O assunto
do mês será sem sombra de dúvidas a exoneração de Manuel Rabelais e a consequente
extinção do GRECIMA, acrónimo de (Gabinete de Revitalização e Execução da
Comunicação Institucional e Marketing da Administração). As competências, gestão
do património e recursos humanos, segundo o comunicado difundido ontem, passam
para a esfera do Secretário do PR para a comunicação, o meu bom confrade Luís
Fernando.
João
Lourenço (JLo) fez e vai fazendo de facto história enquanto timoneiro do novo
executivo com estas mexidas de quadros e sectores, procurando alinhar a
caminhada ao discurso de campanha, consubstanciado em "Corrigir o que está
mal e melhorar o que está bem".
Sua
excelência eu, que carrega uma aversão congénita à pessoalização de líderes,
dado o risco de alimentar aquele endeusamento ou o seu oposto, a diabolização, decorrente
do elevar de líderes a um patamar acima das instituições, prefere considerar
que se trata de uma estratégia do partido que serve de substrato à liderança.
Também não alinha sua excelência eu numa alegada caça às bruxas, que vem sendo
aventada nesta era das redes sociais em que cada internauta (assumido ou
anónimo) já nasceu detentor de todas formações e informações.
Quanto ao
GRECIMA, o meu lado de jornalista (que preferiu ganhar o pão em outro ramo)
considera pertinente o fim do seu papel, pois a sobreposição de entidades
tutelares não facilitava a já complexa questão da autonomia do profissional de
informação, que tinha de levar em linha de conta a existência do conselho de
administração do órgão a que pertencia, o ministério da comunicação social e
indirectamente os serviços de imprensa e cultura do PR. Querendo ou não, a
auto-censura só podia sair ainda mais nutridinha.
Já por
outro lado, manda a coerência intelectual, neste ponto da nossa história,
proceder a uma declaração de interesse. Através do concurso literário público
para a Bolsa Ler Angola, de âmbito nacional, campanha AMO ANGOLA, o escritor Gociante Patissa remeteu em 2013 o original
de contos FÁTUSSENGÓLA, O HOMEM DO RÁDIO QUE ESPALHAVA DÚVIDAS, no segmento
considerado novos autores, tendo sido uma das 11 obras apuradas por um painel
de júri multidisciplinar.
O GRECIMA, dono da iniciativa, cuidou da edição (2 mil e 500 exemplares, como preço de capa de quinhentos kwanzas), publicação no ano de 2014, distribuição pela rede Kero e promoção do livro através de spots no Canal 2 da TPA durante um ano. Recebeu ainda o autor, via banco, o prémio pecuniário de 250 mil kwanzas pelos royalties, mais 60 por cento das vendas, por sua vez geridas pela Texto Editores, o que totalizou perto de 400 mil kwanzas. Portanto, o GRECIMA poderá ter feito pela promoção da literatura em três anos de existência muito mais do que algumas instituições vocacionadas no ramo.
O GRECIMA, dono da iniciativa, cuidou da edição (2 mil e 500 exemplares, como preço de capa de quinhentos kwanzas), publicação no ano de 2014, distribuição pela rede Kero e promoção do livro através de spots no Canal 2 da TPA durante um ano. Recebeu ainda o autor, via banco, o prémio pecuniário de 250 mil kwanzas pelos royalties, mais 60 por cento das vendas, por sua vez geridas pela Texto Editores, o que totalizou perto de 400 mil kwanzas. Portanto, o GRECIMA poderá ter feito pela promoção da literatura em três anos de existência muito mais do que algumas instituições vocacionadas no ramo.
De realçar que dominar
os meandros do orçamento global daquela instituição sustentada pelo Orçamento
Geral do Estado escapa ao escopo de minha relação com o GRECIMA. Quaisquer
dúvidas e omissões serão dirimidas pela história. A transparência libertar-nos-á
e sua excelência seguirá pautando pela “Humildade, Justiça e Solidariedade”. Ainda
era só isso. Obrigado.
Gociante Patissa | Benguela, 17 Outubro 2017 | www.angodebates.blogspot.com
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