A vida, esse museu interactivo de incontáveis
emoções, costuma ser de inquietações, também elas, incontáveis. Ora, se fosse
só isso, bem podíamos considerar o sintoma como estando localizado. Sim,
porque, agora que falamos de localizações, sendo binária a memória humana, como
que a lapa às pedras, anda tudo agarrado ao tempo e ao lugar. Algumas
localidades visitámo-las, quase sempre por lá termos mortos e vivos, quer
humanos, quer fauna e flora paisagísticas. Entretanto, é no inverso, quando
somos os visitados pelo lugar, que nos damos conta de andarmos com a indelével
marca entranhada na pele. Geralmente é a saudade no comando, por um reencontro
tão-só impossível ou pode-se dar o caso, não menos profundo, de a alma buscar proximidade
com a identidade, afinal a humanidade mais não é que uma busca, às vezes cega,
da noção de pertença. Mas incompreensível, como sabe a natureza ser, há quem
com frequência volte a lugares que despertem em si principalmente a revolta. E
eu venho à Baía Farta há por aí uma década. Não adianta, ela sabe onde estou.
Gociante Patissa 08.06.14
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