Exma. Senhora, njali yetu Sílvia Lutucuta,
Ndukulamiosapo lensanju, lusondi Kwenda esumbilo.
Cumpre-me adiantar que não vou escrever muito, mas era só para manifestar a minha tristeza por não contemplarem a minha classe nas prioridades de vacina. É que, Exma., considerando que sou xará do meu avó nascido na década de 1920 e, à parte isso, vi nascer e morrer cada personagem dos 8 livros que dei à luz, considero-me muito mais em grupo de risco do que o Secretário de Estado Mufinda, jovemzinho, cheio de energias, bem apessoado e quê e tal. A actividade de imaginação e recriação do mundo é uma cormobilidade por inerência, Dra, como doente anda a humanidade.
Exma, senhora Ministra, os médicos e demais profissionais abnegados de saúde precisarão de quem os mantenha vivos e eternos por meio da memória e da escrita. Isso diz quem um dia se sentou na carteira para promotor de saúde rural.
Estive no Mutu e fui competentemente barrado, tentei no Pazflor à sorte e me xotei sozinho, que de filas incertas já me bastaram as do PAM no tempo da penúria quando iamos implorar por um prato de comida. Estou recolhido em casa feito rato na toca, à espera que a cobra da pandemia não me alcance.
Aguardando uma cunhazinha aqui colocada em pratos limpos, despeço-me com consideração.
Daniel Gociante Patissa
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