O estudo da Universidade Agostinho Neto (UAN) sobre "Cadeia produtiva do tomate na BaÍa Farta", de 110 páginas, realizado em 2014, parece apresentar dados deturpados na secção do histórico das comunas da Equimina e Kalahanga, no que se refere ao exercício do cidadão Victor Manuel Patissa (meu pai). É de resto uma deturpação já em tempos estampada numa das revistas da edilidade, edição confiada à empresa do meu amigo Miguel Arcanjo. Diz o Estudo da UAN, induzido pela fonte, a Administração Municipal da Baía Farta, que o patriota Victor Manuel Patissa teria voltado a representar o Estado na comuna da Equimina de 1995 a 1996, onde estivera antes como Comissário comunal de 1986 a 1989. Se bem me lembro, Victor Manuel Patissa, que chegara da comuna da Chila, município do Bocoio, a qual governou de 1981 a 1986, altura em que foi convidado a frequentar a Escola Provincial do Partido, teria sido colocado talvez em 1987 na comuna da Equimina. Seguir-se-ia a espinhosa missão de repor a Administração do Estado na comuna da Kalahanga em 1991 mas com o eclodir da guerra pós-eleitoral (1993), a estrutura administrativa teria recuado para funcionar provisoriamente na comuna do Dombe Grande, sendo que por volta de 1995 o velho teria sido exonerado e transferido para a Administração Municipal da Baía Farta, colocado em posição a seu ver incompatível com o seu valor e entendimento dos lobbies do partido, desenhando-se a partir dali o ostracismo. Não me lembro de ter frequentado o palácio da Equimina duas vezes nesta vida 🙂 É como disse no outro dia, o MPLA precisa, enquanto partido-governo, de se reconciliar com a memória dos pequenos (os glorificados, os ostracisados, os vivos e os mortos), apostando na actualização e preservação da sua história nas bases. Haverá pouco de vantajoso em ver um município que nem uma simples cronologia dos patriotas a quem confiou a representação da Administração do Estado tem minimamente organizada. O esquecimento sectário é também uma forma de violência histórica!
Daniel Gociante Patissa
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