Na
ressaca dos 40 anos de independência, tropecei nesta citação captada em Janeiro
2015: "Esse pessoal a gente lhes vê a entrar sem papel, nem só já um visto
provisório, nada. Basta irem a Luanda... até te esfregam o BI angolano na cara.
Não vale a pena só, meu mano, Bilhete não é nada."
Nessa
Angola onde tudo "ofende" (muitas vezes com mais gente de fora a
decidir sobre quem somos do que os de dentro), que tal rever os modos com que
se anda a "esbanjar" a nacionalidade? Do
ponto de vista histórico, o desporto/futebol esteve sempre entre o que mais
negativamente contribuiu para isso, com muita gente da RDC de repente a ser
natural da mais recôndita aldeola do sul do país. Havia até em alguns clubes da
província de Benguela indivíduos cuja actividade era mesmo fazer corredor junto
dos registos. Em alguns aspectos, acho que a Namíbia tem as suas razões: ou se
é namibiano ou se é outra coisa. A mim faz uma certa confusão volta e meia ver
alguém tornar-se angolano pelo simples facto de saber correr atrás de uma bola,
pela habilidade de subornar, ou por ser parceiro/afilhado deste ou daquele. E
no final, o nosso "conterrâneo" ama Angola e lhe é indiferente o
angolano. Que tal aprovar uma adenda para atribuição de uma espécie de
nacionalidade provisória para aqueles a aquelas a quem este país pouco ou mais
nada representa do que um espaço para sobrevir ou acumular dinheiro?
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