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É, aliás,
daí que parte a força de reclamar quando ela demora a voltar. Eu sou um tipo feliz
– não o único, claro –, que não sofre das idas da luz. Nunca chegou a vir mesmo,
lá, nos bairros em obra – chamemos-lhes assim, por andarem na esperança de se
vestirem de água, asfalto e luz eléctrica, enquanto a poeira tenta desmentir as
pinturas.
Mas como
o ser humano não se sente completo se lhe falta sofrimento, costumo sofrer de
luz em casa da kota (como já sei que o pessoal do estrangeiro pode entender
torto, vou esclarecendo que kota, aqui, é pessoa mais velha, irmão,
essencialmente. Mãe ou pai eu chamo velha ou velho). É desse vício de ler e
escrever, pensando com o computador.
Curtos minutos
após a luz – por ter vindo, obviamente – escapulir, recebi uma mensagem no
telemóvel: veja
n club k o q Chipilica acabou de fazr…! (Sic). Pus-me logo – para citar
um poeta amigo – em espragatas mentais, que são, afinal, a semelhança mais próxima. Mas esse Chipilica Eduardo fez mais o quê
então? Com a luz eléctrica, que me responderia no computador, era certo que só nos
avistaríamos na manhã seguinte.
Liguei para
o remetente da mensagem, que não sabia se ria ou se chorava pela nomeação –
note-se, à revelia – para o governo (que é para não ficar fora de moda,
digo executivo) do amigo Chipilica. O nomeado, jornalista, menor de 30
anos e com formação ainda por concluir em ramo do saber diferente da pasta
indicada, julgava tratar-se de brincadeira com sabor a ironia (bom, mas o
actual administrador de Benguela tem quase a mesma idade). Inevitável, uma
pergunta escapa-me: ele nomeou por acreditar nas vossas capacidades, ou é uma
forma de te associar aos do contra? Não me soube responder.
Na manhã
de hoje tive contacto com a matéria no site citado. A conclusão a que se chega
é que é difícil chegar-se a conclusão alguma, dada a inexistência de
fundamentos. “Inspirado numa conversa com
amigos que diziam em Angola já existe um governo de transiçao verdade ou não
apresento os possiveis canditados” (Sic). Depois desta curta introdução vem
a lista de nomeações, que terminam com um “em breve a 2 parte” (Sic).
Acompanho
o club-k e outros serviços digitais de informação sobre Angola. Tenho uma
relação sem queixas com o Chipilica, jovem estudante de Direito e autor (preguiçoso)
de poesia e contos radiofónicos. Há por aí dois anos, desabafou sobre comentários
insultuosos de alguns cibernautas, o que via como violação do direito de
cidadania e passível de responsabilização. Disse-lhe para estar preparado, que
era consequência natural do meio virtual, por quanto se lida com assuntos que
promovem debates.
Desconheço
a motivação do Chipilica neste exercício, mas não deixa de ser sintomático que haja
apenas uma mulher nos 17 postos do seu governo ideal para Angola. Misoginia, ou distracção (culpável) apenas, amigo?
Gociante
Patissa, Benguela 4 de Janeiro 2012
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