Fomos descobrir mais uma história de vida que merece homenagem. A conversa é com Lázaro Bernardo Dalas, ou Mr Dalas, um jovem que se tornou professor aos 17 anos de idade.
«Realmente! Eu até entrava na turma e os alunos, se calhar, pensavam que eu fosse também colega deles. Mas aquela ética profissional realmente distinguia entre alunos e professor», contou.
Natural do Huambo, Lázaro Dalas veio a Benguela quando criança ainda. Pelo sonho de concluir o ensino superior, Dalas fez um sacrifício. Perdeu o emprego numa companhia do ramo dos petróleos.
«Eu tive mesmo que decidir, entre deixar os nossos dólares e optar mesmo pela formação. Porque previa que a formação futuramente poderia ser um apoio para mim. Então, é uma decisão que todos os amigos lamentaram, algumas famílias deram-me muito apoio em que pudesse mesmo esquecer e seguir a formação», sustentou.
Mais do que licenciatura, a força da paixão pela língua Inglesa. «Eu estou a fazer linguística Inglês, vou terminar este ano, e acredito que no próximo ano estarei a trabalhar na minha defesa de tese».
No Lobito, Mr Dalas teve uma experiência como mobilizador social voluntário. «Eu fui convidado, fiz parte desta associação durante seis meses. E fez-se um estatuto e, os meus amigos viram que eu era uma pessoa com certas habilidades, fui eleito vice-presidente [APDC -Associação de Promoção do Desenvolvimento Comunitário]. Desenvolvemos muitas acções, como por exemplo, apoio a crianças desfavorecidas».
Houve uma altura na vida em que, tal como muitos outros adolescentes oriundos de famílias de baixa renda, Dalas viajou para Luanda a fim de fazer pequenos negócios. Talvez conhecedora das potencialidades do rapaz, uma parente sua opôs-se à ideia de ver Dalas no papel de zungueiro. Pelo contrário, pagou um curso de informática. Seis meses depois, Dalas regressava ao Lobito. Daí que nos vimos tentados a perguntar: quais foram os momentos mais difíceis?
«Por exemplo ter deixado um emprego, naquela altura a ganhar mais de 800 Dólares, e decidir estudar. Tu ficas apenas com um emprego limitado de 240 Dólares. Uma das outras situações marcantes, realmente, foi a perda de uma pessoa que para mim foi uma grande escola, mãe, irmã. Mas, pronto, isto é a dinâmica da vida e estamos realmente consciencializados».
Dalas conta também momentos de alegria. «Bem, foi ter visto o meu [entre os candidatos admitidos] no ISCED [Instituto Superior de Ciências da Educação]», disse para a seguir acrescentar que «uma outra coisa, são mesmo os desafios a que todo o jovem está sujeito. Os meus empregos, tirando a função pública, foram sempre de luta porque, não tendo ninguém para puxar-te, a tendência é sempre batalhar».
Quanto ao perigo do VIH e SIDA, Lázaro Dalas considera positiva a preocupação da sociedade em sensibilizar jovens e não só. E diz mais: «Eu acho que já é altura de mudarmos as nossas consciências e assumirmos mesmo este tipo de doença».
«Realmente! Eu até entrava na turma e os alunos, se calhar, pensavam que eu fosse também colega deles. Mas aquela ética profissional realmente distinguia entre alunos e professor», contou.
Natural do Huambo, Lázaro Dalas veio a Benguela quando criança ainda. Pelo sonho de concluir o ensino superior, Dalas fez um sacrifício. Perdeu o emprego numa companhia do ramo dos petróleos.
«Eu tive mesmo que decidir, entre deixar os nossos dólares e optar mesmo pela formação. Porque previa que a formação futuramente poderia ser um apoio para mim. Então, é uma decisão que todos os amigos lamentaram, algumas famílias deram-me muito apoio em que pudesse mesmo esquecer e seguir a formação», sustentou.
Mais do que licenciatura, a força da paixão pela língua Inglesa. «Eu estou a fazer linguística Inglês, vou terminar este ano, e acredito que no próximo ano estarei a trabalhar na minha defesa de tese».
No Lobito, Mr Dalas teve uma experiência como mobilizador social voluntário. «Eu fui convidado, fiz parte desta associação durante seis meses. E fez-se um estatuto e, os meus amigos viram que eu era uma pessoa com certas habilidades, fui eleito vice-presidente [APDC -Associação de Promoção do Desenvolvimento Comunitário]. Desenvolvemos muitas acções, como por exemplo, apoio a crianças desfavorecidas».
Houve uma altura na vida em que, tal como muitos outros adolescentes oriundos de famílias de baixa renda, Dalas viajou para Luanda a fim de fazer pequenos negócios. Talvez conhecedora das potencialidades do rapaz, uma parente sua opôs-se à ideia de ver Dalas no papel de zungueiro. Pelo contrário, pagou um curso de informática. Seis meses depois, Dalas regressava ao Lobito. Daí que nos vimos tentados a perguntar: quais foram os momentos mais difíceis?
«Por exemplo ter deixado um emprego, naquela altura a ganhar mais de 800 Dólares, e decidir estudar. Tu ficas apenas com um emprego limitado de 240 Dólares. Uma das outras situações marcantes, realmente, foi a perda de uma pessoa que para mim foi uma grande escola, mãe, irmã. Mas, pronto, isto é a dinâmica da vida e estamos realmente consciencializados».
Dalas conta também momentos de alegria. «Bem, foi ter visto o meu [entre os candidatos admitidos] no ISCED [Instituto Superior de Ciências da Educação]», disse para a seguir acrescentar que «uma outra coisa, são mesmo os desafios a que todo o jovem está sujeito. Os meus empregos, tirando a função pública, foram sempre de luta porque, não tendo ninguém para puxar-te, a tendência é sempre batalhar».
Quanto ao perigo do VIH e SIDA, Lázaro Dalas considera positiva a preocupação da sociedade em sensibilizar jovens e não só. E diz mais: «Eu acho que já é altura de mudarmos as nossas consciências e assumirmos mesmo este tipo de doença».
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(*) Matéria publicada na passada terça-feira, 31/03, no programa de mesa redonda radiofónica "Viver para Vencer", que teve como o tema "O papel do pai no acompanhamento de jovens e adolescentes".
Refira-se que a rubrica “Nossa Homenagem” é oferta do programa de mesa redonda radiofónica, “Viver para Vencer”, uma produção da ONG angolana Associação Juvenil para a Solidariedade
(AJS), às terças-feiras, das 17-18h30, através da Rádio Morena Comercial (97.5FM), cobrindo as cidades de Lobito, Benguela e Baia Farta.....
AJS – “A cidadania é resultado de um exercício permanente de Educação e Comunicação”.
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Bem interessante o programa e a rubrica que dá a conhecer excelentes exemplos do "cidadão comum" (não gosto nada desta expressão, mas não sei qual usar!)
Como gostava de poder ouvir a Rádio Morena, e outras, online (ainda) só encontro emissão de umas poucas estações de Luanda.
Obrigado plo incentivo, Kanuthya. Confesso que senti uma "inveja" grande certa noite em Luanda, qdo num cyber, o senegalês em serviço ouvia, emocionado, em directo a rádio da cidade dele online.
Nisso a Internet soma mais um pacote de elogios deste Umbundu que luta para se equilibrar, entre o tradicionalismo e o dinamismo (às vezes doentio das cidades).
Na verdade, é ainda um desafio gigante a enfrentar para uma sociedade como Angola, que tem outras prioridades - próprias de quem vem de longos anos de guerra e engajada na reconstrução.
Na semana passada, em casa do meu irmão consegui nouvir a Rádio Ecclesia (em cujas obras de Benguela tive as melhores aulas de lucução e redacção).
Era bom que houvesse uma manivela do tempo para levar a Rádio Morena (a única privada funcional em Benguela) a mergulhar rápidamente no mar da digitalização das emissões. Até lá, sabe-se que abre brevemente a Rádio Mais.
"Kamuile o ngongo kakolele"... Este jovem já está maduro. Parabéns e ele a a vc's pela promoção dos bons valores...
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