quando ela me trazia às costas… (não fosse a “péssima” pontaria do
atirador, ter-se-ia alojado na minha cabeça o chumbo, e você ficaria livre da
maçada de ler esta crónica.)
Li algures que só se é criança uma vez, sendo os anos mais maravilhosos da
nossa vida. O que o livro não dizia era se havia borracha para fazer “delete”
de certas lembranças. Se hoje, por exemplo, me disserem, “shii, cala-te, você
fala muito!”, algo que acho que não gosto muito de ouvir, automaticamente me
lembro da primeira vez que mo disseram: foi na mata (porque quem se esconde
deve estar calado).
Por que não brincar de guerra hoje, eu também? Mas será que cheguei algum
dia a desarmar o conceito de guerra? Lembro-me de ter ganho, já no início da
década de noventa, uma metralhadora de brinquedo, preta, coronhada móvel,
bonita mesmo diga-se, de balas plásticas vermelhas. Mas não cheguei a usá-la porque
fazia parte daqueles brinquedos que, sendo nossos de nome, eram para enfeitar,
por isso, bem penduradinhos longe do alcance das crianças (anos depois, quando
me foi entregue, já o mecanismo do gatilho havia ressequido). A euforia de
inaugurar uma arma, como aquela, talvez ajudasse a me “familiarizar” com a
guerra – bom, agora quem vai saber?!
De qualquer modo, agradeço aos militares e aos políticos! É que, como dizia
o outro, “ninguém, excepto os vermes do cemitério, ganhou com a guerra”. Viva a
PAZ, viva Angola!...
Gociante Patissa, aeroporto da Catumbela, 12 de Abril de 2009, In: http://angodebates.blogspot.com/2009/04/cronica-vamos-brincar-de-guerra.html
Atividades
Após a leitura do texto, proceda
à resolução do questionário. Pode também consultar a Internet ou outros meios
que considere pertinentes.
Tipo I, II e III
1. Sublinhe nos dois parágrafos iniciais as marcas
da presença do autor do texto.
2. Identifique o que motivou a que o cronista se
recordasse da sua infância.
3. Faça o levantamento de marcas próprias de
Língua Portuguesa falada em Angola.
4. Destaque os acontecimentos que marcaram
profundamente a forma de pensar e de sentir do autor.
5. Na sua opinião, de que forma é que ele foi
influenciado por esses eventos.
6. “…atenua a chatice de desempenhar uma função
sem prazer nenhum…”.
6.1 Com base nesta expressão, comente a perspetiva
que o autor possui acerca do seu emprego a longo prazo, bem como das razões
para não alterar essa situação.
7. Pesquise através de diversos meios os motivos
que estiveram na origem do conflito social de que fala o texto, de modo a poder
debater com os seus colegas acerca do tema.
8. Retire do texto dois exemplos de palavras
agudas, graves e esdrúxulas que sejam acentuadas graficamente.
Bom trabalho!
O formador: Toni Gomes
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