sábado, 30 de setembro de 2017
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Um kapedido só ao confrade Luís Fernando, agora na presidência, ya?
O dia de hoje está a ser uma verdadeira roda-viva,
entre renovar documento da viatura e a presença em inadiáveis visitas
familiares, o que me manteve desligado dos canais convencionais de informação.
A meio da tarde recebi via redes sociais um comunicado de imprensa atribuído ao
recém-empossado presidente da república (PR), João Lourenço (aka JLo) que dá
conta do elenco que passa a constituir os serviços de apoio ao PR, uma geração relativamente jovem, da qual destaco
o jornalista Luis Fernando (LF), de quem sou próximo
pela faceta de escritor. Tomamos posse enquanto membros da União dos Escritores
Angolanos no mesmo dia, finais de 2009. Foi por este vínculo que "se dei
encontro" mais de perto com o homem, quando em 2015 veio a Benguela
(ladeado, como diria o erudito, de sua esposa, a mana Paula Fernando), sob escolha do
secretário-geral, Carmo Neto, para capitanear o lançamento oficial do livro de
crónica O APITO QUE NÃO SE OUVIU, de sua excelência eu. Foi um encontro
memorável e para mim emocionante, num fim-de-semana prolongado daqueles de só
conseguir quarto de hotel por "tráfico de influências" do amigo Efraim,
passe algum exagero. Voltando ao hoje. Não tenho até ao momento confirmação do
próprio quanto ao cargo de Secretário para os Assuntos de Comunicação
Institucional e de Imprensa do Presidente da República, mas a fonte diz-me que
se trata de um dado oficial, pelo que, por esta via também, reforço os parabéns ao confrade LF e deposito votos de êxitos
neste exigente desafio. E para não terminar sem "embirrar", até
porque temos de aproveitar quando os nossos sobem ao poder, ó meu kota lá do
Tomessa, Uige, estou já adiantar com um kapedido só. É assim, tipo, eh, ora,
vejamos... Quando vier a ser objecto de notícia, a redacção fica só mesmo «o
Secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do
Presidente da República, Luis Fernando». O «Dr.», herdado do posto, cai,
faxavori, ya? Ainda mba era só isso. Obrigado.
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Crónica | O papel do multicaixa na prevenção de conflitos
Benguela, cidade, anda movimentada, como devia aliás andar, a caminho de trezentos e noventa e seis anos de existência. É evidente que a data oficial está longe de ser consensual, havendo intelectuais que se indignam por entenderem que, em cada dia dezassete de Maio, festejamos a vitória militar do invasor colonial português, representado por Cerveira Pereira, sobre os nossos antepassados, autóctones Bantu.
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Em coisa de minutos, Janota tinha uma rapariga, expedita vendedora de orgasmos simulados e um canto para o labor e o sabor, não sem antes ficar claro o preçário. A menina fê-lo chegar à China por alguns instantes. Ora, completada a viagem, surgia um tipo de conversa mais ou menos imprevista para aquele segmento de negócio. «E agora, como vamos fazer? Posso pagar com cartão?», indagava o saciado, enquanto calçava as meias antes de botar a calça.
A rapariga olhou para ele, como quem diz, caramba!, está aqui um espertalhão. E antes mesmo que ela emitisse uma palavra, o cliente continuou justificando-se: «Sabes como é que é. É fim-de-semana, a função pública pagou. Já circulei pela cidade e cercanias, mas nenhum aparelho tem dinheiro. Mesmo a nível de macroeconomia, honrar os salários dos professores é um caso sério, já que eles não produzem como tal. É um sector nobre, muito importante, mas pobre. Com os militares é a mesma coisa. Não sei como vamos fazer, sabes? Eu gosto de pagar as minhas contas, acontece que não consigo tirar dinheiro do banco, sabes que aquilo enche que nem uma coisa doida.»
A rapariga ouvia, franzindo progressivamente a testa. Pensava por dentro, do tipo, esse gajo não quer com este monte de palavras que no final fique tudo por um crédito sine die, não? «Doutor, pela próxima, quando é assim, avisa antes. Estás a ver se hoje eu não trouxesse o TPA, íamos mesmo se pegar nas camisas. E até não fica bem. Vá, dá lá o cartão multicaixa. Hôko!, assim também querias quê?!»
Bom, ao menos o final foi feliz para o professor Janota, uma vez que a menina, sendo profissional com visão empreendedora, tinha a sua máquina de pagamento electrónico na mesma bolsa em que guardava os preservativos, pensos e lubrificantes íntimos, não tendo sido necessário, como ela mesma disse, «se pegar nas camisas». Como diria o ditado, para um esperto, esperto e meio.
Benguela, 25 Maio 2013
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Gociante Patissa, Benguela, 11 Dezembro 2012. In «O Apito Que Não Se Ouviu», 2015. Pág. 60-61. União dos Escritores Angolanos. 1.ª Edição. Luanda, Angola . 2015 Colecção: «Sete Egos»
(*) livro de crónicas disponível na Livraria Sucam e na Tabacaria Grilo, em Benguela, ou na sede da União dos Escritores Angolanos, em Luanda, sita no Largo das Escolas. Mil kwanzas o exemplar
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Crónica | Caro compatriota João Lourenço, acabe só com isso, ya?...
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Foto de autor não identificado |
Cada vez
que me tratam por doutor (o que por acaso não sou, mas também em nada mudaria
se fosse), carrego a inevitável culpa de não poder – evitando ser deselegante –
dispensar prontamente tal deferência. Ultimamente até nos noticiários, temos
sujeitos com o título académico, principalmente quando detentores de cargos
públicos, muitos dos quais arredondados por excesso, dado que, em termos
concretos, não passam de uma licenciatura.
Aí, resta
ao cidadão acrescer à pilha de "vergonhas colectivas " esta mania do
elitismo. Por que raio tem de ser a frequência universitária parte da nossa
identidade? O indivíduo faz uma chamada telefónica e tu ouves depois do
pigarrear aquele "daqui fala o doutor não sei das quantas", e ficas a
prever no outro lado da linha o emissor a endireitar o nó da gravata ou
eventualmente a tirar o pó do bico do sapato, como se não atendesse às suas
necessidades fisiológicas socorrendo-se dos mesmos órgãos sensoriais que os
demais mortais. E aquelas cenas deprimentes então de estar aos copos em mesa de
bar e nos tratarmos por doutor disto, engenheiro daquilo, arquitecto e bla,
bla, bla?... O lugar da simplicidade qual é mesmo?
De que
adianta a excessiva formalidade se, na realidade, muito do que você precisa no dia-a-dia
é resolvido na relação com o país informal? Os exemplos estão à mão de semear. O
doutor cai no radar por excesso de velocidade e… resolve no momento com o
regulador de trânsito. Tem algum parente doente, recorre a influências para
melhor assistência. É professor mas o poder de decisão no mais elementar, como
a reprovação (ou não) do aluno ou aluna com fraco rendimento escolar, é
condicionado pelo telefonema do degrau acima na hierarquia. E se nos
preocupássemos mais, sob o ponto de vista da ética social, com o funcionamento
eficaz das instituições ao invés de investir o tempo em categorizar indivíduos?
É que já
trabalhei com alemães, belgas, quenianos, americanos, italianos, espanhóis,
australianos, ingleses, franceses, etc., bwé de PhD, alguns até diplomados em
universidades do topo do ranking mundial, e a prática é tratar a pessoa pelo
nome, ou quando muito por senhor/senhora. A propósito de tendências que acabam
por nos elevar ao patamar caricatural, recordo a troça de uma antiga amiga e
tutora australiana, isso no sector das ONG’s por volta do ano de 2006, segundo
a qual é fácil topar um angolano em voos internacionais. E como? Porque é o que
mais se preocupa em se agrilhoar (termo meu) em fato e gravata (onde os demais
procuram viajar em trajes casuais e mais confortáveis), mesmo quando a estação
que os espera no país de destino é o verão.
A nossa
comunicação social é outra promotora do vício, sobretudo no tratamento dado aos
comentadores (residentes ou itinerantes, que por vezes também não acrescentam
nada de novo ao senso-comum), o que indirectamente passa a mensagem de não
haver sabedoria em quem não ostentar um grau universitário. As rádios e
televisões em alguns países que visitei (EUA, Alemanha, etc.) apresentam os
interlocutores pelo nome e função, no que se pode inferir que já se fartaram
dos doutorismos, onde o acesso à universidade é um dever, não uma questão de
luxo e/ou barreira social.
Aqui chegado,
e não sendo ainda eu de andar a pedir favores a governantes (talvez tenha
pedido alguma vez em pequeno na era do partido único e um ano antes do fim da
guerra ao meu próprio pai, mas não me lembro), ou exceptuando a cedência de
salas para lançamento de livros, já na condição de escriba, vejo-me neste
contexto obrigado a abrir uma excepção. Portanto, caro compatriota João Lourenço
(o "president to be", como diriam os anglófonos), faça-nos o favor de
acabar com este "vazio interior" de esfregar o grau académico na cara
da sociedade, ya? Ainda era só isso. Obrigado.
www.angodebates.blogspot.com | Gociante
Patissa | Benguela, 25 Setembro 2017
sábado, 23 de setembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Crónica | Não me podem acusar é de não ter tentado singrar
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terça-feira, 19 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
domingo, 17 de setembro de 2017
Citação
"Os comprimidos que são para curar ainda causam efeitos colaterais. Tens de curar os efeitos colaterais com mais comprimidos." (Ras Nguimba Ngola, 16. 09. 2017)
sábado, 16 de setembro de 2017
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Diponível para download | Programa ENTRE NÓS - Homenagem ao Dia do Herói Nacional, Rádio Benguela 15.09.2017 (poesia e trova)
- Trova/Músicas originais: Syrimus Mulaja (músico e compositor benguelense)
- Emissão e concepção: Rádio Nacional de Angola-Benguela, programa "Entre Nós", manhã de Sexta-feira, 15.09.2017
- Apresentação: Filomena Maria
- Poesia de António Agostinho Neto (1922-1979) poeta, médico e político angolano)
- Compilação, narração de poemas e fotografia: Gociante Patissa
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Agradável surpresa a partir de Portugal | POESIA DO ANGOLANO Gociante Patissa ENRIQUECE MENU DO PROGRAMA RADIOFÓNICO "A HORA DAS CIGARRAS", RTP, edição de 17 Jul, 2017 (Um programa de José Eduardo Agualusa apresentado por Ana Paula Gomes). Ndapandula. Obrigado
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Conteúdo daqui, um livro editado pela NósSomos, de Luandino Vieira, Portugal 2014
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Diário | Dizer que alguém ‘está tão jornalista’ hoje em dia é ofensa?
“Com que então, numa altura em que as políticas estão preocupadas na esteira da reestruturação familiar, perseguindo o melhor desenvolvimento da
criança, o senhor diz que está determinado, quer mesmo o divórcio?”
“Sim, doutor Juiz, ela foi longe demais!… É que
tudo, menos isso!”
“Mas o que foi que a senhora aprontou ao seu marido
afinal, que o tenha ofendido a este ponto?”
“Eu até não estou a ver, doutor Juiz, falando a
verdade. Aquilo foi só uma conversa banal…"
"BANAL?! AIÉ? VISTE MESMO QUE FOI BANAL?!"
“Ó meu caro amigo, não se exalte! Contenha-se que estamos a tentar uma conversa civilizada para um desfecho definitivo airoso, e este seu tom não é o mais curial… Até porque a
linguagem da lei é dura, mas não grita. Ou não é assim?”
“É desculpar, doutor… Oh, minha mãe debaixo da Terra! Você ia imaginar
um dia um insulto destes arremessado contra aminha pessoa?…”
“Mas ajudem-me, caro casal, a perceber o problema. O
que foi que se passou, se é que não estou a extravasar os limites da
privacidade?”
“Então, eu, como marido, né?, só aconselhei que essa
coisa de chegar à casa e encontro a mulher não bateu funji – que é carregador
de macho – e só fica nessas comidas de crianças e pássaros, ah porque massa,
arroz com feijão, bife, bitoque, etc., qualquer dia a pessoa arranja outra
segunda via extra conjugal…”
“E então?”
“Aí é que ninguém esperava a ofensa que saiu da
boca desta mulher, ó doutor Juiz. Assim estás a lhe ver tipo é madre em dia de
preguiça, né? Hum! Boca dela, boca dela, boca dela!… Falou mesmo assim: ‘Hoje estás
tão jornalista, pa!’”
“Mas dizer que alguém ‘está tão jornalista’ hoje em
dia é ofensa?”
“Mas o doutor Juiz não é de Benguela ou quê?! Quando
é assim anda a perguntar. Todo o mundo já sabe. Jornalista, eu?!O que é que a alma da minha querida mãe vai pensar da educação, da moral que me transmitiu, já sem falar do bom carácter
e escrúpulos, hã?!”
Gociante Patissa | Benguela, 13 Setembro
2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
Humor americano | O JARDIM E O VALOR DA ESTRATÉGIA (*)
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"Querido filho, estou triste pois não vou poder plantar o meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo porque a sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para plantar. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se estivesses aqui, eu não teria esse problema, mas sei que não me podes ajudar, uma vez que estás preso. Com amor, seu Pai."
Pouco tempo depois, o pai recebe o seguinte telegrama do filho:
"Pelo amor de Deus, Pai, não escave o jardim! Foi lá que eu enterrei os corpos".
Como as correspondências eram controladas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e polícias apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem, no entanto, encontrar qualquer corpo. Confuso, o senhor escreveu uma carta para o filho, contando o que acontecera. Resposta do filho:
"Pode plantar o seu jardim agora, amado Pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer para o ajudar, no momento..."
(*) Texto disponível em diversas fontes pela Internet pelo menos desde 2009, entretanto sem menção do autor. Título do blog Angodebates
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Crónica | Onde andará a bússola?
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domingo, 3 de setembro de 2017
Quote | "We forgive them for killing our children, but we don't forgive them for forcing us to kill their children" (Israeli propaganda against Palestine)
Nós perdoamo-los por matarem as nossas crianças, mas não os perdoamos por nos obrigarem a matar as crianças deles" (propaganda israelita contra a Palestina)
In Al Jazira, 03.09.2017
In Al Jazira, 03.09.2017