São muitas as mensagens que recebo de
compatriotas (regra geral desconhecidos e alguns sem fotos até) a quem desde já
gostaria de elogiar pelo sentido de irem directamente ao ponto. Depois do olá,
dizem-se logo autores de uns textos, rabiscos, projectos (os termos diferem mas
o objectivo é o mesmo) que gostariam de submeter à minha leitura/avaliação (e
quem sabe ajudar a publicar). Como não é possível responder a cada um, faço-o aqui de forma pública.
Infelizmente não encontro nem tempo nem energia nem aptidão para esse exercício
de crítico literário, por um lado. E fico ainda mais preocupado, por outro
lado, pois na maior parte dos casos, percebo que o pedido de ajuda/orientação
vem de almas que ainda não leram um único livro que eu tenha publicado, o que
só pode concorrer para o risco de se criar uma expectativa irrealista quanto ao
meu nível/potencial como escritor. Há que ressaltar que a minha leitura
baseia-se no puro gosto e sensibilidade e na pouca experiência de auto-didacta
crónico, não tendo nesta ordem de ideias qualquer autoridade académica. No ano
prestes a terminar, por exemplo, só consegui ler mais ou menos quatro projectos
de livro (dois de contos, um de poesia e um ensaio) das gavetas de confrades
com os quais tenho alguma relação de confiança (é sempre melindroso opinar
sobre um trabalho criativo). Para terminar, ficam as desculpas de quem não se
dedica exclusivamente à literatura e tem de conciliar o dia-a-dia com a ocupação
profissional (num ramo que pouca margem deixa para leituras). Se eu tivesse
mais tempo a dedicar ao exercício altruísta de parar a minha própria oficina de
ler e escrever para só cuidar dos pedidos, certamente o faria. Ainda era só
isso. Obrigado.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
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