Numa reportagem de 19 minutos intitulada
"Escritores angolanos lamentam falta de apoios", a Voz da América
(só) ouviu duas vozes, designadamente Divaldo
Martins e Armindo Laureano. Nada
discutível o Divaldo, que além de três obras propriamente literárias, coordenou
pelo GRECIMA o projecto Ler Angola (o dos "discutíveis", pela
designação, 11 Clássicos); já me parece um tanto forçado ouvir o jornalista Armindo
Laureano, que se apresenta na
entrevista na condição de escritor e editor (pelo facto de ter publicado três
livros com auto-edição, sendo um áudio-livro de entrevistas biográficas
resultantes do programa radiofónico "Vivências" que conduzia e um de
crónicas, todos lançados nos últimos cinco anos, salvo erro). Numa sociedade
com a síndrome da perseguição, estou ciente do risco que se corre em opinar
fora do "diapasão", mas me parece ser um daqueles casos de preguiça
do repórter. Também tenho ciência do quão difícil é achar fontes
"amigas" do microfone, porém, julgo haver nomes com conhecimento um
pouco além dos "lugares comuns", quando o assunto é o sector do livro
e da literatura em Angola. Um Virgílio Coelho (Kilombelombe), Jacques Arlindo
(Chá de Caxinde), Arlindo Isabel (Mayamba), e por que não o Adriano Botelho de
Vasconcelos, alguém que fez um trabalho notável enquanto editor na União do
Escritores Angolanos? Fica a sensação de que talvez (ainda) fosse mais
assertivo descrever o talentoso Armindo Laureano (apenas) como jornalista e
apresentador de TV do que (já) escritor e editor. Ainda era só isso. Obrigado
Gociante
Patissa. Benguela 12.03.2017
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