"Dá
licença, comadre?"
"Entra, compadre."
"Esse almoço sai ou não sai?"
"Falta pouco. Pode sentar, compadre, vou só passar uma toalha no rosto. Esta cozinha aquece como!" (risos)
"Estou em casa, querida comadre, não se preocupe. O outro está?"
"O compadre tem pouca sorte. Ele esta semana não vem almoçar, está apertado no serviço."
"É verdade. O trabalho quando aperta, é mesmo a pão e gasosa..."
"Vai um copo de 'cisangwa', compadre?"
"Esse almoço sai ou não sai?"
"Falta pouco. Pode sentar, compadre, vou só passar uma toalha no rosto. Esta cozinha aquece como!" (risos)
"Estou em casa, querida comadre, não se preocupe. O outro está?"
"O compadre tem pouca sorte. Ele esta semana não vem almoçar, está apertado no serviço."
"É verdade. O trabalho quando aperta, é mesmo a pão e gasosa..."
"Vai um copo de 'cisangwa', compadre?"
"A comadre sabe que não sei negar a vossa
'cisangwa' caseira."
"O teu compadre é que não gosta muito, prefere
o vinho dele..."
"É um pecado, comadre, ter tudo e não
ver."
"Mba falaste mesmo. Haka! Veio falar com
ele?"
"Sim. Quer dizer... não. Até não sei como
começar..."
"É assim tão difícil falar comigo,
compadre?"
"... Eu às vezes penso muito. A comadre tem
essa forma de me tratar bem que, lá em casa, com a outra, a pessoa... quer
dizer, não encontra. A maneira como a comadre faz as coisas. Como está sempre
perfumada, o sorriso. Comadre, vai-me desculpar, mas sinto que há uma linda
história de amor entre nós que nos falta viver..."
"Eu com o compadre, o compadre comigo, não
é?"
"A comadre sabe como é, essas coisas do
destino..."
"Oh, meu compadre, não te preocupes. Assim que
o teu compadre chegar do serviço, vou-lhe pedir autorização. Se ele
aceitar..."
"Comadre! Não me estraga a longa amizade! O
que é que ele vai pensar?! Já vi que a comadre me entendeu muito mal..."
"Ah, já vai? Não disse que tinha pressa. E o
almoço, compadre, fica como? A resposta é na minha boca ou na do outro?"
GP,
Benguela, 25.11.2015 (adaptação)
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