Músico (o segundo da esquerda para direita) pede mais difusão dos ritmos tradicionais Fotografia: Domingos Cadência
Texto do Jornal de Angola (22/01/12): O músico Socorro mostrou-se ontem descontente pela carência de apoio que é prestado aos artistas de géneros tradicionais, motivo pelo qual o seu consumo em Angola ainda é limitado.
O artista, que falava durante o lançamento do seu terceiro disco, “Nzimbu”, ontem, na Praça da Independência, em Luanda, disse ser necessário haver mais atenção ao género folclórico, de forma a preservar a música nacional.
O músico afirmou que os géneros tradicionais estão a perder espaço para os estilos estrangeiros, o que no seu entender é prejudicial para a afirmação da música angolana no exterior. O artista acrescentou que os géneros estrangeiros têm merecido atenção especial do empresariado nacional, o que a deixa a música folclórica sem espaço.
No seu entender, o semba é o suporte da música angolana, mas é preciso haver maior atenção para os temas folclóricos de algumas regiões do país, como Cabinda, Uíge e Huambo, que têm uma grande riqueza, mas carecem de apoio para a sua transmissão, em especial aos jovens. “A música angolana no estrangeiro tem um espaço limitado. No país há um consumo excessivo do rap, r&b, soul music, samba, kwaito e dance, promovido pelas rádios e disc jockeys em festas”.
Socorro, que afirmou estar satisfeito com o número de discos vendidos ontem, informou que o título do disco, que na língua portuguesa significa dinheiro, surge pelo facto de “actualmente muitas pessoas colocarem o dinheiro acima dos valores morais e culturais, assim como do amor ao próximo”.
O artista afirmou que a luta incessante na procura do dinheiro o deixa preocupado, porque actualmente é visto como principal item de solução de dificuldades, facto que tem estimulado a delinquência.
Socorro acrescentou que o disco tem mensagens sobre valorização e preservação da vida, alcoolismo, promiscuidade e infidelidade.
O disco tem dez faixas, cantadas em kikongo, nos géneros kilapanga, sungura, semba e tem mistura de géneros da música popular congolesa. O tecladista Dominik é o produtor musical. Participaram do álbum os instrumentistas Bruno (viola solo e baixo), Kassema (baixo) e João (solo). Gravado no estúdio LUSSA, em Luanda, o CD foi finalizado na Alemanha, país onde numa primeira fase foram editadas dez mil cópias. O artista informou que o CD é autografado hoje no Hotel Almeida, no Golfe 1, amanhã na praça do campo Rocha Pinto, terça-feira na Casa da Juventude, em Viana, e quarta-feira no Bairro Uíge, na Petrangol, em Luanda. Socorro assina ainda o disco “Nzimbu” dia 28 na Praça Grande, dia 29 no Clube do Negage (Uíge), dia 30 na praça grande da comuna de Maquela do Zombo (Uíge) e a 6 de Fevereiro, defronte à administração comunal do Kikolo.
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