Estou desiludido, muito, tão depressa... ou é tolice minha, talvez não devesse estar, que corromper(-se) é paradigma primário. O resto é previsível, muito kú-duro, suor etílico. Virtudes são para quem não chegou lá (ainda).
E tinha razão o rasta, se calhar, anteontem, quando a noite caía à Praia Morena: "nós somos os seres mais felizes do planeta". Eram 10 mais ou menos, a dançar Bob Marley que vinha da roullote ali perto, do outro lado da estrada. "Podem levar tudo, o diamante, o petróleo, a Terra, o peixe e o dinheiro; o rasta só quer kaya".
E eu, muito parvo mesmo, às tantas, já não entendo o que é ser o ser mais feliz do planeta, pois tenho a certeza que aqueles rastas, visivelmente analfabetos funcionais, estarão ali por mais fins-de-semana nos próximos anos, recolhendo os trocos das bugingangas que vendem ao turista e ao sentido exótico. E a mim, que vivo impacientado pelo novo emprego que nunca mais me chama, de súbito vem à cabeça a frustração de há um ano e meio andar com a tese de licenciatura por elaborar e defender.
Para o rasta, desde que garantida a "kaya" (tabaco, no caso, marijuana), é-se o ser mais feliz do planeta. "Aquele que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza". Só pode.
Gociante Patissa, Benguela, 22 Janeiro 2012
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Aprendemos todos os dias, não é assim? :)
Nada é definitivo e, se souber ser aliado do tempo, vai dar para fazer a licenciatura e "ser o ser mais feliz do planeta".
Abraço
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