Para variar um pouco de ares, tão ofegante que
já vai essa coisa do pré-eleitoral e a palha da contra-informação, da cegueira
na dignidade humana por militâncias, sua excelência eu ainda ficou a sorrir
quando se lembrou do enredo de uma reportagem emitida em tempos pelo canal 2 da
TPA (projecto da Semba Comunicação que quando quer suplantar-se a si próprio,
afinal consegue oferecer algo menos poluente que o sempre a subir, o
pato e outros programas já fora da grelha e de memória nenhuma). Continuando.
Aquela série de reportagens intitulada «Bodas», que ultimamente não passa de
capítulos repetidos, continua, apesar disso, sendo secretamente o deleite de
muitas beldades, solteiras, casadas, amigadas e não só – porque a cerimónia
matrimonial afinal de contas é algo que de moda não sai. Amor e fantasia não
passam de moda, não é mesmo? Ora pois. No outro dia, desenrolaram um caso de
amor em Luanda, que terminou em casamento digno de narrativa literária. Acto 1: Ele e ela,
até então desconhecidos, teriam fortuitamente tropeçado um ao outro a bordo
de um apertado Hiace em cortejo funerário. Acto 2: Ele dias depois procura por
ela na escola, turno da noite, e desejo puxa desejo, palavra puxa paixão.
Resultado: namoro. Algum tempo depois ela descobre que ele tinha outra e faz o
quê? Termina a relação. Dois anos volvidos, através de um amigo comum, ela toma conhecimento de que o ex atravessava uma fase de solteirice. Acto 3:
Telefona para ele, combinam encontrar-se na paragem de táxis da Multiperfil ao
entardecer e ali ficam madrugada fora. Reacendeu a relação. Resumindo,
conheceram-se no funeral, começaram a namorar na escola e reconciliaram-se dois
anos depois na paragem de táxis. O amor tem força, não tem? Como diria o outro,
«o coração tem razões que a razão desconhece». De Cabinda ao Kunene, um só
povo, um só amor! Ainda era só isso. Obrigado.
sexta-feira, 23 de junho de 2017
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» Divagações | Para variar, umas linhas sobre os caminhos que só o amor sabe traçar
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